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Palavras, expressões e conceitos de A a Z
pajem
palavra Direito à palavra: cf.
Fichas da Lei.
palavras Cf. linguagem, vocabulário.
pan- Com hífen antes de vogal ou h:
pan-americano, pan-helénico.
pantomima
pãozinho, pãezinhos
"paparazzi", "paparazzo"
(sing., italiano)
papéis Acentuada, como fiéis, hotéis.
para- Sem hífen: paraestatal, parassimpático,
paratuberculose.
pára-brisas Sing. e plural.
pára-choques Sing. e plural.
paráfrases A reconstituição de declarações
a partir de várias citações numa só frase ou ideia só se aceita
nas transcrições de documentos escritos.
paralisar e paralisia Não têm
z.
pára-quedas Sing. e plural.
parênteses rectos Quando se enxerta
numa citação um termo ou uma ideia indispensável à sua compreensão,
esse termo ou essa ideia deve vir em redondo e entre parênteses
rectos.
particípios passados duplos Em geral,
um é regular, formado sobre o verbo em português e o outro, irregular,
veio directamente do latim ou é uma forma contraída do primeiro.
O mais corrente é a forma regular ser usada com os auxiliares ter
e haver e a irregular com ser e estar ou ficar. Mas as excepções
são muitas, desde os que são utilizados apenas com estar e ficar
até aos meros adjectivos formados de facto de um remoto particípio
do verbo. Dada esta complexidade, há uma listagem de particípios
duplos e o seu uso mais corrente em Verbos,
no final deste livro.
"parti-pris"
"part-time"
patentes Cf. Hierarquias.
paul Não acentuada, como Raul.
peão / pião Ex.: o peão
deve atravessar na passadeira, peão no xadrez; jogo do pião.
pé-de-meia, pés-de-meia
pedra-de-toque
pele-vermelha, peles-vermelhas
pelo / pêlo Ex.: pelo facto pedimos
desculpa; o pêlo do cão.
peluche
pequeno-almoço, pequenos-almoços
Pequim Escreva-se Beijing, em vez de
Pequim. Cf. chinês e Pinyin.
"per capita" (por cabeça)
percentagem Em texto corrido, escreve-se
sempre por extenso 20 por cento e só em gráficos,
tabelas, etc., se usa o símbolo %. Admite-se, no entanto, que num
texto em que se refiram muitas percentagens se use o símbolo sempre
que as mesmas venham indicadas entre parênteses, como acontece por
vezes em matérias de Economia.
percursor Que percorre (de percurso).
Dif. de precursor (que vai à frente, que abre caminho) e
de percussor (de percussão).
percussão Instrumentos de percussão
(de percutir).
percussor Sinónimo de percutor.
"perestroika"
perfeito / prefeito Perfeito
é um adjectivo; prefeito é um substantivo que designa o chefe de
uma prefeitura no Império Romano; o superior de um convento; o chefe
de departamento em França; o empregado colegial que tem a seu cargo
vigiar os estudantes; o chefe de uma corporação policial em certos
países; no Brasil, o magistrado que superintende nos serviços municipais
de cada um dos estados e é nomeado pelos respectivos governadores.
"performance" Já é aceite
como português em certos casos, como ao referir-se a automóveis.
perseverar / preservar
Perseverar tem o sentido de persistir, conservar-se firme num sentimento
ou resolução; preservar significa defender, resguardar. Ex.: Perseverou
até ao fim nos seus intentos. Preservou sempre a sua vida familiar
da curiosidade dos "media".
"persona non grata"
personagem Pode escrever-se ou dizer-se
"o personagem" ou "a personagem".
persuasão De persuadir.
pertinácia Ir mais longe na informação
implica pertinácia, capacidade de investigação e poder de antecipação,
o inverso do jornalismo-sentado, de manga-de-alpaca, para não se
ser ultrapassado pelos factos ou... pela concorrência.
peru / Peru Sem acento,
quer o animal, quer o nome do país.
pinguepongue / pingue-pongue
pinguepongue A chamada "técnica
de pinguepongue" consiste em introduzir no texto declarações
curtas em cortes rápidos da narrativa, introduzindo elementos contraditórios,
criando efeitos de descontinuidade, numa cadência sem tempos mortos
(cf. vivacidade). Na entrevista de pergunta-resposta, é uma
forma de captar o interesse do leitor, com perguntas breves e rápidas,
sem conterem implicitamente a resposta (cf. entrevista).
"pinyin" O chinês "alfabetizado",
feito por chineses, para uso seu e dos estrangeiros e que, desde
1979, com o "New York Times" na dianteira, tem vindo a
ser adoptado pelos órgãos de comunicação social em todo o mundo
e agora também pelo PÚBLICO. Os complexos caracteres chineses
não obedecem a uma lógica alfabética, como nas línguas ocidentais,
mas a uma escrita ideográfica e, em vez de serem representados sons
individuais, são escritos de uma só vez o som e o significado em
cada caracter. Foram portugueses, jesuítas, os primeiros estrangeiros
a tentar, no século XVI, arranjar uma fórmula de transcrição fonética
alfabetizada da língua chinesa e, nos últimos 150 anos, sucederam-se
as tentativas nesse sentido de ingleses, franceses, alemães e italianos,
mas todas eram imperfeitas. O sistema mais usado (em inglês), o
chamado Wade-Giles, foi criado em 1860 por Sir Thomas Wade, um diplomata
britânico e professor de Chinês na Universidade de Cambridge, e
foi aplicado por Herbert A. Giles, outro académico de Cambridge,
num dicionário básico de chinês-inglês. É este sistema que ainda
hoje se encontra em muitos livros de referência anglo-saxónicos,
em mapas e atlas, bem como outra documentação. Mas os comunistas
criaram, desde 1958, um chinês "alfabetizado", feito por
chineses, para uso seu e dos estrangeiros. Em 1979, esse sistema,
o "pinyin", que é também utilizado na informática, entrou
formalmente em vigor, e toda a documentação do Estado chinês, quando
utiliza a "alfabetização" em nomes próprios, nos contactos
com o exterior, passou a ser escrita assim. Em "pinyin",
entretanto reconhecido pela organização de normalização da ONU,
o nome correcto da capital chinesa, por exemplo, em qualquer língua
que use o alfabeto romano, é Beijing (cf. Topónimos).
Por outro lado, nos nomes chineses, o primeiro elemento que aparece
é o apelido de família, seguindo-se-lhe o nome próprio, que pode
ser constituído por um ou dois caracteres, o que não significa que
se esteja perante dois nomes próprios. Como os dois caracteres representam
apenas um nome, não se pode isolar um deles e tratar assim uma pessoa
(excepto quando haja uma intimidade muito grande e, mesmo assim,
juntando quase sempre um "Xiao" (pequeno) ou "Lao"
(velho) ao nome, consoante a pessoa seja nova ou de idade). É por
isso que, no "pinyin", a transcrição se faz dando numa
só palavra o nome próprio Deng Xiaoping e não Deng Xiao Ping
(e muito menos Deng Xiao-Ping, pois o hífen é estranho ao chinês).
Ao escrever um nome chinês, deve fazer-se primeiro a referência
ao nome completo, passando depois a ser referido o primeiro, o de
família. Dizer ou escrever "o Presidente Zemin", como
muitas vezes se vê, é o equivalente a referir "o Presidente
Jorge" referindo o chefe de Estado português (cf. chinês).
pirâmide invertida Técnica de construção
de notícias em que a informação mais importante é dada no início
e os elementos informativos vão decrescendo de importância ao longo
do texto. Havendo esta hierarquização, a notícia poderá ser cortada
a partir do fim, eliminando-se o mais acessório.
Pirenéus
"placard"
plágio O plágio é terminantemente proibido
no PÚBLICO. Todas as informações recolhidas noutros órgãos de comunicação
ou fornecidos por agências de notícias no caso de relevância
manifesta devem ser sempre devidamente atribuídas. Ganha-se
em credibilidade e vence-se noutra frente: na imagem de um jornal
que dispensa a leitura de qualquer outro (cf. assinaturas).
pleonasmo "Sair para fora",
"bátega de água", "monopólio exclusivo", "breve
alocução", "principal protagonista" são pleonasmos
a não usar.
plicas (ou comas simples) Quando, num
excerto transcrito entre aspas uma citação, por exemplo ,
há outra citação ou um título ou expressão que por si figuraria
entre aspas, usa-se plicas. Ex.: O agressor alegou: "Perdi
a cabeça quando ele me disse: És um ladrão. Vai roubar prà
estrada!" "No meu primeiro concerto em Portugal,
interpretei a Patética, de Beethoven", recordou
o pianista.
plural Na formação do plural, os casos
que mais suscitam dúvidas são os das palavras que terminam em -ão
e em zinho ou -zito e dos compostos, por isso vêm as regras enunciadas
a seguir:
1. As palavras terminadas em -ão, em
geral, fazem o plural em -ões. Mas umas quantas seguem a
regra geral, com a terminação -ãos: acórdãos, bênçãos,
cidadãos, cortesãos, cristãos, desvãos, irmãos, órfãos, órgãos,
pagãos, sótãos, artesãos (na aceepção de artífice, mas como
elemento arquitectónico pode fazer o plural em ões). Outras mudam
o -ão em -ães: alemães, bastiães, cães, capelães,
capitães, catalães, charlatães, escrivães, guar-diães, pães, sacristães,
tabe-liães. Há também as que podem tomar mais de uma forma:
alão alães, alãos ou alões; alazão alazães ou alazões;
aldeão aldeães, aldeãos ou aldeões; anão anãos ou
anões; ancião anciães, anciãos ou anciões; castelão
castelãos ou castelões; corrimão corrimãos (como "mãos")
ou corrimões; deão deães ou deões; ermitão ermitães,
ermitãos ou ermitões; hortelão hortelãos ou hortelões;refrão
refrãos ou refrães;rufião, rufiães ou rufiões; sultão sultães,
sultãos ou sultões; truão truães ou truões; verão
verãos ou verões; vilão vilãos ou vilões.
2. Nos diminutivos formados com -zinho
ou -zito fazem o plural a partir do plural da palavra primitiva,
a que cai o s, antes de acrescentar o sufixo também no plural: pãozinho,
pãe(s)zinhos, canalzinho, canai(s)zinhos.
3. Quanto aos substantivos compostos, o plural
depende da formação da palavra. a) Se são dois substantivos,
vão ambos para o plural: couves-flores. Excepto se o segundo
especifica o primeiro, como em escolas-modelo (escolas que servem
de modelo) ou em mapas-mundo (mapas do mundo). b) No caso
de ser substantivo-adjectivo, ambos passam para o plural: amores-perfeitos,
cofres-fortes. c) Se é formado por adjectivo-substantivo,
também vão os dois para o plural: curtos-circuitos. A menos
que o adjectivo seja grão/grã (forma abreviada de grande, que permanece
invariável): grão-mestres, grã-cruzes. E há casos que se
usam só no singular ou só no plural: meia-idade, belas-artes,
boas-festas. d) Quando se trata de um verbo-substantivo/adjectivo,
só o segundo elemento vai para o plural: beija-flores, mata-borrões,
porta-vozes, guarda-sóis. Nalguns destes compostos, o substantivo
é sempre no plural: arranha-céus, pára-quedas, saca-rolhas, tira-linhas,
quebra-nozes. e) Se o composto é um substantivo antecedido
de palavra invariável, só o primeiro vai para o plural: abaixo-assinados,
sempre-noivas, pseudo-sábios. f) Nos casos em que dois
substantivos estão ligados por preposição, só o primeiro vai para
o plural; aves-do-paraíso, estrelas-do-mar, pães-de-ló, chapéus-de-sol.
g) Muitos substantivos compostos são invariáveis, têm a mesma
forma no singular e no plural: quebra-costas, sempre-em-pé, sem-vergonha.
pluri- Sem hífen: pluripartidário, plurissecular.
pôde / pode Forma do verbo
poder (pret. perf. do indic.) que é acentuada para se distinguir
de "pode" (pres. do indic.), como falamos/falámos, por
exemplo. Ex.: Ele pode chegar ainda hoje. Ontem ela não pôde vir
(cf. Verbos).
poder / puder Poder é
o infinitivo; puder é o futuro imperfeito do conjuntivo. Ex.: Não
vou poder ver o filme. Se eu puder, passo por tua casa.
polémica Os jornalistas, colunistas
e colaboradores permanentes do PÚBLICO não poderão manter polémica
entre si, salvo nos casos antecipadamente acordados com a Direcção.
poli- Sem hífen: polirrítmico, polissémico.
pólo
pólo aquático Tradução de "water-polo".
ponta-de-lança
pontiagudo
pontoar Marcar pontos. Dif. de pontuar,
pôr pontuação.
pontos cardeais Escrevem-se com maiúscula
inicial quando usados para designar uma região: o Sul de França;
o Nordeste transmontano. Mas ficam com minúscula quando indicam
direcção ou localização relativa: a norte do Tejo; viajar para sul.
Cf. Maiúsculas.
pontuação Vírgula: Nunca
se separa o sujeito do predicado com uma vírgula (a não ser que
se coloque logo a seguir ao sujeito uma frase intercalar entre vírgulas).
As expressões do tipo "de tal modo que
" não se cortam
com vírgula: Falou de tal modo que pensei que estava zangado; Gritou
tão alto que todos se voltaram. Palavras como "ainda",
"também", "talvez", "assim" ou advérbios
de modo não têm de ser sempre separadas com vírgulas, que, a mais,
cortam a fluidez do texto. Ponto: Termina uma frase e não
deve ser tomado como vírgula, isto é, ser seguido de uma frase a
começar por "que", ou uma frase "pendurada",
que retoma o último substantivo do período anterior (com frequência
precedido do art. indef.) junta-lhe o "que" e continua
a frase anterior a prosa perde fuidez com tantos arranques.
As siglas não levam pontos a separar as iniciais que as formam.
As legendas das fotografias não têm ponto final. Nos números o ponto
separa os milhares e as casa decimais são sempre separadas com vírgulas
(os anglo-saxónicos é que usam o sistema inverso). Dois pontos:
Em princípio, a seguir aos dois pontos usa-se caixa baixa, excepto
se se iniciar uma citação em discurso directo. Ponto e vírgula:
Mais forte que a vírgula e mais fraco que o ponto, pode separar/ligar
duas frases que tenham uma interdependência. Numa enumeração, serve
para separar os elementos discriminados, quando, por exemplo, um
ou mais deles têm explicações (por sua vez, com recurso a vírgulas).
Ponto de interrogação: Marca as frases interrogativas, mas
não se usa nas interrogativas indirectas: "Quem concorre?"
perguntou quem concorria. É seguido de ponto de exclamação
quando a interrogação é com espanto ou indignação. Ponto de exclamação:
Desaconselhado em textos jornalísticos, em que se espera distanciamento,
salvo em citações directas: "Sinto-me ofendido!", bradou.
Em geral, as interrogações é que são exclamativas e por isso é este
ponto que se segue ao de interrogação, e não o contrário. Reticências:
Indicam uma suspensão, uma hesitação ou uma frase inacabada (o que
em inglês é muitas vezes assinalado com travessão, para nós descabido),
por isso aplicam-se quase só nas transcrições. Se vão a cortar/terminar
uma frase, seguem-se à última palavra, sem espaço, como toda a pontuação;
se vêm no início, por uma hesitação, ficam separadas por um espaço.
Quando assinalam um corte numa transcrição, devem ir entre parênteses
rectos, que marcam uma intervenção alheia ao texto. Travessão:
É um sinal de pontuação que não pode confundir-se com o hífen, que
serve para ligar palavras ou elementos vocabulares. Emprega-se para
intercalar uma frase explicativa, em especial se ela constituir
um aparte. Serve também, em vez de simples vírgulas, para realçar
mais um complemento da frase. A sua função nos trechos em discurso
directo raramente se usa no PÚBLICO. Aspas: Não é indiferente
a colocação da pontuação em relação às aspas (cf. aspas).
pop
por Preposição.
pôr É acentuado (para distinguir da
preposição por), mas nenhum dos compostos é acentuado: antepor,
compor, depor, repor, supor, etc.
pôr do Sol / pôr-do-sol o ocaso do Sol
é sem hífens; escrito com hífens designa uma refeição.
por parte de Normalmente dispensável.
Ex.: Não há boa vontade [por parte] das autoridades.
por que 1. Por que usa-se nas
frases interrogativas. Mas há quem considere estar-se em presença
de um adv. interrogativo, à semelhança de "como" e "onde",
escrevendo-se então "porque". Ex.: Por que fazes isto?
Porque te vais embora? 2. Quando pode ser substituído por
"para", escreve-se "por que". Ex.: Fazemos votos
por que assim seja. 3. Quando pode ser substituído por "pelo/pela
qual", "pelos/pelas quais" e esteja expressa ou subentendida
a razão, também se escreve "por que". Ex.: A razão por
que encomendei o bolo foi a tua festa de aniversário. Eis por que
nos devemos alegrar. 4. A conj. causal é sempre "porque".
Ex.: Cheguei tarde porque perdi o comboio.
porquanto Conjunção explicativa pouco
usada. Dif. de "por quanto". Ex.: Estuguei o passo, porquanto
não queria perder o trem. Por quanto te ficou este restauro?
porta-aviões
porta-bagagens
porta-bandeira, porta-bandeiras
porta-moedas
portanto Como "muleta" é de
evitar.
porta-voz É alguém identificável pelo
nome e pela função exercida. Senão, é uma fonte anónima O pl. é
porta-vozes.
pós- Com hífen: pós-colonial, pós-eleitoral.
posicionamento Neologismo de gosto duvidoso,
perfeitamente dispensável; é preferível posição.
postura Use-se preferencialmente para
referir a posição física e não para tomadas de posição ou atitude:
uma postura rígida, uma posição rígida (intolerante).
pouca-vergonha
povo Termo a evitar: é impreciso e tem
carga ideológica. Prefira-se população, habitantes, sociedade. Em
vez de populares, é também preferível multidão, pessoas, cidadãos,
manifestantes, assistência, conforme o caso.
prà Contracção de para + a
. Ex.: É prò menino e prà menina.
pré- Com hífen: pré-aviso, pré-clássico,
pré-história; mas preexistente (prefixo não acentuado).
precisão É um requisito indispensável
para apresentar uma notícia da forma completa, exacta e interessante
que caracteriza o estilo informativo do PÚBLICO, quaisquer que sejam
a complexidade do assunto ou o género da mensagem jornalística.
A precisão deve estar presente logo na escolha do ângulo de abordagem,
sem esquecer que nunca se pode dizer tudo e pouco adiantam generalizações
vagas (cf. abordagem). Pela mesma razão, um "lead"
não deve começar com uma negativa nem de forma dubitativa, interrogativa
ou condicional (cf. "lead"). Para além disso, ao
facto noticioso em si e às histórias pessoais deve-se sempre que
possível associar outros dados: de uma nova estrada, por exemplo,
custos, tempo de execução, número de trabalhadores e técnicos envolvidos,
distâncias e percursos facilitados. Quando se indicam números, grandes
quantias, pode-se com uma simples comparação torná-los mais "concretos".
precursor Que vai à frente, que abre
caminho. Cf. percursor, percussor e percussão.
preferir a
"première"
preparação Antes de uma entrevista formal
o entrevistador deve conhecer de antemão o mais que puder sobre
quem vai entrevistar antecedentes, obra produzida, percurso
e sobre o tema da própria entrevista. Para qualquer reportagem
prevista, convém fazer o estudo prévio da situação, conhecer os
hábitos, convicções políticas ou religiosas ou os gostos das pessoas
que se vai entrevistar. A preparação da reportagem, contribui para
a qualidade do texto final.
preposições "Simples" palavras
de ligação, têm por vezes muito peso no sentido da frase, que pode
ficar deturpado, quando não passa mesmo a ser o contrário. Por isso,
convém ter atenção às regências.
prerrogativa / prorrogativa
Prerrogativa significa privilégio. regalia; prorrogativa é a forma
feminina do adj. prorrogativo (=que serve para prorrogar, prolongar
um prazo).
prescrever / proscrever
Prescrever tem o sentido de ordenar ou regular de antemão, determinar,
fixar, recomendar, indicar; signiica ainda ficar sem efeito
(um crime prescreve); proscrever significa banir, exilar, expulsar
usa-se o particípio passado: foi proscrito.
presenças A avaliação da assistência
em qualquer evento, e em particular em comícios, manifestações ou
situações passíveis de controvérsia, deve ser feita de forma criteriosa
e atendendo às versões dos "dois lados" por exemplo,
os organizadores e as autoridades policiais presentes, ou o cálculo
do conjunto dos jornalistas em serviço no local.
presentes Os jornalistas do PÚBLICO
não aceitam presentes, viagens, convites ou benesses de outro género
que possam condicionar de algum modo a sua independência e sentido
crítico.
preservar / perseverar
Preservar significa defender, resguardar; perseverar tem o sentido
de persistir, conservar-se firme num sentimento ou resolução. Cf.
perseverar.
"press-releases" Como qualquer
informação com características publicitárias ou de relações públicas,
devem constituir apenas uma pista para um trabalho jornalístico
independente.
prestígio O prestígio e a imagem profissional,
científica, técnica, artística, desportiva, empresarial, comercial
ou política são um valor e um direito garantidos no PÚBLICO. Todas
as referências desprestigiantes ou desfavoráveis devem ser rigorosamente
sustentadas, pois provocam sempre danos e prejuízos irreparáveis
às pessoas ou entidades envolvidas (cf. Difamação
e Direito à imagem,
Fichas da Lei).
pretensão
pretensioso Da família de pretender
e pretensão.
prevenir (de/de que/contra)
previdente / providente
O adjectivo previdente significa que prevê, que é prudente; o adjectivo
providente significa que provê, que toma providências, sendo prudente
nesse sentido.
primeira mão Obter e noticiar em primeira
mão tudo o que for notícia cacha é a primeira obrigação
profissional dos jornalistas do PÚBLICO e pressupõe, entre outras
características, iniciativa e curiosidade profissional. É indispensável
que os jornalistas mantenham uma rede de contactos com credibilidade
reconhecida nas respectivas áreas de trabalho (cf. contactos).
primeira pessoa 1. As vedetas
do PÚBLICO são as notícias e quem as protagoniza, nunca quem as
conta. Por isso, a utilização da primeira pessoa do singular está
excluída no relato das situações. 2. Em princípio, só nas
colunas personalizadas dos colaboradores permanentes ou acasionais,
como em testemunhos pessoais solicitados pelo PÚBLICO, pode ser
utilizada a primeira pessoa do singular.
primeira-ministra Feminino de primeiro-ministro.
primeiro-ministro
primeiro-violino
princípio do contraditório O princípio
do contraditório prevalecerá sempre que houver mais de uma pessoa
ou entidade envolvidas todas as partes devem ser ouvidas
e confrontadas, e registada a sua perspectiva. Se houver recusa
em prestar declarações ou qualquer outro impedimento, esses factos
devem ser incluídos na peça.
princípios O PÚBLICO e os seus jornalistas
subordinam-se aos princípios gerais da ética e da deontologia profissional.
Regulam-se pelo seu próprio Estatuto Editorial e orientam-se segundo
as regras do bom gosto e do bom senso. O rigor de uma informação
completa e fundamentada sobre factos e não sobre rumores
, a imparcialidade da atitude jornalística, a correcção, clareza
e concisão da escrita são, para o PÚBLICO, regras essenciais, que
não são incompatíveis com a procura de formas inovadoras de noticiar,
interpretar e editar a actualidade. O PÚBLICO tem um estilo próprio
que identifica o jornal perante os seus leitores e a opinião pública
em geral.
privacidade O espaço privado dos cidadãos
é o único limite editorialmente imposto nas páginas do PÚBLICO.
Este princípio determina cuidados especiais na elaboração de notícias.
São casos de violação da privacidade: a) a divulgação de
factos da vida pessoal e afectiva, hábitos sexuais ou da esfera
privada; b) a identificação (nomes ou fotos) de vítimas de
crimes sexuais ou de delinquentes menores; c) a exploração
sensacionalista de circunstâncias e factos relacionados com dramas
de natureza pessoal ou familiar; d) a ilustração fotográfica
indevida, com utilização de rostos identificáveis de pessoas estranhas
a um assunto; e) a utilização fraudulenta do nome de terceiros
para obtenção de informações, ou o recurso à falsa identidade; f)
a utilização de meios ilegais para entrar em casas particulares
ou em quartos de hotel, buscas não autorizadas de documentação,
instalação de câmaras ou uso de binóculos para espiar o interior
de domicílios; g) a gravação de conversas sem o consentimento
do interlocutor recurso admissível em casos muito excepcionais
e com menção obrigatória do não consentimento do interlocutor (cf.
Reserva da vida
privada, Fichas da Lei). O direito à privacidade
sobreleva o direito e o dever de informar salvo nos casos
socialmente relevantes (trabalho infantil, crianças maltratadas,
etc.) ou lesivos do interesse público e, ainda, de figuras públicas
com comportamento contrário ao seu discurso público. A razão da
morte ou da doença de alguém pode ser notícia, mas o direito à revelação
do diagnóstico de saúde não pertence ao médico que o faz, mas exclusivamente
ao doente. Só ele ou, na sua impossibilidade, os seus familiares
pode(m) determinar a sua divulgação.
"private jokes" As notas de
redacção não podem ter um estilo grosseiro e insultuoso, nem conter
"private jokes" ou "indirectas". Também dos
textos de opinião estão excluídas as "private jokes",
a gíria e os preciosismos académicos.
privilégio E daí "privilegiado".
pró- Com hífen: pró-britânico, pró-iraniano;
mas propedêutico (prefixo não acentuado).
prò Contracção de para + o.
Ex.: É prò menino e prà menina.
processo penal Cf. Fichas
da Lei.
profissões 1. Elemento essencial
da identificação (cf. identificação, aposto, cargos). Escrevem-se
por extenso: o arquitecto Siza Vieira; refere-se o cargo, sem deferências:
professor universitário, e não professor doutor; esta informação
é dada como elemento da identificação no princípio, depois as pessoas
são referidas só pelo nome, excepto quando o título é, por si, identificador
da personagem e nos casos do clero e dos militares: professor Neca;
padre Alberto. 2. As abreviaturas (arq., dr., prof., eng.)
restringem-se ao discurso directo e às transcrições textuais.
promessas O PÚBLICO não faz promessas,
do tipo: "Voltaremos a este assunto noutra ocasião", "o
PÚBLICO tenciona aprofundar esta questão brevemente" ou "contamos
publicar na próxima semana o relato..." O único contrato do
PÚBLICO com os seus leitores é fornecer-lhes informação rigorosa,
profunda e independente, seguindo a actualidade tão de perto quanto
possível.
pronto-socorro, prontos-socorros
propor Sem acento, tal como outros compostos
de pôr: antepor, repor, apor.
prorrogativa / prerrogativa
Prorrogativa é a forma feminina do adj. prorrogativo (=que serve
para prorrogar, prolongar um prazo); prerrogativa significa privilégio,
regalia.
proscrever / prescrever
Proscrever significa banir, exilar, expulsar; prescrever tem o sentido
de ordenar ou regular de antemão, determinar, fixar, recomendar,
indicar; signiica ainda ficar sem efeito.
protagonização A protagonização da notícia
é um dos traços distintivos do estilo do PÚBLICO: incluir na informação
rostos, atmosferas, climas e sentimentos, para interessar e aproximar
o leitor da notícia, apresentando-lhe personagens vivas e com interesse.
A protagonização começa pela identificação completa das personagens
(cf. identificação) em qualquer história que se conte, dramática
ou não: "Na terra, porém que se orgulha de ter tido,
num dos seus antepassados mais recentes, Américo Antunes Martins
de seu nome, um alfaiate de Salazar , a ideia da professora
não entusiasmou toda a gente. Dídia Filomena Miranda, de 28 anos,
casada com um sargento do Exército e residente em Coimbra..."
proto- Com hífen antes de vogal, h,
r ou s: proto-árico, proto-história, proto-romântico,
proto-sulfureto.
provar (que)
provedor do leitor O provedor do leitor
do PÚBLICO é um "varredor de barreiras que se erguem entre
os leitores e o jornal". Avalia a pertinência das queixas,
sugestões e críticas dos leitores; esclarece-os sobre os métodos
e factos envolvendo a edição de notícias; investiga as condições
que levaram à publicação de notícias ofensivas dos direitos dos
leitores; transmite aos leitores, à Redacção ou à Direcção a sua
reflexão sobre eventuais desrespeitos pela deontologia; mantém uma
coluna semanal sobre matérias da sua competência. Cf. Estatuto
do Provedor.
providente / previdente
O adjectivo providente significa que provê, que toma providências,
sendo prudente nesse sentido; o adjectivo previdente significa que
prevê, que é prudente.
proximidade É um dos factores que concorrem
para o interesse de uma notícia: da greve dos camionistas franceses
o leitor quer saber que consequências tem para Portugal e para os
camionistas portugueses que atravessam a França. Uma informação
distante deverá, sempre que possível, transformar-se em informação
próxima.
pseudo- Com hífen antes de vogal, h,
r ou s: pseudo-arcaísmo, pseudo-herança, pseudo-revelação,
pseudo-sábio.
pst! Interjeição de chamamento.
publicidade 1. A publicidade
é uma área autónoma e perfeitamente demarcada nas páginas do PÚBLICO,
segundo critérios de prioridade e ocupação de espaço definidos pelas
direcções editorial e comercial. O material publicitário vem sempre
graficamente assinalado, de forma clara e explícita, que evite confusões
ou associações ambíguas à mancha informativa. A demarcação rigorosa
dos espaços de publicidade e noticioso exclui todo o tipo de publicidade
nas colunas informativas, mas não significa a negação do objectivo
principal do jornal: informar (cf. informação útil). 2.
O espaço global da publicidade não poderá ser superior ao da mancha
informativa. A paginação da publicidade é da exclusiva competência
dos responsáveis editoriais do jornal. Deve evitar-se a publicidade
a objectos ou acontecimentos nas mesmas áreas do jornal em que esses
objectos ou acontecimentos forem tratados pela Redacção. 3.
A primeira e última páginas do 1º caderno só poderão incluir manchas
publicitárias de canto ou rodapé, salvo circunstâncias ou contratos
especiais. As páginas 2 e 3 do 1º caderno (Destaque) só incluirão
publicidade em condições excepcionais e segundo critérios definidos
oportunamente pela Direcção do jornal. Nas páginas de abertura de
secção são apenas aceites manchas publicitárias de rodapé. A capa
dos suplementos e da Pública não incluirá publicidade, salvo circunstâncias
ou contratos especiais. 4. O PÚBLICO não aceita: a)
publicidade redigida, excepto a prevista na lei, e ainda outra cujas
características ideológicas e propagandísticas sejam incompatíveis
com o estatuto editorial do jornal (apelos à violência; defesa de
valores totalitários e antidemocráticos); b) intromissões
na vida privada dos cidadãos; c) campanhas contra ou a favor
de instituições e pessoas, desde que não sejam justificadas por
indiscutíveis razões de natureza ética e cívica; d) referências
obscenas; e) anúncios a produtos cuja nocividade esteja comprovada
ou seja, pelo menos, fortemente suspeita; etc. Também não se aceitam,
sob forma de publicidade, desmentidos a outros órgãos de comunicação
social. 5. A Direcção do jornal, ouvido o Conselho de Redacção,
decidirá sobre os casos duvidosos ou que possam suscitar interpretações
equívocas. A Direcção reserva-se o direito de adiar, por motivos
editoriais imprevistos e excepcionais, a inserção de publicidade.
PÚBLICO na Escola Cf. Anexos.
PÚBLICO On-Line O PÚBLICO foi o primeiro
jornal português a disponibilizar integralmente na Internet a sua
edição diária com carácter oficial, a partir de 23 de Setembro
de 1995 , existindo hoje várias publicações nacionais com
a sua versão nesta rede. Apesar de não haver ainda meios fiáveis
de estimar audiências neste novo suporte, os indicadores apontam
que o PÚBLICO On-Line possui aí uma posição de liderança, com mais
de 15 mil leitores/visitantes regulares. No início, apenas esteve
disponível na Internet a componente diária do jornal; hoje, a edição
"on-line" já inclui o suplemento Computadores, a que virão
a seguir-se os demais suplementos. No servidor do PÚBLICO On-Line
existe também informação diversa, nalguns casos sem correspondência
directa com o jornal no seu modelo tradicional. E estão igualmente
em desenvolvimento vários novos serviços de informação. O acesso
a todos os serviços do PÚBLICO na Internet é, por enquanto, gratuito,
não tendo sido ainda iniciada a sua exploração comercial.
Pulitzer Prémio máximo do jornalismo
norte-americano.
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