ÍNDICE
  Prefácio
  Apresentação
  Guia de leitura
 
  PARTE I
  Introdução
 
  Ética e deontologia
  Estatuto editorial
  Princípios e normas de   conduta profissional
  Informar sem manipular,
  difamar ou intoxicar
  Privacidade
  e responsabilidade
  Seriedade e credibilidade
  O jornalista não é
  um mensageiro
 
  Critérios, géneros
  e técnicas
  Os factos e a opinião
  Regras de construção
  O rigor da escrita
  A fotografia
  A publicidade
 
  PARTE II
  Alfabeto do PÚBLICO
  Palavras, expressões e   conceitos
  A B C D E F G H I J K L M N
  O P Q R S T U V W X Y Z
 
  Normas e nomenclaturas
  Acentuação
  Verbos
  Maiúsculas & minúsculas
  Topónimos estrangeiros
  Siglas
  Factores de conversão
  Hierarquias (militares e   policiais)
  Religiões
 
  ANEXOS
  Fichas da lei
  Projecto PÚBLICO
  na Escola
  Regulamento do Conselho de
  Redacção do PÚBLICO
  Estatuto do Provedor
  do Leitor do PÚBLICO
  Código Deontológico
  do Jornalista
 
  


Palavras, expressões e conceitos de A a Z

 

   

na medida em que — Quase sempre expressão-muleta, dispensável.

nação — Só se usa com maiúscula quando se emprega individualmente, sem qualificativos, e se refere à nação portuguesa.

nacional-socialismo (nazismo)

nacional-socialista, nacionais-socialistas

nada a ver — Dif. de "nada a haver" (a receber).

navio-escola, navios-escolas

navio-tanque, navios-tanques

negoceio — Preferível a "negocio".

neo- — Com hífen antes de vogal, h, r ou s: neo-escolástico, neo-helénico, neo-republicano, neo-social.

neologismos — Admissíveis, se não se abusar, mas devem ser devidamente aportuguesados. Pode-se criar palavras novas para circunstância específicas, como foi o caso do "buzinão", no "garrafão" da ponte (cf. vocabulário), ou para discorrer ou dar mais expressividade a uma ideia num contexto delimitado, mas não se deve inventar sem bases ou porque se desconhecem termos apropriados já existentes.

ninguém — Concordância verbal sempre no singular.

ninguém / alguém — Mas outrem, nuvem (a tónica é diferente).

nitro- — Sem hífen: nitroglicerina.

nizaris Cf. Dic. islâmico, Religiões.

nomenclatura — Método para classificar; lista.

"nomenklatura" — Do russo, refere a elite dirigente.

Nomes 1. O primeiro dado de uma identificação é o nome, mas não é o único (cf. identificação). 2. As assinaturas escrevem-se com o nome do bilhete de identidade dos redactores, colaboradores e articulistas do jornal (cf. assinaturas). 3. Os nomes citados respeitam a ortografia actualizada do português, excepto os de figuras da cena pública que vão conforme a norma adoptada pessoalmente, como é o caso de políticos (Nuno Krus Abecasis, Maria de Lourdes Pintasilgo), escritores e intelectuais (António Callabo, Ruy Cinatti, Sant’Anna Dionísio), artistas e cantores (Ney Matto Grosso). 4. Nos nomes estrangeiros, a regra é respeitar a grafia original do nome de personagens vivas ou de um passado recente (Raúl Alfonsíne, Martin Luther King), mas adoptar a forma aportuguesada para figuras históricas (Carlos Magno, Martinho Lutero). 5. Os nomes dados a barcos e a animais escrevem-se entre aspas: a "Sagres"; o "Tareco" (cf. aspas).

notas — Notas, textos de crítica e recensões sobre filmes, livros, discos, teatro, exposições e espectáculos em geral serão introduzidos por uma breve memória descritiva dos objectos criticados. Esta introdução deverá ser escrita em linguagem jornalística e acessível ao comum dos leitores (cf. anotações).

notas de redacção 1. O PÚBLICO publicará notas de redacção só quando estiver em causa a verdade dos factos ou houver acusações à boa-fé do jornalista. Em todas as outras situações — por exemplo, nas Cartas ao Director emitindo opiniões sobre textos publicados no jornal —, tem de se evitar a tendência de os jornalistas responderem às intervenções dos leitores. A diferença de perspectiva ou opinião entre o jornalista e o leitor é natural e saudável e o jornalista não deve cair em querer ter sempre a última palavra. 2. O critério da publicação de notas de redacção depende do editor responsável ou da Direcção. 3. As notas de redacção nunca podem ter um estilo grosseiro ou insultuoso, nem servir para "private jokes" ou "indirectas", mas a sobriedade e o comedimento não invalidam o cariz incisivo ou acutilante — e muito menos a polémica e o debate de ideias, devidamente consagrados nas páginas do PÚBLICO. 4. A resposta deverá, então, ser concisa e curta, antecedida da fórmula clássica abreviada N.R. — em caixa alta, a negro, com pontos e sem espaços, seguida de travessão e respectivo texto, em itálico, terminando com as iniciais do jornalista, se o trabalho a que se refere tiver sido assinado; se a resposta for de um ou colaborador, escreve-se: Resposta de... (nome do colaborador por extenso).

note-se que — Não abusar do seu emprego. Em geral, é uma muleta de linguagem que não faz falta nenhuma.

notíciaCf. destaque, abertura, notícias. 1. O PÚBLICO procura formas inovadoras de noticiar, interpretar e editar a actualidade. É preciso atacar frontalmente os factos e organizar a peça com uma cadência apelativa e tecnicamente eficaz, fornecendo também ao leitor o contexto dos factos, situações, personagens ou objectos, captados através de uma observação arguta (cf. criatividade). 2. A notícia não se reduz, no PÚBLICO, ao telex de agência — mero ponto de partida para uma informação mais completa (mesmo no âmbito das Breves) — e não dispensa o "background" (cf. "background"), nem a relação dos factos noticiados com outros que os condicionam. Esse enquadramento pressupõe, naturalmente, a capacidade de interpretar (cf. interpretação) aquilo que é mais relevante e significativo para uma apresentação rigorosa e sugestiva dos factos. 3. Na valorização de uma notícia influem critérios de interesse jornalístico, como o impacte, a proximidade, a relevância, a raridade, a oportunidade da informação, a utilidade para os leitores e outros (cf. interesse jornalístico). 4. Notícias em primeira mão e informação em geral dependem em boa parte de os jornalistas disporem de uma rede de contactos com credibilidade reconhecida nas respectivas áreas de trabalho (cf. fontes). 5. O "lead" de uma notícia não deve ultrapassar os 300 caracteres. Já o arranque dos textos de outros géneros jornalísticos pode ser maior. Parágrafos ou períodos demasiado compridos provocam dispersão e cansaço no leitor (cf. construção, concisão, futuro, linguagem, vocabulário).

notícias — Numa hierarquização das notícias e material informativo, distinguem-se diferentes planos, pertencendo ao 1º plano o(s) destaque(s) e as peças de abertura de cada secção (cf. destaque, abertura). 1. Notícias de 2º plano: a) texto entre 2000 e 3500 caracteres, fundamentalmente noticioso, mas incluindo "background", ambiente, interpretação; b) antetítulo com uma ou duas palavras: localização física, sugestão temática ou ambiental— sem verbo; título descritivo — com verbo; eventualmente fotografia, com legenda; entrada, se tiver, justificada de ambos os lados; capitular (com entrada) ou uma ou duas palavras em caixa alta (sem entrada). 2. Fotonotícia: a) cabe-lhe um espaço idêntico ao de uma notícia de 2º plano, inclui um pequeno texto com um máximo de 500 caracteres integrando a imagem no seu contexto específico, mas sem qualquer retórica "poética" (ou do género: o nosso fotógrafo estava lá e captou a imagem...); b) a inclusão da fotonotícia é determinada pelas suas virtualidades próprias, do ponto de vista dramático e informativo. Cf. fotonotícia. 3. "Cartoons": a) tal como as fotonotícias, são escolhidos pelas suas virtualidades dramáticas e informativas e desde que tenham expressão autónoma; b) está excluído, em princípio, qualquer texto ou legenda. Cf. "cartoon". 4. Notícias de 3º plano: a) não devem ultrapassar os 2000 caracteres de texto exclusivamente noticioso, com um "background" mínimo; b) antetítulos e títulos como os das notícias de 2º plano, mas adaptados ao espaço menor; eventualmente fotografias: caras em grande plano (de preferência com corte em cima e em baixo, "à inglesa"); sem entrada e sem capitular. 5. Breves e últimas: a) não podem ultrapassar os 500 caracteres, num estilo rápido, quase telegráfico, tipo "flash"; b) quando paginadas a duas colunas, podem incluir fotos, gráficos ou outro material documental; c) não são assinadas. 6. Informações úteis: meteorologia; cinemas, teatros, exposições; farmácias de serviço; telefones de urgência. Cf. informação útil.

Nova Iorque — E nova-iorquino (cf. Topónimos).

novel — Não acentuada, é muitas vezes mal pronunciada.

novidade — A novidade de uma informação pode determinar o ângulo de abordagem da notícia. O "lead" deve conter sempre um elemento de novidade e frescura noticiosa; "lead" puro é aquele que introduz uma novidade absoluta, uma notícia em primeira mão. O jornalista deve estar sempre disponível para captar e interpretar os aspectos novos e inesperados das situações, os sinais de mudança, as perspectivas que se abrem no panorama nacional e internacional.

"nuance" — Galicismo com correspondência portuguesa: tonalidade, matiz, variante, cambiante, subtileza.

números 1. Numeração arábica: a) Utilizam-se sempre algarismos arábicos para escrever números constantes de tabelas, relatórios financeiros, enunciados matemáticos, estatísticas, resultados eleitorais ou desportivos, idade de pessoas, endereços, horas, datas (que não os séculos) e numeração de páginas. b) Os números dividem-se em grupos de três algarismos, contados a partir das unidades, com um ponto final a separar cada dois desses grupos. Quando o número é formado apenas por quatro algarismos, estes grafam-se juntos e sem ponto. Utiliza-se a vírgula (e só a vírgula) para separar as casas decimais. Ex.: 87; 4357; 87.325; 1.936.468; 2458,82; 37.624,16. c) Os números até dez são grafados por extenso, e só a partir de 11 se usam algarismos. No entanto, quando se trata de um número algo extenso, a sua leitura e compreensão poderá ser mais fácil, se ele for escrito parte em algarismos e parte por extenso. Ex.: 324 mil ecus; 20 milhões e 450 mil contos ou 20,45 milhões de contos; 1,852 milhões de dólares. d) Dão-se sempre números precisos ao leitor; quando não for possível, opte-se por um valor mínimo (ou máximo, consoante o caso) que confira um carácter menos vago à informação: "mais de 980 contos" em vez de "cerca de mil contos" (o arredondamento dos números empobrece escusadamente a informação). E, sempre que possível, com um termo de comparação acessível e rápida (cf. precisão). e) Os numerais que iniciam períodos, títulos, antetítulos, etc., devem ser escritos por extenso. Ex.: Quinze dias após o espectáculo… Trinta intelectuais subscreveram o protesto. Se o número for muito extenso, pode-se, p. ex., começar por "um total de" seguido de algarismos. f) As expressões meia hora e meio minuto são preferíveis às formas 30 minutos e 30 segundos (cf. horas). g) Um bilião é um milhão de milhões (cf. bilião). h) Milhares, se forem dezenas ou centenas, são dezenas de milhares ou centenas de milhares (cf. milhares). 2. Numeração romana: a) Utiliza-se na identificação de papas, reis e rainhas; nas ordenações em vários livros, tomos, partes, capítulos, etc.; nos actos das peças teatrais; na indicação dos séculos. Ex.: o Papa João Paulo II, D. Pedro II, século XX. b) Ao transcrever os títulos de congressos, seminários, encontros, conferências, colóquios e outras reuniões, respeita-se a opção dos promotores das iniciativas: IV Encontro; 9ª Conferência. 3. Ordinais: até nove, os ordinais grafam-se indistintamente, conforme as circunstâncias: primeiro ou 1º, terceiro ou 3º, oitavo ou 8º; a partir de 10, adopta-se a forma abreviada: 20º, 36º, 89º, etc. 4. Percentagem: as percentagens obedecem ao mesmo critério geral da grafia dos números, escrevendo-se sempre por extenso o símbolo — 34 por cento dos portugueses inquiridos... —, salvo em quadros, gráficos, etc., em que se usa % (cf. percentagem).

"numerus clausus" — Expressão latina, sempre no singular.

"nusayritas" Cf. Dic. islâmico, Religiões.

   
   
 
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