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Palavras, expressões e conceitos de A a Z
na medida em que
Quase sempre expressão-muleta, dispensável.
nação Só se usa com maiúscula quando
se emprega individualmente, sem qualificativos, e se refere à nação
portuguesa.
nacional-socialismo (nazismo)
nacional-socialista, nacionais-socialistas
nada a ver Dif. de "nada a haver"
(a receber).
navio-escola, navios-escolas
navio-tanque, navios-tanques
negoceio Preferível a "negocio".
neo- Com hífen antes de vogal, h,
r ou s: neo-escolástico, neo-helénico, neo-republicano,
neo-social.
neologismos Admissíveis, se não se abusar,
mas devem ser devidamente aportuguesados. Pode-se criar palavras
novas para circunstância específicas, como foi o caso do "buzinão",
no "garrafão" da ponte (cf. vocabulário), ou para
discorrer ou dar mais expressividade a uma ideia num contexto delimitado,
mas não se deve inventar sem bases ou porque se desconhecem termos
apropriados já existentes.
ninguém Concordância verbal sempre no
singular.
ninguém / alguém Mas outrem, nuvem (a
tónica é diferente).
nitro- Sem hífen: nitroglicerina.
nizaris Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
nomenclatura Método para classificar;
lista.
"nomenklatura" Do russo, refere
a elite dirigente.
Nomes 1. O primeiro dado de uma
identificação é o nome, mas não é o único (cf. identificação).
2. As assinaturas escrevem-se com o nome do bilhete de identidade
dos redactores, colaboradores e articulistas do jornal (cf. assinaturas).
3. Os nomes citados respeitam a ortografia actualizada do
português, excepto os de figuras da cena pública que vão conforme
a norma adoptada pessoalmente, como é o caso de políticos (Nuno
Krus Abecasis, Maria de Lourdes Pintasilgo), escritores e intelectuais
(António Callabo, Ruy Cinatti, SantAnna Dionísio), artistas
e cantores (Ney Matto Grosso). 4. Nos nomes estrangeiros,
a regra é respeitar a grafia original do nome de personagens vivas
ou de um passado recente (Raúl Alfonsíne, Martin Luther King), mas
adoptar a forma aportuguesada para figuras históricas (Carlos Magno,
Martinho Lutero). 5. Os nomes dados a barcos e a animais
escrevem-se entre aspas: a "Sagres"; o "Tareco"
(cf. aspas).
notas Notas, textos de crítica e recensões
sobre filmes, livros, discos, teatro, exposições e espectáculos
em geral serão introduzidos por uma breve memória descritiva dos
objectos criticados. Esta introdução deverá ser escrita em linguagem
jornalística e acessível ao comum dos leitores (cf. anotações).
notas de redacção 1. O PÚBLICO
publicará notas de redacção só quando estiver em causa a verdade
dos factos ou houver acusações à boa-fé do jornalista. Em todas
as outras situações por exemplo, nas Cartas ao Director emitindo
opiniões sobre textos publicados no jornal , tem de se evitar
a tendência de os jornalistas responderem às intervenções dos leitores.
A diferença de perspectiva ou opinião entre o jornalista e o leitor
é natural e saudável e o jornalista não deve cair em querer ter
sempre a última palavra. 2. O critério da publicação de notas
de redacção depende do editor responsável ou da Direcção. 3.
As notas de redacção nunca podem ter um estilo grosseiro ou insultuoso,
nem servir para "private jokes" ou "indirectas",
mas a sobriedade e o comedimento não invalidam o cariz incisivo
ou acutilante e muito menos a polémica e o debate de ideias,
devidamente consagrados nas páginas do PÚBLICO. 4. A resposta
deverá, então, ser concisa e curta, antecedida da fórmula clássica
abreviada N.R. em caixa alta, a negro, com pontos e sem espaços,
seguida de travessão e respectivo texto, em itálico, terminando
com as iniciais do jornalista, se o trabalho a que se refere tiver
sido assinado; se a resposta for de um ou colaborador, escreve-se:
Resposta de... (nome do colaborador por extenso).
note-se que Não abusar do seu emprego.
Em geral, é uma muleta de linguagem que não faz falta nenhuma.
notícia Cf. destaque, abertura, notícias.
1. O PÚBLICO procura formas inovadoras de noticiar, interpretar
e editar a actualidade. É preciso atacar frontalmente os factos
e organizar a peça com uma cadência apelativa e tecnicamente eficaz,
fornecendo também ao leitor o contexto dos factos, situações, personagens
ou objectos, captados através de uma observação arguta (cf. criatividade).
2. A notícia não se reduz, no PÚBLICO, ao telex de agência
mero ponto de partida para uma informação mais completa (mesmo
no âmbito das Breves) e não dispensa o "background"
(cf. "background"), nem a relação dos factos noticiados
com outros que os condicionam. Esse enquadramento pressupõe, naturalmente,
a capacidade de interpretar (cf. interpretação) aquilo que
é mais relevante e significativo para uma apresentação rigorosa
e sugestiva dos factos. 3. Na valorização de uma notícia
influem critérios de interesse jornalístico, como o impacte, a proximidade,
a relevância, a raridade, a oportunidade da informação, a utilidade
para os leitores e outros (cf. interesse jornalístico). 4.
Notícias em primeira mão e informação em geral dependem em boa parte
de os jornalistas disporem de uma rede de contactos com credibilidade
reconhecida nas respectivas áreas de trabalho (cf. fontes).
5. O "lead" de uma notícia não deve ultrapassar
os 300 caracteres. Já o arranque dos textos de outros géneros jornalísticos
pode ser maior. Parágrafos ou períodos demasiado compridos provocam
dispersão e cansaço no leitor (cf. construção, concisão, futuro,
linguagem, vocabulário).
notícias Numa hierarquização das notícias
e material informativo, distinguem-se diferentes planos, pertencendo
ao 1º plano o(s) destaque(s) e as peças de abertura de cada secção
(cf. destaque, abertura). 1. Notícias de 2º plano:
a) texto entre 2000 e 3500 caracteres, fundamentalmente noticioso,
mas incluindo "background", ambiente, interpretação; b)
antetítulo com uma ou duas palavras: localização física, sugestão
temática ou ambiental sem verbo; título descritivo
com verbo; eventualmente fotografia, com legenda; entrada, se tiver,
justificada de ambos os lados; capitular (com entrada) ou uma ou
duas palavras em caixa alta (sem entrada). 2. Fotonotícia:
a) cabe-lhe um espaço idêntico ao de uma notícia de 2º plano,
inclui um pequeno texto com um máximo de 500 caracteres integrando
a imagem no seu contexto específico, mas sem qualquer retórica "poética"
(ou do género: o nosso fotógrafo estava lá e captou a imagem...);
b) a inclusão da fotonotícia é determinada pelas suas virtualidades
próprias, do ponto de vista dramático e informativo. Cf. fotonotícia.
3. "Cartoons": a) tal como as fotonotícias,
são escolhidos pelas suas virtualidades dramáticas e informativas
e desde que tenham expressão autónoma; b) está excluído,
em princípio, qualquer texto ou legenda. Cf. "cartoon".
4. Notícias de 3º plano: a) não devem ultrapassar
os 2000 caracteres de texto exclusivamente noticioso, com um "background"
mínimo; b) antetítulos e títulos como os das notícias de
2º plano, mas adaptados ao espaço menor; eventualmente fotografias:
caras em grande plano (de preferência com corte em cima e em baixo,
"à inglesa"); sem entrada e sem capitular. 5. Breves
e últimas: a) não podem ultrapassar os 500 caracteres, num
estilo rápido, quase telegráfico, tipo "flash"; b)
quando paginadas a duas colunas, podem incluir fotos, gráficos ou
outro material documental; c) não são assinadas. 6.
Informações úteis: meteorologia; cinemas, teatros, exposições; farmácias
de serviço; telefones de urgência. Cf. informação útil.
Nova Iorque E nova-iorquino
(cf. Topónimos).
novel Não acentuada, é muitas vezes
mal pronunciada.
novidade A novidade de uma informação
pode determinar o ângulo de abordagem da notícia. O "lead"
deve conter sempre um elemento de novidade e frescura noticiosa;
"lead" puro é aquele que introduz uma novidade absoluta,
uma notícia em primeira mão. O jornalista deve estar sempre disponível
para captar e interpretar os aspectos novos e inesperados das situações,
os sinais de mudança, as perspectivas que se abrem no panorama nacional
e internacional.
"nuance" Galicismo com correspondência
portuguesa: tonalidade, matiz, variante, cambiante, subtileza.
números 1. Numeração arábica:
a) Utilizam-se sempre algarismos arábicos para escrever números
constantes de tabelas, relatórios financeiros, enunciados matemáticos,
estatísticas, resultados eleitorais ou desportivos, idade de pessoas,
endereços, horas, datas (que não os séculos) e numeração de páginas.
b) Os números dividem-se em grupos de três algarismos, contados
a partir das unidades, com um ponto final a separar cada dois desses
grupos. Quando o número é formado apenas por quatro algarismos,
estes grafam-se juntos e sem ponto. Utiliza-se a vírgula (e só a
vírgula) para separar as casas decimais. Ex.: 87; 4357; 87.325;
1.936.468; 2458,82; 37.624,16. c) Os números até dez são
grafados por extenso, e só a partir de 11 se usam algarismos. No
entanto, quando se trata de um número algo extenso, a sua leitura
e compreensão poderá ser mais fácil, se ele for escrito parte em
algarismos e parte por extenso. Ex.: 324 mil ecus; 20 milhões e
450 mil contos ou 20,45 milhões de contos; 1,852 milhões de dólares.
d) Dão-se sempre números precisos ao leitor; quando não for
possível, opte-se por um valor mínimo (ou máximo, consoante o caso)
que confira um carácter menos vago à informação: "mais de 980
contos" em vez de "cerca de mil contos" (o arredondamento
dos números empobrece escusadamente a informação). E, sempre que
possível, com um termo de comparação acessível e rápida (cf.
precisão). e) Os numerais que iniciam períodos, títulos,
antetítulos, etc., devem ser escritos por extenso. Ex.: Quinze dias
após o espectáculo
Trinta intelectuais subscreveram o protesto.
Se o número for muito extenso, pode-se, p. ex., começar por "um
total de" seguido de algarismos. f) As expressões meia
hora e meio minuto são preferíveis às formas 30 minutos e 30 segundos
(cf. horas). g) Um bilião é um milhão de milhões (cf.
bilião). h) Milhares, se forem dezenas ou centenas, são
dezenas de milhares ou centenas de milhares (cf. milhares).
2. Numeração romana: a) Utiliza-se na identificação
de papas, reis e rainhas; nas ordenações em vários livros, tomos,
partes, capítulos, etc.; nos actos das peças teatrais; na indicação
dos séculos. Ex.: o Papa João Paulo II, D. Pedro II, século XX.
b) Ao transcrever os títulos de congressos, seminários, encontros,
conferências, colóquios e outras reuniões, respeita-se a opção dos
promotores das iniciativas: IV Encontro; 9ª Conferência. 3.
Ordinais: até nove, os ordinais grafam-se indistintamente, conforme
as circunstâncias: primeiro ou 1º, terceiro ou 3º, oitavo ou 8º;
a partir de 10, adopta-se a forma abreviada: 20º, 36º, 89º, etc.
4. Percentagem: as percentagens obedecem ao mesmo critério
geral da grafia dos números, escrevendo-se sempre por extenso o
símbolo 34 por cento dos portugueses inquiridos... ,
salvo em quadros, gráficos, etc., em que se usa % (cf. percentagem).
"numerus clausus" Expressão
latina, sempre no singular.
"nusayritas" Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
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