Apresentação
Jorge Wemans
Jornais, rádios e televisões originam
por todo o mundo livros de estilo de vários formatos e ambições.
Uns, curtos e generalistas, outros, enormes e casuísticos.
Alguns com a pretensão restrita de contribuírem para
o correcto uso da língua e de assinalarem as convenções
do discurso próprio de cada órgão de comunicação.
Muitos fazem questão em referir os princípios éticos
a que se obrigam na relação com as fontes, os leitores
e o interesse público e publicitar as normas que querem respeitar
quando referem ou nomeiam pessoas (individuais ou colectivas) na
informação que divulgam.
Diversidade de objectivos, mas também diversidade
de autores. Desde os livros de estilo redigidos pelo proprietário
do órgão de comunicação, como concretização
do estatuto editorial que lhe impôs, até aos elaborados
com participação de toda a Redacção.
O Livro de Estilo do PÚBLICO que agora se edita
vincula o jornal e os seus jornalistas a princípios éticos
e normas técnicas mais restritos do que os definidos pelo
Código Deontológico do Jornalista e nos manuais de
jornalismo. Além de incluir o conjunto de convenções
que fazem da escrita do PÚBLICO uma linguagem peculiar.
Divulgada pela primeira vez sob a forma de livro,
esta obra é basicamente a mesma que se concluiu em finais
de 1989 como resultado de uma reflexão participada pela maior
parte dos jornalistas que transformaram o projecto concebido nesse
ano no jornal que chegou às mãos dos leitores a 5
de Março de 1990. Animado e orientado por Vicente Jorge Silva,
esse trabalho teve então em José Mário Costa
um auxiliar precioso que é justo recordar.
Conservar esse espírito inicial, depurando-o
de algumas formulações que o tempo havia mostrado
desajustadas, e rever o todo de modo a torná-lo mais consistente
e útil foi o trabalho a que se dedicou uma vasta equipa que
tive o gosto de coordenar.
Cabe agradecer em especial aos "copydesks"
da Redacção de Lisboa, Rita Veiga, Manuela Barreto,
José Imaginário, Paulo Madeira, Pedro Palma, André
Lopes, João Palma, Manuela Gomes e Rita Pimenta. Agradeço
não tanto o seu trabalho de revisão de provas, mas
sobretudo as inúmeras redacções alternativas
que propuseram e o Alfabeto do PÚBLICO que refizeram na sua
quase totalidade.
Graças à persistência do director
interino Nuno Pacheco, os dois primeiros capítulos foram
distribuídos aos jornalistas do PÚBLICO de quem recebi
inúmeras propostas de alterações. Além
da participação destes, é justo salientar algumas
contribuições específicas. César Camacho
e José Bento Amaro produziram o léxico sobre as hierarquias
das Forças Armadas e das Forças de Segurança.
Fernando Correia de Oliveira permitiu a introdução
das indicações sobre a grafia do "pinyim".
Margarida Santos Lopes contribuiu com o dicionário islâmico,
enquanto Isabel Coutinho coligiu as notas sobre o budismo e António
Marujo organizou as referentes às religiões cristãs.
A colaboração de que este livro gozou
não se restringiu, porém, aos muros do PÚBLICO.
Paresh Lauchande Waghela, conselheiro da comunidade hindu em Portugal,
foi precioso no esclarecimento da terminologia própria da
sua comunidade. Papel semelhante, em relação ao judaísmo,
desempenhou Esther Mucznik, da direcção da comunidade
israelita em Portugal. Noutro campo, Francisco Teixeira da Mota,
amigo da primeira hora e advogado do jornal em todos os seus litígios
no que toca ao que aqui se escreve e reproduz, redigiu as Fichas
da Lei.
A Ivone Ralha devemos a capa e a concepção
gráfica do livro.
Um Livro de Estilo não é obra acabada.
Apenas pode aspirar a ver terminada cada uma das suas edições.
Embora há muito utilizado internamente, esta é a primeira
vez que é editado para o público em geral. A grande
qualidade deste livro é existir. Para que o confronto entre
a prática diária e o que nele se consigna obrigue
a novas edições.
Dezembro de 1997
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