ÍNDICE
  Prefácio
  Apresentação
  Guia de leitura
 
  PARTE I
  Introdução
 
  Ética e deontologia
  Estatuto editorial
  Princípios e normas de   conduta profissional
  Informar sem manipular,
  difamar ou intoxicar
  Privacidade
  e responsabilidade
  Seriedade e credibilidade
  O jornalista não é
  um mensageiro
 
  Critérios, géneros
  e técnicas
  Os factos e a opinião
  Regras de construção
  O rigor da escrita
  A fotografia
  A publicidade
 
  PARTE II
  Alfabeto do PÚBLICO
  Palavras, expressões e   conceitos
  A B C D E F G H I J K L M N
  O P Q R S T U V W X Y Z
 
  Normas e nomenclaturas
  Acentuação
  Verbos
  Maiúsculas & minúsculas
  Topónimos estrangeiros
  Siglas
  Factores de conversão
  Hierarquias (militares e   policiais)
  Religiões
 
  ANEXOS
  Fichas da lei
  Projecto PÚBLICO
  na Escola
  Regulamento do Conselho de
  Redacção do PÚBLICO
  Estatuto do Provedor
  do Leitor do PÚBLICO
  Código Deontológico
  do Jornalista
 
  


Palavras, expressões e conceitos de A a Z

 

   

"ecce homo"

eco — Evite-se a repetição desagradável de fonemas no fim das palavras: "Neste momento tive um aumento de vencimento." O cuidado deve ser redobrado em títulos e antetítulos.

eco- — Sem hífen: ecoproduto, ecossistema

economês — Mesmo num texto de economia, a linguagem muito técnica ou o abuso de estrangeirismos podem torná-lo pouco claro para o leitor comum, e por isso são de evitar. Não se deve recorrer a palavras estrangeiras quando existe uma tradução exacta em português: "sponsorizar" (patrocinar), "standardização" (normalização ou padronização). São de evitar o exagero de tecnicismos como "budget" (orçamento), "management" (gestão), "outplacement" (deslocalização), "partnership" (parceria), ou frases como: "A economia nacional vai sofrer um processo de desinflacionamento parcial, devido ao efeito ‘boomerang’ da refrigeração escalonada e atempada das ‘tranches’ decididas pelos ‘executive search’ das ‘cities council’ europeias, através do recurso ao ‘outsourcing’..."

ecrã

ecu ("European currency unit") — Usa-se como nome comum, fazendo o plural com s : ecu/ecus.

edifícios — Os nomes dos edifícios não levam aspas e são escritos com maiúscula inicial.

editorial — Texto breve de opinião, claro e incisivo, assinado por um elemento da Direcção editorial e que exprime as posições do jornal perante os factos da actualidade.

efeito de estufa — Sem hífen e sempre sem aspas.

egoísmo e heroísmo, mas maoismo, tauismo.

electro- — Com hífen, quando tem o mesmo "peso" que o segundo elemento: processos electro-químicos (processos eléctricos e químicos); sem hífen no caso contrário: electrotécnico (um técnico de electricidade).

elenco — Não se invente o verbo elencar; use-se enumerar.

elite — Em português não é acentuada.

-ê-lo-emos — Terminação acentuada nas formas pronominais. Ex.: Vê-lo-emos depois.

(e)lucubração

eludir — Evitar com destreza, dif. de iludir, criar ilusões. Ex.: os políticos são hábeis a eludir as questões incómodas.

em — Vê-se com frequência verbos mal regidos pela preposição em, pelo que se aconselha a consulta de um dicionário de verbos, ou deste Alfabeto, onde foram incluídos os casos em que se verificam mais enganos (cf. regências).

em curso — Um processo em curso, mas preferível "o ano corrente".

em termos de

embargo 1. O PÚBLICO não publica informações, dados ou apelos contrários ao bem-estar dos cidadãos, à segurança e saúde públicas; mandados policiais ou similares; manifestos partidários ou propostas conducentes à violência política, criminal, etc. Fora isso, a única limitação ao dever de informar, para além dos casos de ordem privada dos cidadãos, é a segurança de alguém: perigo de vida ou de represálias, casos de sequestro, chantagem ou prejuízo importante, pessoal ou profissional. Cabe ao jornalista e à Direcção avaliar se há que embargar, pura e simplesmente, a informação, se providenciar a não identificação/localização da(s) pessoa(s) em causa. 2. Em casos de exigência de anonimato ou de "off the record", se o jornalista considerar estar a ser objecto de algum condicionamento, deve recusar receber as informações. De qualquer modo, as informações fornecidas com qualquer embargo deverão ser sempre reconfirmadas e discutidas previamente com o responsável do sector. E, quando se trate de opiniões, o PÚBLICO só reproduz as que forem atribuíveis a fontes claramente identificadas. Se subsistirem dúvidas quanto à veracidade de uma informação, é preferível adiar a sua publicação, sacrificando, inclusive, a actualidade. 3. Em situações de "blackout" à imprensa, deve-se ponderar em que condições se faz o reatamento noticioso: por exemplo, se é quando e porque mais convém a quem o impôs, não esquecendo, em todo o caso, que o dever primeiro do jornalista continua a ser informar. As situações de "blackout" terão de ser constantemente recordadas, mesmo quando a imprensa for protagonista.

embriaguez — Tal como nudez e xadrez.

emersão

emigrante — Não confundir com imigrante. Ex.: Muitos emigrantes portugueses vivem há décadas em França e na Alemanha. Em Portugal, trabalham milhares de imigrantes cabo-verdianos. N.B. — Em princípio, é de imigrantes que se trata quando há problemas de xenofobia.

eminente — Dif. de iminente. Ex.: um professor eminente; um perigo iminente.

emirado — Como reinado.

emoção — Interesse, emoção e vivacidade transmitem-se registando o clima, a cor e a acção das situações, captando pormenores e cambiantes das declarações pessoais. O distanciamento indispensável do jornalista perante os factos e as histórias não significa desinteresse ou insensibilidade, mas também não lhe permite que caia na emotividade.

empresas — Os nomes de empresas não levam aspas e são escritos com maiúscula inicial. Os respectivos órgãos sociais são escritos em caixa baixa: o conselho de administração da RTP.

encontro — A expressão ao encontro de é bem diferente da de encontro a. Ex.: A tua proposta vem ao encontro da minha ideia (aproximação). Distraiu-se e foi de encontro à parede (colisão).

enraizar — O verbo enraizar tens algumas formas que são acentuadas no i: enraízo, enraízas, enraíza, enraízaram (pres. ind.); enraíze, enraízes, enraíze, enraízem (pres. conj.); e enraíza (imper.).

ensimesmar-se — Este verbo tem a particularidade de uma dupla flexão pronominal reflexa (cf. Verbos).

"entertainment"

"entourage"

entrada 1. As peças jornalísticas de maior importância deverão ser precedidas de um curto texto (200 a 300 caracteres) que desperte a atenção e o interesse do leitor, deixando antever o clima e a tónica de abordagem do tema. 2. Não confundir com o "lead": a entrada seduz o leitor e incita-o a ler a peça; ao "lead" cabe destacar o essencial e a novidade; "lead" e entrada não devem ser repetitivos. Entrada, mais fotografia(s) e legenda(s), em conjunto com o bloco do título, devem ser complementares, dando logo uma informação mínima. 3. As entradas não deverão exceder os 300 caracteres, salvo no caso dos destaques e em circunstâncias em que o arranjo gráfico da página (conjugação com fotografia(s), etc.) o justifiquem — é o caso das superentradas. N.B. — A entrada é a síntese da peça — bem distinta do "lead" — e deve ser feita no fim do trabalho.

entre- — Com hífen antes de h: entre-hostil.

entreter-se — Como deter, obter, suster: ele entretém-se, detém, obtém, sustém; eles entretêm-se, detêm, obtêm, sustêm.

entrevista 1. Pode ser apresentada no discurso directo, segundo o modelo pergunta-resposta, ou no discurso indirecto, tendo as perguntas implícitas nas respostas ou explícitas no texto do redactor e admitindo-se, em circunstâncias especiais, diálogos curtos e rápidos. Em ambos os casos, convém indicar as circunstâncias e o local em que decorreu. Sobre a entrevista de pesquisa noticiosa (cf. citações). Um caso particular: as entrevistas a menores exigem cuidado especial, para prevenir hipotéticas represálias (situações familiares, testemunhos de crimes, etc.) e porque a imaturidade dos seus juízos pode prejudicar terceiros. 2. A entrevista como género autónomo pressupõe que o entrevistado aceita todas as questões que o jornalista entenda indispensáveis sobre o assunto, definido de comum acordo, assim como a publicação das suas respostas. Numa entrevista formal, cabe ao entrevistado precisar os limites do "off" e do "on the record". Do entrevistador requer uma intervenção activa na condução do diálogo, com perguntas ou interrupções, feitas a propósito e de forma concisa, para clarificar uma resposta ou uma ideia ou introduzir um novo tema, procurando sempre recolher declarações, informações ou opiniões originais do entrevistado. Evitem-se perguntas extensas. O objectivo da entrevista é pôr o entrevistado a falar. 3. Modelo editorial: a entrevista abrirá com um pequeno texto introdutório (até 400 caracteres) dando pormenores de reportagem (perfil do entrevistado, condições e local da entrevista). As perguntas são a negro e as respostas a fino. A primeira pergunta é antecedida de "PÚBLICO — ", a primeira resposta do nome por extenso do entrevistado, todo em caixa alta, seguido de travessão; as restantes perguntas e respostas são simplesmente introduzidas com "P. — " e "R. — ". Os subtítulos nunca devem ser inseridos entre uma pergunta e uma resposta:

PÚBLICO — Os seus livros são melancólicos. Em Barcelona, está quase sempre a chover...

MONTSERRAT ROIG — Ah, sim?

P. — A cidade é triste.

R. — Nunca tinha pensado nisso. Os escritores…

4. Recomendações: a) Uma entrevista não é uma discussão nem um debate e o jornalista deve perguntar, inquirir, levantar questões e procurar respostas, confrontar o entrevistado com as suas próprias contradições ou com factos e opiniões que contradizem o seu discurso, mas não impor a sua opinião. b) O jornalista não deve hostilizar o entrevistado, nem comportar-se de forma passiva ou subserviente perante contradições ou inverdades do entrevistado e é condição que tudo o que se escreva tenha sido levantado directamente ao interlocutor no decorrer da entrevista. c) Antes da entrevista, é indispensável que o entrevistador a prepare: sobre quem vai entrevistar — antecedentes, obra produzida, percurso — e sobre o tema da própria entrevista. d) O uso do gravador, recurso prático e aconselhável, indispensável nas entrevistas de maior fôlego, não dispensa em caso algum que se faça o registo escrito das declarações do entrevistado. e) A informalidade exclui o tratamento por tu, assim como também não é aceitável qualquer tipo de reverência, do género "V. Ex.ª", "Vossa Majestade" ou "Vossa Eminência". Formas como "senhor Presidente" ou "senhor ministro" admitem-se excepcionalmente, na primeira pergunta. f) A versão escrita da entrevista deve ser sempre trabalhada pelo próprio jornalista que a fez, mesmo quando a transcrição do registo magnético for efectuada por outrem. 5. A revisão do texto escrito das entrevistas pelos próprios entrevistados só será aceite em condições excepcionais acordadas com o editor e/ou a Direcção. 6. Também só em circunstâncias excepcionais o PÚBLICO publicará entrevistas por escrito e, quando o fizer, mencionará explicitamente esse facto.

enviado 1. As assinaturas dos textos de co-autoria vão por ordem alfabética, mas com prioridade dos enviados quando a origem da notícia ou o facto em causa assim o aconselharem. 2. "Enviado especial" é uma redundância da gíria jornalística.

envolvimento — Uma das normas de conduta dos jornalistas do PÚBLICO é o não envolvimento público em tomadas de posição de carácter político, comercial, religioso, militar, clubístico ou outras que, de algum modo, comprometam a imagem de independência do jornal e dos seu jornalistas. Também por isso todas as despesas de reportagem, contactos ou deslocações são sempre suportadas pelo jornal. Do mesmo modo, os jornalistas do PÚBLICO não aceitam presentes, viagens, convites ou benesses de qualquer género que possa condicionar a sua independência.

equidade 1. Deve ser uma preocupação em todos os casos que envolvam conflito de interesses. 2. Pelo princípio da equidade, qualquer informação desfavorável a uma pessoa ou entidade obriga a que se oiça sempre "o outro lado" em pé de igualdade. Se houver recusa frontal da(s) parte(s) acusada(s) em prestar declarações ou se tiver esgotado todas as possibilidades de ouvir a versão contrária, deve constar no texto a explicação desta situação, quanto mais específica, melhor. As pessoas sob acusação criminal não provada são tratadas como "acusadas" ou "suspeitas". Nos casos em julgamento, os depoimentos da defesa e da acusação devem merecer igual tratamento, evitando-se influenciar negativamente a imagem pública dos acusados, quase sempre sem hipóteses de se defenderem. As peças relativas a acusações têm de ser feitas em função do cruzamento de informações e nunca na perspectiva ou no interesse da fonte da origem. 3. Também em casos que possam envolver qualquer tipo de discriminação, deve prevalecer a equidade de tratamento — se a etnia (ou se é homossexual, ou alcoólico, ou deficiente físico, etc.) não é relevante, não se menciona; se se menciona, tem de se justificar. 4. Assuntos controversos, como a afluência a manifestações e comícios políticos, por exemplo, requerem igualmente distanciamento e equidade no tratamento.

"errare humanum est"

erros — O PÚBLICO não pretende ter o dom da infalibilidade, mas reclama dos seus jornalistas o menor número de erros e imprecisões. Nenhuma notícia deve sair a público sem a devida confirmação e absoluta confiança na fonte de origem. Mas, em caso de erro, o jornal retractar-se-á imediatamente com o destaque e a justificação proporcionais à informação original. Qualquer imprecisão deverá ser prontamente corrigida. Com a periodicidade adequada, O PÚBLICO Errou trará a correcção dos erros ou imprecisões que tenha impresso nas suas páginas em anteriores edições. Estatísticas erradas, nomes mal grafados, funções incorrectamente referidas, faltas de rigor e objectividade, informações falsas, declarações indevidamente atribuídas, são corrigidas por iniciativa própria do jornal.

es- / ex- — As palavras que começam pelo som "es"/"ex" prestam-se a inúmeros erros de ortografia, por isso é aconselhável o recurso a um prontuário ou dicionário sempre que não se tenha a certeza absoluta de como se escrevem.

escalar — Subir, trepar; distribuir trabalho segundo uma escala ou ordem.

escrita — Redigir de forma simples, concisa e clara, qualquer que seja a complexidade do assunto ou o género da mensagem jornalística é uma regra que não prescreve em nenhuma circunstância.

escola-modelo, escolas-modelo

esdrúxulas — As palavras esdrúxulas são sempre acentuadas na antepenúltima sílaba; de resto, em português não há acentos para além desta sílaba: conseguíssemos.

esotérico / exotérico / isotérico — Três significados muito diferentes, aliás, opostos, no que toca aos dois primeiros vocábulos. Esoterismo era uma doutrina secreta que alguns filósofos da Antiguidade apenas comunicavam aos iniciados — o adjectivo refere isso mesmo, "que é só para iniciados". Exotérica era a doutrina que se destinava a ser exposta em público, portanto, "vulgar", "comum". Já isotérica é a linha que numa carta geográfica passa pelos pontos onde a densidade do ar é igual.

Espaço Público — No Espaço Público, editam-se textos de opinião, que o jornal solicita ou aceita, de colaboradores regulares e/ou ocasionais, bem como de jornalistas do PÚBLICO, as Cartas ao Director, a rubrica Diz-se, com excertos de outros meios de comunicação social, as crónicas do provedor do leitor.

especialização — A especialização dos jornalistas do PÚBLICO por área de informação não os desobriga da interdisciplinaridade informativa do jornal.

espécimen ou espécime — Amostra, exemplo, modelo.

espectador — Que assiste ao espectáculo.

espiar / expiar — Dois verbos a não confundir: à família do primeiro pertencem espião, espia e espionagem; à do segundo, (bode) expiatório.

esplêndido — O substantivo é esplendor.

espólio — Refere-se a bens pós-morte, tendo um sentido mais restrito do que acervo.

espontâneo e espontaneidade.

esquisito — Tem um sentido menos comum que "estranho" ou "invulgar"; refere mais propriamente o que é delicado ou raro ou extravagante.

Estado — Sempre em caixa alta, quando se refere a país; mas escreve-se o estado de São Paulo, o estado de Nova Jérsia.

Estado(s)-membro(s)

estado-maior

Estaline

estático — Relativo à estática, como uma estátua. Dif. de extático (extasiado, em êxtase).

Estatuto Editorial — Os princípios incontornáveis dos jornalistas do PÚBLICO: indispensável ler.

estilo — O PÚBLICO tem um estilo próprio que identifica o jornal perante os seus leitores e a opinião pública em geral. Esse estilo integra os grandes princípios fundadores do jornalismo moderno e uma nova sensibilidade para captar e noticiar os acontecimentos. O rigor de uma informação completa e fundamentada — sobre factos e não sobre rumores —, a imparcialidade da atitude jornalística, a correcção, clareza e concisão da escrita são, para o PÚBLICO, regras essenciais, associadas à procura de formas inovadoras de noticiar, interpretar e editar a actualidade. A sintonia do PÚBLICO com o espírito de uma época de viragem é um dos traços que definem a sua personalidade jornalística. A informação complementar e diferente, o "background" e protagonização da notícia, a análise e a interpretação indispensáveis à sua compreensão integram e distinguem o estilo do PÚBLICO, que acolhe também a inovação da escrita jornalística, pela inventiva e criatividade dos seus redactores.

estrangeirismos — Estão distribuídos pelo Alfabeto segundo a ordem alfabética e devem ser grafados entre aspas. Há algumas excepções por os termos não terem correspondente em português e serem recorrentes nas páginas do PÚBLICO: jazz, rock, rock’n’roll, pop, top, surf. Cf. aspas.

Estoi — O nome desta terra algarvia pronuncia-se com ditongo fechado (oi, como em boi) e, embora esteja registado como Estói (acentuado), é legítimo o protesto da população que reclama que não se use o acento.

estratego

estrato — Camada: estratos sociais, estratos da crusta terrestre. Dif. de extracto, parte que foi extraída: extracto bancário (do movimento da conta). Cf. extracto.

estrear-se — Um filme estreia-se.

Estremadura — Província de Portugal. Em Espanha é que há a Extremadura.

estremar — Pôr estremas (num terreno).

"etarra" — Sempre entre aspas, porque esta designação dos militantes da ETA (País Basco, Espanha) tem uma carga pejorativa.

ética — O casamento entre técnica e ética é um contrato essencial da vocação jornalística. A criatividade e o rigor técnico não são concebíveis sem um código ético que identifica os jornalistas do PÚBLICO, independentemente das suas opções privadas. As fontes e o sigilo profissional, a responsabilização do jornal e do jornalista são fundamentalmente questões de princípio e de ética.

estultice

estupro

eu — As vedetas do PÚBLICO são as notícias e quem as protagoniza, nunca quem as conta, por isso, a utilização da primeira pessoa do singular está excluída no relato das situações, salvo em circunstâncias especiais, que terão sempre de ser definidas com o editor ou com a Direcção, e nas colunas personalizadas dos colaboradores permanentes ou ocasionais.

euro — Nome da nova moeda comum da União Europeia que passará a circular, em notas e moedas, a partir de Janeiro de 2002; seis meses depois as moedas nacionais deixarão de circular. O euro já existirá em moeda escritural (cheques e transferências bancárias) em 1999.

euro-africano

euro-americano

euro-asiático

evacuar — Verbo cuja utilização requer alguma cautela e que (tal como evacuação) é de evitar em títulos. Só os locais são evacuados, as pessoas são retiradas e, às vezes, basta explicar que foram transportadas para, realojadas noutro lugar…

"eventually" — Atenção à tradução deste advérbio, que não tem a ver com eventualidade; em inglês significa "por fim", podendo traduzir-se em conjunto com o verbo que o acompanha por "acabar por/vir a + verbo": Many refugees eventually died of hunger = Muitos refugiados acabaram por (vieram a) morrer de fome.

evocar / invocar — São quase sinónimos, mas em certas expressões fixou-se um deles: evocar o passado (recordar, reproduzir na mente); cerimónia evocativa; evocar os espíritos (chamar para que apareçam); invocar a Virgem (chamar em auxílio); invocar o perdão (suplicar); invocar um testemunho (recorrer a ele).

ex- — Não tem sentido escrever "o ex-ministro da Informação no Governo de Sá Carneiro". Escreva-se sem "ex-" ou simplesmente "o ex-ministro da Informação Daniel Proença de Carvalho".

"ex aequo" — Expressão latina, entre aspas e sem hífen (não há hífens em latim), que significa "com igual mérito".

ex-administrador-geral

"ex cathedra" (autoritariamente)

ex-director-geral

ex-líbris

ex-vice-reitor

exactidão — A exactidão dos factos relatados e a fidelidade das opiniões recolhidas é uma meta que o PÚBLICO procura todos os dias alcançar, visando a objectividade jornalística.

excepção

exclamação — O ponto de exclamação é desaconselhado nos textos jornalísticos, salvo na reprodução literal de uma declaração enfática: "Sinto-me ofendido!"

exclusivo — Informação total ou parcialmente publicada por um único órgão e cujos direitos este reserva para si. Quando se trata de uma notícia em primeira mão, chama-se-lhe "cacha", na gíria jornalística.

exequível

exotérico — Dif. de esotérico e de isotérico. Cf. esotérico.

expectante — Na expectativa.

expectativa — A expressão expectativas futuras é um pleonasmo.

expedito — Desembaraçado.

expressividade — É uma qualidade a ter em conta nas entrevistas de pesquisa noticiosa: as frases e expressões reproduzidas devem ser sempre as mais importantes, expressivas e espontâneas da personagem da notícia.

extasiado — Em êxtase. Não confundir com estático (como uma estátua).

extensão — Ao redigir os seus textos, os jornalistas devem ter presente que extensão pode ter a sua peça, segundo o que foi definido pelo editor ou pelo director de fecho, de modo a evitar cortes de última hora que de alguma forma possam mutilar a informação no seu todo. Cf. notícias. Num diário, textos grandes desmotivam, quase sempre, o leitor. Por isso, se for para ultrapassar os 7000 caracteres, é preferível separar partes complementares do assunto e tratá-las numa ou mais "caixas".

extenso, por

extracto — Parcela extraída, como o extracto do movimento da conta bancária. Dif. de estrato, camada (estratos sociais). Cf. estrato.

Extremadura — Fica em Espanha. A província portuguesa é Estremadura.

extra- — Com hífen antes de vogal, h, r ou s: extra-oficial, extra-humano, extra-regulamentar, extra-secular

extrema-direita

extrema-esquerda

   
   
 
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