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Palavras, expressões e conceitos de A a Z
kg Abreviatura
de quilograma, que não muda no plural e nunca tem mais um r.
Não se usa a abreviatura senão em gráficos, tabelas e outra informação
esquemática, mas pode-se utilizar a forma abreviada "quilo(s)".
"kharijitas" Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
Khomeini Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
km A abreviatura não muda no plural,
isto é, não há a forma "km" com mais um s. Utiliza-se
em quadros, tabelas e informação esquemática, mas não em texto corrido,
exceptuando-se os textos do Desporto, sobre modalidades em que se
referem constantemente distâncias em quilómetros.
"know-how"
L
laço Da família de laçada e laçarote;
diferente de lasso, frouxo e deslassado.
ladrão Aquele que rouba ou roubou de
facto, e não quem é suspeito de o fazer. Cf. difamação.
lampião
lance / lanço Ambas as
formas provêm de lançar, mas usam-se com significados diferentes.
Ex.: a) lance num jogo; (re)lance de olhos; um lance de génio;
num lance difícil; b) o lanço dele no leilão foi logo superado;
inauguraram mais um lanço da auto-estrada; lanço de escadas.
laser Abreviatura de "light amplification
by stimulated emission of radiation"; foi adoptada como nome
comum também em português e por isso escreve-se com caixa baixa:
raios laser.
latinismos Devem ser empregues entre
aspas e de forma correcta. Ao longo do Alfabeto as expressões latinas
mais comuns encontram-se distribuídas segundo a ordem alfabética.
lazer No sentido de ócio, não tem nada
a ver com "raios laser".
"lead" Parte essencial da
construção de um texto jornalístico, o "lead" deve conter
sempre um elemento novo que traga frescura noticiosa e é elaborado
segundo uma técnica própria. 1. Nas notícias e nos textos
de abertura, no 1º e 2º cadernos, o "lead" deverá conter
o quê, quem, quando, onde, como e porquê. O como e o porquê (ou
para quê) nem sempre se podem resumir em poucas palavras, sendo
preferível desenvolvê-los no corpo do texto. O quando e o onde omitem-se
nos casos óbvios (em Portugal, actualmente), mas se o local for
pouco conhecido, acescenta-se uma referência (Barbacena, a 17 quilómetros
de Elvas). O "lead" de uma notícia não deve ultrapassar
os 300 caracteres; no caso do destaque, poderá ser mais extenso.
Já o arranque dos textos de outros géneros jornalísticos pode ser
maior. 2. Os títulos e os antetítulos dos textos informativos
devem ser sempre inspirados no "lead", o que implica o
rigor deste. Se o "lead" não justifica o título é porque
não está devidamente construído e há que corriji-lo. O "lead"
determina também a construção do texto: a partir dele, os factos
vão-se encadeando numa sequência lógica, em que os elementos informativos
decrescem de importância até ao fim (cf. pirâmide invertida).
3. Um "lead" tanto quanto possível deve acentuar
a acção e a cor locais: "Forças rebeldes ocuparam ontem de
surpresa a capital X, pondo fim a um cerco de vários dias."
Deve ser claro e preciso: não começar com uma negativa nem de forma
dubitativa, interrogativa ou condicional; tão-pouco por um gerúndio,
uma conjunção ou expressões gastas do tipo "como se sabe",
"registe-se", "recorde-se", "de acordo",
etc. São de evitar também as citações, salvo quando provêm de fontes
de autoridade indiscutível. A notícia é mais importante do que quem
a fornece. 4. Uma crítica ou um comentário não dispensam
igualmente um "lead" informativo e esclarecedor para o
leitor que não sabe e quer saber.
lêem Como "dêem", "crêem"
e "vêem".
legenda 1. As legendas contêm
sempre um elemento identificador de pessoas ou situações. Nas fotos
maiores, essa identificação é completada com uma frase curta, de
preferência retirada do texto. Nos grandes planos de rostos, a uma
coluna, a legenda limita-se à identificação. Nos pequenos selos
inseridos nos destaques de primeira página ou nas breves, não há
legenda. 2. Abertura de secção: fotografia de grande formato
ou bloco de fotografias (com legenda); notícias de 2º plano: fotografia
eventual, com legenda; notícias de 3º plano: fotografia eventual
caras em grande plano, só com o nome da pessoa; fotonotícia:
pequeno texto com um máximo de 500 caracteres em vez de legenda
(cf. fotonotícia); "cartoons": em princípio, sem
legenda (cf. notícias). 3. As legendas, desde que
se encontrem associadas ao bloco do título, devem ter uma relação
complementar com o título e antetítulo: se o leitor apenas tivesse
tempo para ler esse conjunto, deveria encontrar os elementos informativos
essenciais do texto, numa interacção conjugada (cf. construção).
"Leitmotiv" Palavra alemã.
"Leitmotive" (pl.).
leitor Destinatário do produto jornalístico,
o leitor não é obrigado a saber o que o jornalista tem como adquirido;
o público são muitos públicos, com interesses e níveis de conhecimento
distintos. Daí a necessidade de incluir os antecedentes mínimos
em cada peça, como se o leitor comprasse o jornal pela primeira
vez nesse dia (cf. "background").
lentejoula O m.q. lantejoula.
limpa-pára-brisas
linguagem Cf. vocabulário . 1.
O PÚBLICO estimula a afirmação e o desenvolvimento do estilo
próprio de cada um dos seus jornalistas e colaboradores, no quadro
dos preceitos gerais e das preocupações consagrados no Livro de
Estilo. Originalidade e variedade e naturalidade são atributos da
escrita que se pretende ver nas páginas do PÚBLICO, enriquecendo
e diversificando a concretização do seu estilo e contribuindo para
a inovação da escrita jornalística. Cf. frase. 2. A
concisão na escrita, quaisquer que sejam a complexidade do assunto
ou o género da mensagem jornalística, é uma regra essencial: tudo
o que puder ser escrito em cinco ou seis palavras não deverá sê-lo
em dez ou doze. Um dos segredos da redacção jornalística é "escrever
rápido" prosa fluida e de fácil compreensão ,
não se alongando em períodos intermináveis, com intercalares imensas,
nem fazendo parágrafos a perder de vista. A escolha das palavras
também conta: a "compra" não tem de ser "aquisição";
"calhambeque" é melhor do que "automóvel velho".
3. Preferir a frase afirmativa e o estilo directo, recusar
a imprecisão e a ambiguidade devem ser preocupações sempre presentes
na redacção de um texto jornalístico. A sequência lógica de uma
frase em português (sujeito-predicado-complemento) facilitará sempre
a fluência e compreensão da mensagem jornalística. É aconselhável
em particular para os temas e assuntos de maior complexidade informativa.
O contrário da escrita jornalística é complicar o que dever ser
simples, claro e directo. Um mau exemplo: "Tal como o azeite
que com a água se mistura, também as confirmações de uns não se
compadecem com as hesitações de outros. Um risco assumido, mas que
merecia ser minimizado, especialmente à vista de um auditório por
de mais exigente, imediatista e cuja filosofia de constatação visual
supera a concepção escrita, mesmo que esta se cinja aos factos,
uma ou outra vez intercalados com comentários opinativos e como
tal subjectivos ou de dupla leitura." 4. Deve-se utilizar
verbos de preferência no modo indicativo, na voz activa e nas formas
simples e afirmativas; as formas condicionais, compostas, passivas
e perifrásticas ou negativas prejudicam e desvalorizam o estilo
directo do PÚBLICO. Repetições, preciosismos, redundâncias, cacofonias,
períodos longos e o abuso de intercalares obscurecem a comunicação,
reduzem-lhe a eficácia e contrariam a fluência da leitura. Um texto
não deverá ter parágrafos longos e, nos mais extensos, os subtítulos
servem para tornar a leitura mais fácil e aliciante. A repetição
de palavras denota pobreza lexical, mas o recurso a uma variante
vocabular pode cair no preciosismo e no rebuscamento desnecessários.
É também deselegante utilizar repetidamente a mesma construção ou
estrutura de frase ou usar a mesma palavra a abrir dois períodos
seguidos ou muito próximos no mesmo texto. 5. Toda a terminologia
mais especializada deve ser devidamente descodificada, seja de que
área for, assim como valores em moeda estrangeira, medidas em sistemas
diferentes do métrico, horas em países estrangeiros, etc. devem
ser seguidos da conversão entre parênteses. 6. Os textos
de opinião estão também sujeitos ao respeito pela linguagem não
insultuosa e não panfletária a que se obriga o PÚBLICO e estão excluídas,
mesmo dos textos de opinião, as "private jokes", o jargão
especializado e os preciosismos académicos.
linguista
lisonjear
Livro de Estilo O Livro de Estilo do
PÚBLICO não é uma cartilha ou um catecismo, mas apenas um conjunto
de regras técnicas e deontológicas que se inspiram em critérios
de bom senso, bom gosto e rigor profissional. Além disso, um livro
de estilo nunca se pretende definitivo: é um texto em evolução permanente
onde se registam princípios, regras e procedimentos que a vida da
Redacção do jornal for instituindo como adquiridas.
livros O título de um livro vem em alta,
nas palavras variáveis, entre aspas; o nome de uma colecção segue
a mesma regra, mas sem aspas; a designação de um capítulo apenas
leva letra grande na primeira palavra. Ex.: "Sentença em Pedra",
"Um domingo diferente" (capt.), Vampiro (colec.).
localização O local exacto do acontecimento
deve ser sempre mencionado de forma clara: em Lisboa, em Saigão,
no Rio de Janeiro. O leitor do PÚBLICO não é necessariamente um
lisboeta que sabe que a sede nacional do PS é no Largo do Rato,
ou do Porto, para identificar facilmente a frase feita "nos
estúdios do Monte da Virgem". Por isso, orienta-se simplesmente
o leitor sempre que se fizer uma referência de âmbito local ou regional:
na Fundação Gulbenkian, em Lisboa; o Largo da Boavista, no Porto;
no Teatro Luísa Todi, em Setúbal. Para os lugares menos conhecidos
aponta-se uma referência mais comum: em Porto Aboim, a 100 quilómetros
de Luanda; Pureza, município do estado do Rio de Janeiro, Brasil;
Barbacena, a 17 quilómetros de Elvas; incluindo para as capitais
mais distantes: Bogotá, capital da Colômbia. Também se podem dar
pormenores suplementares: Menongue, ex-Serpa Pinto, a capital da
província angolana de Cuando Cubango; as Terras do Fim do Mundo,
como lhe chamavam os portugueses, no tempo colonial; ou, se for
caso disso, situar o local num mapa da região.
lojista
longa-metragem
lugar-comum
Luís
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