ÍNDICE
  Prefácio
  Apresentação
  Guia de leitura
 
  PARTE I
  Introdução
 
  Ética e deontologia
  Estatuto editorial
  Princípios e normas de   conduta profissional
  Informar sem manipular,
  difamar ou intoxicar
  Privacidade
  e responsabilidade
  Seriedade e credibilidade
  O jornalista não é
  um mensageiro
 
  Critérios, géneros
  e técnicas
  Os factos e a opinião
  Regras de construção
  O rigor da escrita
  A fotografia
  A publicidade
 
  PARTE II
  Alfabeto do PÚBLICO
  Palavras, expressões e   conceitos
  A B C D E F G H I J K L M N
  O P Q R S T U V W X Y Z
 
  Normas e nomenclaturas
  Acentuação
  Verbos
  Maiúsculas & minúsculas
  Topónimos estrangeiros
  Siglas
  Factores de conversão
  Hierarquias (militares e   policiais)
  Religiões
 
  ANEXOS
  Fichas da lei
  Projecto PÚBLICO
  na Escola
  Regulamento do Conselho de
  Redacção do PÚBLICO
  Estatuto do Provedor
  do Leitor do PÚBLICO
  Código Deontológico
  do Jornalista
 
  


Palavras, expressões e conceitos de A a Z

 

   

iate — Existe a palavra em português.

ibaditas Cf. Dic. islâmico, Religiões.

"ibidem" — No mesmo lugar — quando se faz uma citação de um livro, jornal, revista, rádio, já citado.

icebergue

idade 1. Um dos dados relevantes de uma identificação completa, excepto a de pessoas com notoriedade pública (cf. identificação). A idade da personagem da notícia deve vir entre vírgulas, logo após o seu nome. 2. É uma imprecisão referir, por exemplo, "um ‘jovem’ de 35 anos". Convencionalmente, considera-se: bebé, com menos de um ano; criança, até aos 12 anos; adolescente ou jovem, dos 13 aos 18, podendo jovem ser extensivo até aos 25 anos; homem ou mulher, com mais de 18 anos e definitivamente depois dos 25; idoso, para cima dos 65 anos, mas de preferência deve referir-se igualmente "homem/mulher de… anos", sem outro qualificativo, a não ser que seja relevante o estado da pessoa devido à idade avançada.

ideia — Palavra não acentuada.

"idem" — O mesmo.

identificação 1. A identificação — e a individualização — da fonte favorece a autoridade e a credibilidade da informação. A fonte deve ser identificada com a maior precisão possível — nome, idade e profissão, cargo ou função e, se forem relevantes para o que se está a tratar, o local de residência, estado civil, eventuais dados familiares, etc. (cf. protagonização, idade). Ex.: Carlos Augusto Alves Vieira, funcionário público de Aveiro, 50 anos, casado e pai de três filhos, foi o único totalista do último fim-de-semana. A indicação dos cargos segue regras específicas (cf. cargos, aposto). Uma fonte documental deve ser também devidamente descodificada. 2. O PÚBLICO só deve trazer para as suas páginas, com nomes e fotografias, os casos que tenham sido investigados concludentemente (cf. difamação). Mesmo após detenção de suspeitos, a sua identidade nunca deve ser revelada ou minimamente insinuada (por exemplo, com a divulgação do apelido ou de outros dados aproximativos) enquanto a investigação do PÚBLICO não tiver recolhido dados concludentes ou as averiguações da polícia não tiverem conduzido a uma acusação formal e indiscutível (cf. suspeitos). Erros ou confusões de nomes e moradas de pessoas detidas podem resultar em pura injúria. A identificação pessoal deve ser completa e respeitadora da dignidade individual (cf. dignidade). Para a "identificação" de delinquentes menores (cf. menores) e vítimas de crimes sexuais, no PÚBLICO, utilizam-se nomes fictícios — facto devidamente assinalado no texto — para garantir o anonimato. 3. A fonte pode autorizar a sua identificação ou impedi-la (cf. anonimato). A recusa de identificação de uma fonte sem justificação plausível deverá ser sempre referida. Uma declaração ou um comentário nunca devem ser atribuídos a fontes anónimas. Opiniões, o PÚBLICO só reproduz as que forem atribuíveis a fontes claramente identificadas. Em circunstâncias especiais, que envolvam a segurança e bem-estar da fonte, justifica-se a sua não identificação, mas o despiste ou protecção do informador deve ser feito de forma cuidada, não enganosa, com rigor e seriedade (cf. segurança, sigilo).

idoneidade — Um dos factores que pesa na avaliação de uma fonte é a idoneidade da mesma, em conjunto com o valor intrínseco da informação e a possibilidade de ela ser comprovada (cf. fonte, informação).

idoso Cf. idade.

iene — Moeda do Japão.

igreja 1. Só se fala de "Igreja" relativamente a cristãos, os outros casos referem-se como "religiões": religião muçulmana, budista, etc. Os nomes como Igreja Católica Romana, Igreja Anglicana, etc., têm maiúscula inicial nas várias palavras que constituem o nome. 2. Cf. clero, hierarquias, no final do Alfabeto.

igualdade Cf. equidade.

ilação — Como inflação.

ilha — Como acidente geográfico que é, escreve-se com inicial minúscula: ilha da Madeira; ilha da Páscoa (cf. Maiúsculas e Topónimos).

ilustração — Deve recorrer-se, sempre que possível, à visualização da mensagem informativa: uma foto, gráficos, quadros ou mesmo desenhos facilitam a leitura e a compreensão. A inforgrafia é especialmente aconselhável para os casos de especificação mais clara de distâncias, percursos e localizações em geral: um mapa ou um "croquis" permitem uma "leitura" mais rápida e mais apetecível.

imã Cf. Dic. islâmico, Religiões.

imagem Cf. Direito à imagem, Fichas da Lei.

imagens — Bem empregues, podem dar cor e sonoridade à narrativa; mal utilizadas, criam uma penosa sensação de pedantismo e mau gosto.

imaginação — As novas possibilidades técnicas da informação implicam um jornalismo eficaz, atractivo e imaginativo na sua permanente comunicação com os leitores.

íman — Magnético; dif. imã, dignitário religioso muçulmano.

imérito — Imerecido, injusto; dif. de emérito.

imersão — Submersão; dif. de emersão (sair de um líquido).

imigrante — Aplica-se àqueles que vieram de outro(s) país(es). N.B. — Em geral, é de imigrantes que se trata quando há problemas de xenofobia. Cf. emigrante.

iminente — Dif. de eminente. Ex.: um perigo iminente (prestes a acontecer); um cientista eminente (de renome).

impacte 1. Uma notícia é tanto mais importante quanto mais pessoas forem afectadas, de uma forma ou de outra. 2. A adjectivação excessiva ou inadequada enfraquece a qualidade e o impacte informativo do texto jornalístico. 3. Acto de bater ou tocar no alvo. Dif. de "impacto", impelido, metido à força.

imparcialidade — A imparcialidade da atitude jornalística é uma das regras essenciais que definem a conduta profissional dos jornalistas do PÚBLICO. A imparcialidade e o distanciamento notam-se no vocabulário e na abordagem de assuntos com carga ideológica, mas imparcialidade não é sinónimo de neutralidade quando estão em causa valores fundamentais da vida em sociedade.

implementar — Trata-se de um aportuguesamento do "implement" inglês (por sinal, de origem latina), mas é de evitar o seu uso pela falta de sentido específico em português. É substituível, com vantagem, por: adoptar, aplicar, concretizar, desenvolver, executar, entre outros.

imprecisões — O PÚBLICO toma a iniciativa de corrigir erros e imprecisões que tenha impresso nas suas páginas (cf. erros).

imprensa — Designa apenas jornais — por isso "imprensa escrita" é um pleonasmo; rádio e a televisão são audiovisuais. A palavra "imprensa" escreve-se com inicial minúscula, a não ser que faça parte de um nome próprio: Associação da Imprensa Diária.

"in illo tempore" — Naquele tempo.

"in loco"

"In Sha’a Allah" Cf. Dic. islâmico, Religiões.

"in vino veritas"

inaugurar — Uma exposição é inaugurada.

inclusive — Palavra não acentuada.

incompatibilidades — São incompatíveis com o estatuto do jornalista cargos e funções com ligações governativas ou ao poder autárquico, às forças armadas, polícias e similares; à publicidade, relações públicas, assessorias e gabinetes de imprensa e/ou de imagem (incluindo-se neste âmbito a chamada "imprensa partidária", "empresarial", "de clubes", etc.), enfim, quaisquer vínculos aos poderes estabelecidos, privados e oficiais ouu qualquer género de actividade empresarial, liberal ou assalariada que (caso da advocacia), pela sua natureza ou conflitualidade de interesses, condicione o trabalho jornalístico específico.

independência 1. Independência em relação aos vários poderes e às fontes de informação definem a conduta profissional dos jornalistas do PÚBLICO. Por isso são normas o não envolvimento público em tomadas de posição de carácter político, comercial, religioso, militar, clubístico ou outras que, de algum modo, comprometam a imagem de independência do PÚBLICO e dos seus jornalistas, e a salvaguarda de quaisquer pressões ou directivas de ordem institucional. 2. Informações com características publicitárias ou de relações públicas — "press-releases", "briefings" — devem constituir apenas uma pista para um trabalho jornalístico independente. Pela mesma razão, não se aceitam presentes, viagens, convites ou benesses de outro género, sempre que possam condicionar, de algum modo, a independência e visão crítica de quem escreve. 3. As situações que possam suscitar dúvidas ou ambiguidade deverão ser aclaradas previamente com a Direcção, ouvido o Conselho de Redacção. Todo o incidente com fontes de informação, oficiais ou particulares, deverá ser imediatamente comunicado à Direcção do jornal.

indispensável

indo-europeu

infecto-contagioso

inflação e inflacionar

informação 1. Para o PÚBLICO, é essencial que a informação seja rigorosa, completa e fundamentada — sobre factos e não sobre rumores —, o que não é incompatível com a procura de formas inovadoras de noticiar, interpretar e editar a actualidade, segundo códigos de comunicação adequados a novos hábitos e tempos de leitura que fazem já parte do quotidiano português. Escrita para informar, a notícia deve sempre começar com mais informação do que aquela de que o leitor dispõe no dia em que compra o jornal. A informação complementar e diferente, o "background" e protagonização da notícia, a análise e a interpretação indispensáveis à sua compreensão integram e distinguem o estilo do PÚBLICO. 2. Na avaliação de uma informação influem três factores: o valor intrínseco da informação, a possibilidade de ela ser comprovada e a idoneidade da fonte. O princípio do contraditório prevalecerá sempre que houver mais de uma pessoa ou entidade envolvidas. O PÚBLICO não sonega nenhuma informação e publica tudo o que revestir interesse jornalístico — isto é, for baseado num facto verdadeiro, inédito, surpreendente ou actual que seja de interesse para muitos leitores e não colida com preceitos éticos e deontológicos atrás descritos. 3. Regra geral, uma informação deve ser sempre atribuída à fonte de origem, identificada com a maior precisão possível — nome, idade e profissão, cargo ou função. 4. Toda a informação, "on" ou "off", deve ser sempre avaliada, confirmada e, se possível, contraditada antes da publicação. Se subsistirem dúvidas quanto à veracidade de uma informação, é preferível adiar a sua publicação, sacrificando, inclusive, a actualidade. As informações fornecidas com qualquer embargo deverão ser sempre reconfirmadas e discutidas previamente com o responsável do sector. Na recolha de informações — testemunhos, opiniões ou imagem fotográfica — deve ter-se sempre a garantia de que não existe qualquer constrangimento ou limitação artificial, de ordem emocional, psicológica ou até física, das pessoas envolvidas. 5. Não existem fronteiras absolutas entre os três níveis distintos na elaboração do texto: informação (os factos), interpretação (relacionamento dos factos entre si) e opinião (juízo de valor sobre os factos). Mas uma relação séria e leal com o leitor pressupõe o respeito pela diferença de códigos entre informação e opinião. O equilíbrio e a complementaridade entre informação e opinião são uma preocupação permanente do PÚBLICO em todas as suas áreas editoriais.

informação útil 1. O leitor quer e agradece que se lhe dê toda a informação útil sobre qualquer acontecimento. Sempre que se façam referências a acontecimentos ainda a decorrer e em que os leitores possam vir a participar é obrigatório referir com precisão toda a informação útil — local, hora, preço, etc... É informação útil por excelência a meteorologia; cinemas, teatros, exposições; farmácias de serviço; telefones úteis. 2. A exclusão de todo o tipo de publicidade nas colunas informativas do PÚBLICO não significa que o jornal deixe de informar. Nomes de empresas ou instituições, marcas comerciais e outros dados do mesmo tipo devem ser incluídos na notícia ou na reportagem, se são elementos úteis de identificação ou localização ou se constituem informação útil indiscutível. Assuntos relacionados com automóveis e patentes desportivas, gastronomia e bebidas obedecem ao mesmo critério jornalístico.

informar — Quem escreve para informar deve sempre começar uma notícia com mais informação do que aquela de que o leitor dispõe no dia em que compra o jornal. Informar é comunicar e fazer compreender — isto é, redigir de forma simples, concisa, clara e precisa, quaisquer que sejam a complexidade do assunto ou o género da mensagem jornalística.

infra- — Com hífen antes de vogal, h, r ou s: infra-oitava, infra-hepático, infra-renal, infra-som.

infra-estrutura

iniciais — Nas assinaturas escrevem-se com ponto sem espaço; nas siglas não levam pontos: AR, CGTP.

iniciativa — Obter e noticiar em primeira mão tudo o que for notícia é a primeira obrigação profissional do jornalista. Mas para ter notícias é preciso estar bem informado, o que pressupõe, entre outras características, iniciativa e curiosidade profissional.

injúria Cf. difamação.

inocência — O direito ao bom nome e a presunção da inocência até condenação em tribunal — ou, no caso de uma investigação própria do jornal, até prova absolutamente indiscutível — são escrupulosamente garantidos nas páginas do PÚBLICO. Cf. difamação, direito à imagem, identificação, justiça.

inovação — Rigor de informação não significa informação cinzenta, baça, meramente narrativa. Entre a informação-relatório e o novo-riquismo sensacionalista, o PÚBLICO escolhe associar criativamente padrões clássicos de profissionalismo com uma disponibilidade permanente para a inovação. Inovação também da escrita jornalística: linguagem fácil, mas moderna, viva e coloquial, em que a inventiva e a criatividade dos redactores assumem papel decisivo. Pode-se e deve-se inovar, criar novas palavras e novas expressões, em sintonia com a linguagem comum e o pulsar da língua na sua constante renovação.

"input" — Quantidade/força que entra ou é consumida.

inquérito 1. É na reportagem e no inquérito que a interpretação dos factos encontra a sua expressão mais desenvolvida. Mas essa interpretação tem, frequentemente, uma fronteira difusa com a opinião, na medida em que a subjectividade do olhar do jornalista o leva a escolher um ângulo de abordagem dos acontecimentos e situações que observa e descreve. Aí intervém a necessidade da distanciação e a preocupação da imparcialidade. Interpretar não é julgar, mas explicar o porquê e o como das situações. Enquanto na notícia predominam o quem e o quê, a reportagem e o inquérito procuram saber mais sobre o como e o porquê. 2. Sobre inquérito judicial, cf. Processo penal, Fichas da Lei.

insosso — O mesmo que insonso ou insulso.

instrumentalização Cf. manipulação.

insultos — Não são admissíveis as obscenidades, blasfémias, insultos ou qualquer tipo de calão, excepto quando são essenciais à fidelidade da notícia ou da reportagem — e após consulta ao editor.

integridade — Imparcialidade, integridade e independência em relação aos vários poderes e às fontes de informação definem a conduta profissional dos jornalistas do PÚBLICO (cf. imparcialidade, independência).

inter- — Com hífen antes de h ou r: inter-helénico, inter-resistente.

intercalar 1. As frases intercaladas, sobretudo se alongam o período a perder de vista, reduzem a clareza da mensagem jornalística e tendem a baralhar o leitor. 2. Nas citações, é preferível empregar uma intercalar — entre travessões, ou entre vírgulas, fechando as aspas antes e abrindo-as de novo depois — para a referência ao entrevistado, de modo a evitar a sistemática atribuição do discurso directo no fim da citação. Ex.: "Não sei o que é que lhe deu — observou Jacinta Tomás, 54 anos, moradora no Bairro de Santo António —, quando deitou a correr em direcção ao homem." "Não sei o que é que lhe deu", observou Jacinta Tomás, 54 anos, moradora no Bairro de Santo António, "quando deitou a correr em direcção ao homem."

intercepção — De interceptar. Dif. de intercessão (de interceder).

interdito — São "pecados capitais": 1. Atentar contra o Estatuto Editorial do jornal — cf. Estatuto Editorial. 2. Contrariar os princípios e normas da conduta profissional. 3. Desrespeitar o direito ao bom nome e o princípio da inocência até prova em contrário; "não ouvir o outro lado" — cf. Informar sem Manipular...; bom nome, difamação, equidade, inocência. 4. Instrumentalizar o jornal por qualquer género de campanha — cf. Informar sem Manipular...; manipulação. 5. Violar o espaço privado dos cidadãos — cf. privacidade e seriedade, p. 52 e 59; privacidade. 6. Errar e não corrigir; plagiar — cf. erro, plágio. 7. Escrever e informar mal — cf. informação, linguagem.

interesse jornalístico 1. O PÚBLICO não sonega nenhuma informação e publica tudo o que revestir interesse jornalístico — isto é, for baseado num facto verdadeiro, inédito, surpreendente ou actual, que seja de interesse para muitos leitores e não colida com preceitos éticos e deontológicos. O interesse jornalístico de uma notícia é definido por factores como o seu impacte (muitas pessoas são afectadas), proximidade, relevância (pessoal, social, política, artística, cultural, económica, científica, técnica, profissional, desportiva, etc.) e também a sua raridade, oportunidade da informação, utilidade para os leitores, interesse pessoal, ou até mesmo a expectativa e o "suspense" inerentes (normalmente matérias de "faits-divers"). 2. O PÚBLICO considera os seus anúncios parte do conjunto de informações que os leitores procuram todos os dias na suas páginas, mas não subordina o interesse jornalístico ao interesse publicitário de anunciantes ou afins.

interferências — De línguas estrangeiras: desde Londres/Paris (correcto: de Londres/Paris); debutar (estrear-se); detalhe (pormenor); implementar (aplicar, concretizar, adoptar, executar); ter lugar (realizar-se); deixar cair (abandonar, desistir de); vir de (acabar de); sponzorização (patrocínio).

interjeições — Eis algumas que nem sempre se sabe como escrever: aaa…, intercala-se no discurso directo para reproduzir certas hesitações do falante; ãh? é aquele som que não se deve fazer em vez de "o quê?"; chiu! e chhh..., a exigir silêncio; hem?, interjeição semifechada de interrogação; hmm, murmúrio de assentimento; hui!, expressão de repugnância; pst!, de chamamento.

Internet 1. A Internet é uma grande rede mundial de computadores que comunicam entre si recorrendo a uma linguagem comum. Apesar de se tratar de uma rede mundial, com um alto nível de coordenação entre todos os participantes (empresas, países), ela não é dirigida por nenhum organismo central. Através da Internet, qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, pode ter um acesso rápido à informação armazenada nos computadores que estão ligados à rede e que se constituem como "servidores" de informação. O que é necessário para aceder a esta rede é um computador com alguns requisitos mínimos e um contrato com uma organização local que forneça o serviço de acesso. São diversos os tipos de comunicação que a Internet proporciona (transferência de ficheiros, manipulação de um computador à distância, correio electrónico), mas o mais espectacular é o que é feito na chamada World Wide Web (WWW ou apenas Web) — o sector multimédia da Internet. A informação disponibilizada nos servidores WWW da Internet, que vai desde os vulgares textos e imagens a vídeos e sons, pode ter a complexidade (de apresentação, estrutural) e a extensão que o seu disponibilizador/proprietário quiser. Essa informação está sempre organizada em hipertexto, o que permite saltar de um documento para outro apenas com um clique do rato, desde que o primeiro documento inclua uma "ligação activa" para o segundo que tanto pode estar no mesmo computador como num computador do outro lado do mundo. 2. A esmagadora maioria da informação na Internet é de consulta gratuita, mas há um número crescente de serviços cobrados por cada utilização ou através de assinatura — nomeadamente no âmbito dos órgãos de comunicação. Está igualmente em expansão a prestação dos mais variados serviços através deste meio (serviços bancários, por exemplo), assim como o comércio electrónico. Esta tecnologia da Internet está também a ser usada em âmbitos mais restritos — no interior das empresas, por exemplo. Mesmo que uma empresa esteja dividida por vários locais e países, pode possuir uma rede informática interna onde seja possível "navegar" como na Internet, mas que esteja fechada para as pessoas do exterior — são as "intranets".

interpretação 1. A análise e a interpretação da notícia, indispensáveis à sua compreensão, integram e distinguem o estilo do PÚBLICO. É interpretação o relacionamento dos factos entre si e com outros que os condicionam, mas ela começa logo pela escolha daquilo que é mais relevante e significativo. 2. É na reportagem e no inquérito que a interpretação tem maior expressão e por vezes é difusa a fronteira com a opinião (logo na escolha do ângulo de abordagem), por isso é necessária distanciação e preocupação de imparcialidade. Interpretar não é julgar, mas explicar o porquê e o como das situações. 3. A interpretação, utilizada com rigor e seriedade, é ainda um instrumento para que o jornalista não se resuma ao papel de mensageiro e a notícia que leva ao leitor não se torne num logro.

interveio — Atenção às "ratoeiras" de certos compostos. Intervir conjuga-se como o verbo "vir" (e não "ver"): intervenho, intervens, intervém; intervim, intervieste, interveio; intervindo. O mesmo é verdade para os outros compostos: advir, convir, sobrevir, etc. (cf. Verbos).

intimidade Cf. privacidade.

intitular

intra- — Com hífen antes de vogal, h, r ou s: intra-urbano, intra-hepático, intra-raquidiano.

inverosímil, inverosímeis.

investigação 1. Ir mais longe na informação implica pertinácia, capacidade de investigação e poder de antecipação. A reportagem investigativa permite proporcionar ao leitor algo mais do que as simples aparências, as meras evidências e a interpretação imediata. Sem investigação, o jornal e o jornalista transformam-se numa simples caixa de ressonância ou em porta-voz de campanhas, ou deixam-se inevitavelmente ultrapassar pelos acontecimentos — e pela concorrência. 2. Todos os temas que envolvam aspectos de honra, dignidade e reputação de pessoas individuais e colectivas reclamam previamente uma investigação própria muito cuidada, prudente e imparcial. Está em causa, no mínimo, o direito à imagem. A investigação é particularmente necessária em casos de natureza militar, política, ideológica ou partidária e de ordem económico-financeira, que se prestam a campanhas de manipulação e desinformação. 3. A investigação jornalística não deve confundir-se com investigação policial. A preocupação de saber "quem-como-quando-porquê" pode ser idêntica; os métodos e os objectivos é que não são.

invocar / evocar — São quase sinónimos. Cf. evocar.

ioga — Já foi aportuguesado.

ípsilon (y), ipsílones (pl.)

"ipsis verbis" (pelas mesmas palavras)

"ipso facto" (pelo próprio facto)

íris

Irmandade Muçulmana ou Irmãos Muçulmanos Cf. Dic. islâmico, Religiões.

irrupção — De irromper. Dif. de erupção (de um vulcão, por exemplo).

islão Cf. Dic. islâmico, Religiões.

ismailitas Cf. Dic. islâmico, Religiões.

isotérico — Significa "para iniciados". Cf. esotérico.

isto / isso — Palavras substitutas (vicárias) que podem reduzir a clareza e favorecer a imprecisão.

itálico — No PÚBLICO, as aspas, por razões técnicas, substituem o itálico. Cf. aspas.

item, itens.

   
   
 
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