Palavras, expressões e conceitos de A a Z
"cabaret" / cabaré
cabeça-de-casal, mas cabeça de cartaz, cabeça
de lista, cabeça de série
cabo-verdiano
"cabriolet"
cacha Termo do jargão jornalístico que
designa o material informativo publicado em primeira mão. Corruptela
criada pelo aportuguesamento de "cache" (do fr., "cacher",
esconder) que em tipografia designa "a folha intercalar, em
branco, que se mete entre as folhas impressas para não repintarem",
que terá tido ainda a função de ocultar a notícia já impressa que
se pretendia como exclusivo. Os brasileiros chama-lhe "furo";
os anglo-saxónicos "scoop".
"cachet"
cadente Diferente de candente.
Uma estrela poderá ser "cadente", mas uma questão será
"candente".
caem Do verbo cair, como saem,
do verbo sair. O som i frequentemente pronunciado é como
em "vou a(i) água".
caído, saído Acentuadas, para desfazer
o ditongo.
caiu, saiu Formas não acentuadas.
caixa 1. Quando um texto ultrapassar
os 7000 caracteres, é aconselhável "repartir" o assunto
por outro(s) texto(s) mais curto(s), tipo caixa(s). Se um assunto
comporta várias mensagens, é preferível tratá-las separadamente,
ou recorrendo a subtítulos ou em peças individualizadas. 2.
Os títulos das caixas são basicamente sugestivos (sem verbo).
caixa alta 1. Da gíria dos tipógrafos,
o m.q. maiúsculas. Sobre as regras gerais e as dúvidas ou erros
mais recorrentes no emprego da "letra grande", há um capítulo
Maiúsculas
no final deste livrro. 2. Enquanto os textos do destaque
e de abertura de cada secção e as notícias de 2º plano com entrada
arrancam com capitular, todos os outros abrem com uma ou duas palavras
em caixa alta as duas primeiras palavras, sempre que sintetizem
uma unidade informativa; uma só no caso contrário ou quando a colunagem
assim o justificar.
caixa-forte
calão A linguagem grosseira ou ordinária
só é admissível se for essencial à fidelidade da informação
e após consulta ao editor.
califa Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
calúnia Não basta a identificação da
fonte de informação nem o simples registo da resposta da parte acusada
para evitar cair na calúnia, na difamação ou na instrumentalização
do jornal por alguma campanha. E é preciso também que o assunto
e/ou as pessoas envolvidas tenham relevância noticiosa. (Cf.
difamação e Fichas
da Lei.)
calvície
camião-cisterna, camiões-cisterna
camião-tanque, camiões-tanque
camoniano
campanhas 1. Sem investigação,
o jornal e o jornalista transformam-se em simples caixa de ressonância
ou em porta-voz de campanhas de manipulação e desinformação pura.
Por isso, há que recorrer sempre aos mecanismos indispensáveis da
objectividade: pluralidade das fontes, investigação, ausência de
ideias preconcebidas, abertura a situações inesperadas e a perspectivas
novas, contraditórias ou não com as convicções de cada jornalista.
2. O PÚBLICO não aceita publicidade redigida, excepto a prevista
na lei, e ainda outra cujas características ideológicas e propagandísticas
sejam incompatíveis com o estatuto editorial do jornal.
campeão
cana-de-açúcar
canções Títulos: caixa alta só na primeira
palavra.
candente Dif. de cadente. Ex.:
uma estrela cadente; uma questão candente.
canguru Não acentuada, como peru,
zulu; a tónica já recai na última sílaba.
Cantão Guangzhou é a grafia adoptada
(cf. chinês).
cão-polícia
capacetes azuis Sem aspas.
capitão-de-corveta, capitães-de-corveta
capitão-de-fragata, capitães-de-fragata
capitão-de-mar-e-guerra, capitães-de-mar-e-guerra
capitão-mor, capitães-mores
capitular Todos os textos de abertura
(da edição ou de secção) arrancam com capitular; os restantes abrem
com uma ou duas palavras em caixa alta. Cf. caixa alta e Maiúsculas.
carácter Pl.: caracteres. Verifica-se,
no uso corrente, que carácter e caracter designam
duas coisas diferentes: o primeiro, referente a índole, tende a
aparecer sempre no singular; para o segundo, o da escrita, "singularizou-se"
"caracteres" e diz-se, por exemplo, "não escrevo
nem mais um caracter".
cardeal-patriarca
cargos 1. Regra geral, a indicação
do cargo é um elemento essencial de identificação, embora nos casos
de maior notoriedade pública possam ser referidos como simples "background".
Ex.: o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa; António
Guterres desmentiu ontem qualquer remodelação ministerial. "O
Governo governa e a oposição especula", comentou o primeiro-ministro
à saída do Palácio de Belém 2. O cargo precede o nome, excepto
se há que indicar mais do que um. Ex.: o presidente da Câmara de
Évora, Abílio Fernandes; Joaquim Pina Moura, secretário de Estado
adjunto do primeiro-ministro 3. A função escreve-se em caixa
baixa, ao passo que o nome do órgão ou instituição em que ela é
exercida tem inicial maiúscula. Ex.: o director-geral das Contribuições
e Impostos; a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos. 4.
Usa-se sempre caixa baixa em "tutela" e em "adjunto".
Ex.: o ministro da tutela; o secretário de Estado-adjunto. 5.
Não se reduz a siglas senão instituições (cf. Siglas).
N.B. A questão de caixas altas e baixas está mais
desenvolvida em Maiúsculas.
cartas As Cartas ao Director deverão
versar temas de interesse público ou conter opiniões e comentários
sobre textos publicados no jornal. Têm de ser escritas em linguagem
correcta, de acordo com as normas de urbanidade e de bom senso,
não ultrapassando, em princípio, os 1500 caracteres. O PÚBLICO reserva-se
o direito de proceder às adaptações necessárias, desde que não seja
desvirtuado o sentido dos textos. Nessas circunstâncias, os cortes
serão rigorosamente assinalados (com reticências entre parênteses).
Os autores são sempre identificados, salvo motivos excepcionais
em que a Direcção entenda reservar para si o conhecimento da identidade.
Em nenhum caso serão publicadas cartas anónimas. Quanto às Notas
da Redacção, convém lembrar que o jornalista não tem de ter sempre
a "última palavra" e que o critério da publicação de Notas
de Redacção depende do editor responsável ou da Direcção. Cf.
notas de redacção.
"cartoon" Termo inglês; mas
"cartoonista" já é português. O "cartoon", tal
como as fotonotícias, é escolhido pelas suas virtualidades dramáticas
e informativas e desde que tenha expressão autónoma. Está excluído,
em princípio, qualquer texto ou legenda (cf. notícias).
casa-museu, casas-museus
casos 1. Em nenhum caso o rigor
da informação deverá ser sacrificado a outros critérios, por mais
imperativos que eles possam parecer. O direito ao bom nome e o princípio
da presunção da inocência são escrupulosamente garantidos. O PÚBLICO
só deve trazer para as suas páginas, com nomes e fotografias, os
casos que tenham sido investigados concludentemente. E é preciso
que o assunto e/ou as pessoas nele envolvidas tenham relevância
noticiosa. 2. Nos casos de natureza militar, política, ideológica
ou partidária e de ordem económico-financeira, que se prestam a
campanhas de manipulação e desinformação, os jornalistas do PÚBLICO
recorrerão aos mecanismos de objectividade: pluralidade das fontes,
investigação, ausência de ideias preconcebidas, abertura a situações
inesperadas e a perspectivas novas, contraditórias ou não com as
suas convicções. 3. Os casos históricos de controvérsia recente
ou com forte componente político-ideológica requerem prudência quando
se tornam objecto de investigação jornalística. 4. Os casos
judiciais ou ainda em fase de investigação policial (ou de outro
âmbito minimamente controverso) devem ser tratados com a máxima
precaução e distanciamento da origem das acusações. Nenhuma notícia,
título ou legenda deve confundir a suspeita com a culpa. E, mesmo
nos casos de detenção de suspeitos, a sua identidade nunca deve
ser revelada ou minimamente insinuada (por exemplo, com a divulgação
do apelido ou de outros dados aproximativos) enquanto a investigação
do PÚBLICO não tiver recolhido dados concludentes ou enquanto as
averiguações da polícia não tiverem conduzido a uma acusação formal
e indiscutível.
cassetete
castanho-claro; castanho-escuro
castas de uva Em caixa alta.
Ex.: Touriga.
"casus belli"
cavalo-de-batalha
centenas de milhares Os milhares vão
no plural. Cf. números.
Centro de Documentação A sua eficácia
passará sempre pela colaboração de toda a Redacção, canalizando
todo o tipo de dados e informações de arquivo e retendo o menos
tempo possível o material que poderá ser necessário a outro colega.
cessar-fogo, cessar-fogos
céu Como réu; acentuada, para
desfazer o ditongo eu.
"chador" Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
chamar Chamar alguém ou alguma coisa
sem preposição. É como fazer uma citação e por isso usa-se
aspas. Ex.: É o chamado "regime livre". No ministério
ele foi chamado "o reformador".
chapéu Acentuada para desfazer o ditongo
eu; mas "coliseu".
chinês 1. O PÚBLICO adoptou recentemente
o "pinyin", o chinês alfabetizado, criado pelos próprios
chineses e que entrou oficialmente em vigor em todos os contactos
com o exterior já em 1979 (cf. pinyin). 2. Eis alguns topónimos
mais conhecidos na sua versão actual (e antiga): Beijing (era Pequim);
Chongqing (era Chungking); Guangzhou (era Cantão); Hong Kong; Lhasa;
Shanghai (era Xangai); Sichuan (era Szechuan); Tianjin (era Tientsin);
Yanan (era Yenan). E Macau provavelmente virá, mais dia menos
dia, a chamar-se Aomen. Seguem-se também os nomes de alguns dirigentes
chineses em "pinyin" e na antiga grafia: Deng Xiaoping
(era Teng Hsiao-ping); Hua Guofeng (era Hua Kuo-feng); Jiang Qing
(era Chiang Ching); Lin Biao (era Lin Piao); Liu Shaoqi (era Liu
Shao-chi); Mao Zedong (era Mao Tsetung); Zhou Enlai (era Chou
Enlai). 3. Nos nomes chineses, o primeiro elemento que aparece
é o apelido de família, seguindo-se-lhe o nome próprio. Por isso,
ao escrever um nome chinês, deve fazer-se primeiro a referência
ao nome completo, passando depois a ser referido o primeiro, o de
família. Jang Zemin, o Presidente chinês, pode na continuação do
texto ser tratado como o Presidente Jang, tal como se fala, simplificando
o nome, de Mao e de Deng.
chiu! A exigir silêncio.
chui O m.q. xui (calão).
circum- Com hífen antes de vogal, h,
m ou n: circum-adjacente, circum-hospitalar, circum-murado,
circum-navegação.
circuncidar É o verbo de circuncisão.
cirílico Todos os nomes russos, ucranianos,
bielorrussos, búlgaros ou de outros idiomas que usam o alfabeto
cirílico (à excepção do sérvio, que possui a "variante latina"
croata) e que nos chegam através das agências, recebendo, conforme
a fonte seja francófona ou anglófona, diferentes versões, devem
ser grafados em português de acordo com as regras que se seguem
(atenção especial às variantes da agência Lusa, que ora usa a grafia
inglesa, ora a francesa, sem referir a fonte, normalmente francófona,
anglófona ou em castelhano):
1. Não existe y, apenas i: Ieltsin.
2. O zh do inglês passa a j: não é Zhelev
(Zhelio), mas Jelev (Jelio).
3. O ou francês passa a u, invariavelmente.
4. Usa-se gu e não apenas g como em
inglês (a não ser que se pronuncie como j): Guennadi; Serguei.
5. Há uma série de nomes terminados em in, sem e final:
Ieltsin; Kalinin. Exceptuam-se Estaline e Lenine, há muito consagrados
nesta versão em português.
6. Não se usa acentos, ainda que a leitura possa afastar-se
da original (mas há excepções).
7. O plural das palavras em cirílico não se faz acrescentando
s final. O plural de "apparatchik" é "apparatchiki";
ou então os "apparatchik".
8. Existem os sons ch, tch e chtch,
mas o último fica como ch "tovarich"
[camarada] ou como tch Khrutchov. Equivale
a ch o inglês ou castelhano sh; ao passo que tch
é que em inglês ou castelhano se escreve apenas ch.
N.B. Estas oito regras não se aplicam
às palavras aportuguesadas, mesmo erradamente, e já consagradas
pelo uso: São Petersburgo; José Estaline; Lenine; ou, ainda Moscovo.
cis- Sem hífen: cisatlântico.
citações 1. Os depoimentos ou
declarações devem ser seleccionados pela sua actualidade e interesse
e trancritos com exactidão. As transcrições devem ser sempre curtas,
resumindo as frases mais importantes, expressivas e espontâneas
do entrevistado, em contraponto com uma prosa viva e fluida. Citações
em excesso empobrecem um trabalho jornalístico, mas deve haver pelo
menos uma citação de 20 em 20 linhas ao longo de um artigo, que
ganha em autenticidade e interesse. 2. As declarações textuais
não devem ultrapassar os 200 caracteres, quando se tratar de textos
"corridos". As citações vêm sempre entre aspas e é preferível
empregar uma intercalar entre travessões, ou entre vírgulas
fechando as aspas antes e abrindo-as de novo depois na referência
ao entrevistado, para não fazer a atribuição do discurso directo
sempre no fim da citação. Quando há uma citação dentro de outra,
usa-se plicas, dentro das aspas. O jogo entre o discurso directo
(das citações) e discurso indirecto (do jornalista) terá de respeitar
sempre as regras gramaticais (p. ex., os pronomes na 1ª pessoa só
podem constar no discurso directo). Cf. aspas, declarações, discurso
(in)directo, entrevista, plicas. 3. A reconstituição
de declarações a partir de várias citações numa só frase ou ideia
(paráfrases) só se aceita nas transcrições de documentos escritos.
Quando se enxerte numa citação um termo ou uma ideia indispensável
à sua compreensão, deve ficar entre parênteses rectos. 4.
Deve-se evitar citações no "lead", salvo se derivam de
fontes de autoridade indiscutível notícia é mais importante
do que quem a fornece.
clareza 1. Clareza, simplicidade
e precisão são características básicas do estilo do PÚBLICO. Por
isso até uma crítica ou um comentário mais especializado não devem
prescindir dos elementos informativos indispensáveis à sua legibilidade
e clareza para o leitor comum. 2. Um "lead" deve
ser especialmente claro e preciso (cf. "lead").
3. Clareza, simplicidade e exactidão dependem em boa parte
do bom uso do português, sendo essencial evitar vícios e incorrecções
de linguagem (cf. linguagem, vocabulário). A terminologia
mais especializada deve ser devidamente descodificada, tal como
um valor em moeda estrangeira, uma hora num país estrangeiro, uma
distância em milhas (cf. conversões). Deve recorrer-se, sempre
que possível, à visualização da mensagem informativa: uma foto,
um mapa, gráficos, quadros ou mesmo desenhos facilitam a leitura
e a compreensão.
clero 1. Ao referir títulos e
cargos eclesiásticos, que são em geral um elemento importante de
identificação, há que ser preciso e rigoroso e evitar as expressões
deferentes do tipo "sua eminência" ou "sua santidade"
(cf. tratamento). 2. A grafia dos títulos e instituições
religiosas obedece à regra geral adoptada na linguagem jornalística.
A função eclesiástica vai em caixa baixa , menos "Papa"
(padre, cardeal, pastor, rabi, imã, etc.), e o órgão ou instituição
eclesial leva maiúscula inicial (Patriarcado, Cúria Romana, Nunciatura,
Comunidade Islâmica de Lisboa). Cf. cargos e Maiúsculas.
3. Sobre graus hierárquicos e instituições religiosas, cf.
Religiões.
cliché (sem aspas)
co- Com hífen: co-acusado, co-mediador.
coabitação Houve aglutinação e o h
desapareceu.
côdea
"cogito, ergo sum"
colaboração O jornalismo começa por
ser um trabalho de colaboração e de equipa.
colaboradores 1. O jornal solicita
ou aceita opinião externa de colaboradores regulares e/ou ocasionais,
que será paginada em colunas específicas e personalizadas e/ou editada
no Espaço Público. Nas colunas personalizadas dos colaboradores
permanentes ou em testemunhos pessoais solicitados pelo PÚBLICO,
poderá ser utilizada a 1ª pessoa do singular. 2. Os jornalistas,
colunistas e colaboradores permanentes do PÚBLICO não poderão manter
polémica entre si, salvo nos casos antecipadamente acordados com
a Direcção. 3. Os colaboradores redactoriais do PÚBLICO subordinam-se
também aos princípios gerais de ética e deontologia enunciados no
Livro de Estilo do PÚBLICO.
com certeza Expressão composta por duas
palavras.
comboio Não acentuada, como boina;
mas estóico (cf. Acentuação).
comentário Assinado por um director,
editor ou jornalista, é um texto breve de interpretação clara e
incisiva dos factos e opinião do autor sobre a matéria em causa.
Não é admissível a utilização de uma linguagem panfletária ou insultuosa.
competência 1. Parâmetro essencial
na avaliação do interesse de uma fonte de informação. 2.
As imprecisões numa peça, muitas vezes por mero descuido, podem
também pôr em causa a competência do jornalista que a escreveu,
sobretudo se se tratar de uma matéria mais complexa.
"complot"
compor Sem acento, como os demais compostos
de pôr: dispor, repor, apor, etc.
computorizado
comummente Dobra o m.
comunicação A adaptação da imprensa
à era da informação impõe a pesquisa imaginativa de códigos de comunicação
adequados a novos hábitos e tempos de leitura que fazem já parte
do quotidiano português. O jornalismo assenta numa técnica apurada
de comunicação que não se confunde com a literatura, mas que não
prescinde do talento e da criatividade de quem o exerce.
comunicar Informar é comunicar e fazer
compreender, isto é, redigir de forma simples, concisa, clara e
precisa, quaisquer que sejam a complexidade do assunto ou o género
da mensagem jornalística.
concelho Circunscrição administrativa.
Dif. de "conselho". Ex.: Nas autárquicas elegem-se as
câmaras de 305 concelhos. Dar bons conselhos é muito mais fácil
do que segui-los. N.B. Conselho de Ministros.
concertar Quer dizer "acordar,
chegar a acordo". Dif. de "consertar". Ex.: Concertaram
uma estratégia para enfrentar a situação. Se a máquina não trabalha,
manda-a consertar.
concerto Dif. de "conserto",
reparação. Ex.: Maria João Pires tocou no concerto de ontem na Gulbenkian;
a máquina avariou-se e não tem conserto.
concisão 1. A concisão na escrita,
quaisquer que sejam a complexidade do assunto ou o género da mensagem
jornalística, é uma regra essencial no PÚBLICO. 2. Tudo o
que puder ser escrito em cinco ou seis palavras não deverá sê-lo
em dez ou doze. Um dos segredos da redacção jornalística é "escrever
rápido" prosa fluida e de fácil compreensão ,
não se alongando em períodos intermináveis, com intercalares imensas,
nem fazendo parágrafos a perder de vista. A escolha das palavras
também conta: a "compra" não tem de ser "aquisição";
"calhambeque" é melhor do que "automóvel velho".
3. Igualmente importante é usar de bom senso quanto ao tamanho
dos artigos, para que sejam lidos por mais leitores, e até ao fim,
para além de que sobrará mais espaço para outra informação.
concluir Tem algumas formas acentuadas
nos pretéritos imperfeito e perfeito (cf. Verbos
e Acentuação).
concordâncias Sobre questões de concordâncias
dos adjectivos, seguem-se apenas uns quantos casos que suscitam
mais dúvidas ou originam mais erros. A concordância dos verbos com
o sujeito ou o predicativo está desenvolvida em Verbos, no final
do Alfabeto.
As concordâncias de adjectivos fazem-se no género
e no número e é um princípio geral que para dois géneros diferentes
se usa o adjectivo no plural e no género masculino, mas também pode
concordar apenas com o mais próximo. Por razões de clareza, opta-se
às vezes por repetir o adjectivo. Ex.: Comprou uma toalha garrida
e guardanapos garridos.
Quando o adjectivo precede os substantivos concorda
com o mais próximo. Ex.: Leio boas revistas e jornais. Exceptua-se
o caso de referir pessoas pelo nome ou designativo de parentesco.
Ex.: Encontrou-se com os simpáticos Ana e Nuno; As prestáveis tia
e prima vieram cedo para ajudar.
Nos adjectivos de cores com claro e escuro ligados
por hífen só o segundo elemento faz a concordância. Ex.: Trazia
uma mochila castanho-clara; Ficou a olhar as águas azul-escuras.
Mas quando o segundo elemento é de comparação fica invariável. Ex.:
olhos verde-esmeralda; capas cor-de-rosa.
concordar Geralmente regido pela preposição
com: concordar com alguém. Ex.: "Depois de muito discutirem
concordaram um com o outro."
condicional Evite-se: contraria a exactidão
e a precisão jornalísticas. Cf. Verbos.
conduta Imparcialidade, integridade
e independência em relação aos vários poderes e às fontes de informação
definem a conduta profissional dos jornalistas do PÚBLICO (cf.
imparcialidade, independência).
conferência Os títulos de conferências/seminários,
entre aspas, apenas levam maiúscula inicial. Ex.: "O lugar
de Portugal na época das Descobertas." Mas, se se tratar de
um ciclo, dentro do qual se realizam uma série de conferências/seminários,
a sua designação deverá seguir a regra dos títulos de obras, embora
sem aspas. Ex.: O Portugal Quinhentista.
confiança 1. Os dados de "background"
conferem solidez à informação e isso inspira segurança e confiança
ao leitor. 2. Nenhuma notícia deve sair a público sem a devida
confirmação e absoluta confiança na fonte de origem. 3. Os jornalistas
do PÚBLICO devem alimentar uma relação assídua com as suas fontes
de informação, na base da responsabilização, confiança e respeito
mútuos.
confirmação Na avaliação de uma informação
influem três factores: o valor intrínseco da informação, a possibilidade
de ela ser comprovada e a idoneidade da fonte. Toda a informação,
"on" ou "off", mas em especial se foi fornecida
com qualquer embargo, deve ser sempre avaliada, confirmada e, se
possível, contraditada antes da publicação. Se subsistirem dúvidas
quanto à sua veracidade, é preferível adiar a publicação, sacrificando,
inclusive, a actualidade. Deixar uma informação "na corda bamba"
é não só deselegante, como contraditório do rigor da informação:
"Uma informação segundo a qual Cavaco teria chamado Loureiro
a São Bento não foi confirmada pelo PÚBLICO."
confissão A palavra "confissão"
só pode ser utilizada se resultar de um depoimento prestado em audiência
formal do tribunal pelo réu ou pelo seu defensor; nada do que vem
da polícia, da acusação ou recolhido pelo próprio jornalista constitui
"confissão". As pessoas na condição de acusados "relatam",
"declaram", "contam" ou "explicam".
Deve evitar-se expressões como "admitem" ou "reconhecem",
assim como "diz-se" ou "sabe-se".
conflitos Disputas territoriais, conflitos
étnicos, rivalidades nacionalistas ou simples conflitos bélicos
deverão ter tratamento distanciado, mesmo sob o ponto de vista semântico.
Cf. distanciamento.
conselho Dif. de "concelho".
Ex.: Se queres um bom conselho, não te metas nisso! Os vizelenses
há muito que reclamam a criação do concelho de Vizela. N.B.
Conselho de Ministros; Conselho Pedagógico.
Conselho de Redacção 1. Existe
na maior parte dos órgãos de comunicação social, sempre eleito pelos
jornalistas. Dá parecer na nomeação da Direccção/director editorial.
Cf. Regulamento do Conselho de
Redacção. 2. Casos em que, de acordo com o Livro
de Estilo, o Conselho de Redacção deve ser ouvido pela Direcção:
a) Excepções à norma de exclusividade e disponibilidade total
dos jornalistas para o PÚBLICO. b) Excepções à norma de não
envolvimento público em tomadas de posição que, de algum modo, comprometam
a imagem de independência do PÚBLICO e dos seus jornalistas. c)
Situações relativas a presentes, viagens, convites ou benesses de
outro género que possam suscitar dúvidas ou ambiguidade. d)
A publicação da gravação de uma conversa sem o consentimento do
interlocutor. e) Tipos de publicidade que suscitem dúvidas
ou possam ser equívocos.
consenso É o consentimento da generalidade,
pelo que a expressão "consenso geral" é uma redundância.
consertar Quer dizer "arranjar",
"reparar". Dif. de "concertar". Ex.: Se a máquina
não trabalha, manda-a consertar. Concertaram uma estratégia para
enfrentar a situação.
conserto Reparação. Dif. de concerto,
de piano, por exemplo.
constituía É acentuada, ao passo que
"constituiu" não é.
constrangimento A recolha de informações,
testemunhos ou simples opiniões, incluindo a imagem fotográfica,
deve depender sempre da garantia de que não existe qualquer constrangimento
ou limitação artificial, de ordem emocional, psicológica ou até
física, das pessoas envolvidas.
construção de uma notícia 1.
Há três níveis essenciais na construção das peças: a apresentação
dos factos, que podem ser a divulgação da opinião de terceiros
a informação; o relacionamento desses factos entre si a interpretação;
e o juízo de valor sobre esses factos a opinião. Convém entrar
frontalmente com os factos e organizar a narrativa com uma cadência
apelativa, a partir da percepção do que é essencial (cf. factos,
interpretação, opinião, abordagem). 2. No PÚBLICO, o
título e o antetítulo, a entrada, o "lead", os subtítulos
e a fotografia constituem momentos privilegiados da construção do
texto. Cf. notícias, "lead", pirâmide invertida, entrada,
antetítulo, título, subtítulo, fotografia, legenda. O "lead"
determina sempre a construção do texto e o título da peça. O encadeamento
dos factos tem de respeitar uma sequência lógica, em que os elementos
informativos vão decrescendo de importância até ao fim, segundo
a técnica da pirâmide invertida. As entradas dos textos, as fotografias
e as legendas, desde que estas se encontrem associadas ao bloco
do título, devem ser lidas de forma complementar com o título e
antetítulo. Esse conjunto terá que conter os elementos informativos
essenciais do texto, numa interacção conjugada.
cônsul-geral
consultoria Um consultor faz consultoria.
contactos Notícias em primeira mão e
informação actualizada reclamam dos jornalistas uma rede de contactos
com credibilidade reconhecida nas respectivas áreas de trabalho,
boas relações em postos-chave e iniciativa junto de entidades que
possam constituir-se como fonte de informação e/ou ponto de partida
para uma investigação jornalística. O contacto telefónico não deve
substituir a relação personalizada e exclusiva com uma fonte de
informação (cf. telefone). À excepção das fontes estritamente
pessoais, todos os contactos devem ser disponibilizados junto do
editor e respectivo secretariado.
conta-gotas
conta-quilómetros
conter Composto do verbo "ter",
como ele se conjuga, do mesmo modo que deter, entreter, obter, suster.
O copo contém água. Os copos contêm água.
contra- Com hífen antes de vogal, h,
r ou s: contra-almirante, contra-indicação, contra-harmónico,
contra-roda
contraditório Cf. princípio do contraditório.
contra-senso
controle Aportuguesamento espontâneo
(e registado) da palavra francesa "contrôle". Cf. neologismos.
(Os puristas recomendam o uso de "controlo".)
convencer (de, de que)
convenções 1. Os números até
dez grafam-se por extenso e só a partir de 11 se usarão algarismos,
excepto em princípio de período (cf. números). 2.
Usa-se ponto num número com mais de quatro dígitos (10.000). 3.
O bilião equivale, em português e nas línguas europeias, a um milhão
de milhões, mas é mil milhões nos EUA, Brasil e países da América
(cf. bilião). 4. Horas: 12h30 é a forma adoptada no
PÚBLICO (cf. horas). 5. Datas: 2 de Janeiro de 1990,
e não 2.1.90, admitindo-se o uso de 2/1/90, preferencialmente entre
parênteses (cf. datas). 6. Os anos escrevem-se integralmente
1990 e não 90 e os pares de anos com hífen
1989-90, e não 1989/90 (cf. anos). 7. Os séculos escrevem-se
em numeração romana: século XX. 8. Os cargos políticos ou
administrativos e formas de tratamento são grafados com iniciais
minúsculas, com excepção de Presidente da República (cf. cargos;
Maiúsculas). 9. As
siglas não contêm pontos (cf. siglas). 10. As citações vão
entre aspas, tal como palavras estrangeiras e portuguesas de sentido
duplo susceptível de se confundir com o sentido literal: guerra
de "irmãos", não se tratando de irmãos de sangue (cf.
aspas). 11. Os títulos de jornais, revistas, publicações
periódicas, livros, filmes, etc., escrevem-se entre aspas, com iniciais
em caixa alta nas palavras variáveis (cf. aspas). 12.
PÚBLICO: escreve-se todo em caixa alta, sem aspas.13. Os
valores percentuais seguem a regra enunciada em 1.: cinco por cento;
mas (5%) em enumerações. 14. Os minutos dos golos no futebol
são representados por . 15. Quando se quer estabelecer
ligação, use-se o hífen e não a barra: PSD-Açores; a estrada que
faz a ligação Torres Vedras-Bombarral-Caldas da Rainha; Expo-98.
conversões Toda a terminologia mais
especializada deve ser devidamente descodificada. Assim, qualquer
valor em moeda estrangeira será convertido para o escudo; milhas
e outras distâncias em sistemas diferentes do métrico terão imediata
equivalência neste. Às horas de um acontecimento num país estrangeiro
acrescenta-se a correspondente hora portuguesa, entre parênteses.
Em tudo o que se relacione com números, há que facilitar uma rápida
compreensão e, em certos casos, é bom dar um termo de comparação,
do tipo "ardem 40 hectares de floresta por minuto o
equivalente a 60 campos de futebol...". Cf. Conversões.
convir Composto do verbo vir, desavir,
entrevir, sobrevir
convites Para garantir uma atitude independente
e crítica perante todos os poderes e interesses estabelecidos, os
jornalistas do PÚBLICO não aceitam presentes, viagens, convites
ou quaisquer benesses que possam condicionar a sua independência.
As situações que possam suscitar dúvidas ou ambiguidade deverão
ser aclaradas previamente com a Direcção, ouvido o Conselho de Redacção.
copo-dágua
Copydesks + Revisão de Página 1.
Harmonizam, corrigem, melhoram ou reescrevem textos segundo os padrões
jornalísticos do PÚBLICO. Mas cabe sempre aos redactores fazerem
uma última leitura dos seus textos, com especial atenção a pontuação,
acentuação, concordâncias e gralhas, cuidado que não deve ficar
para o editor nem para os "copydesks", que, aliás, não
lêem todos os textos a publicar. 2. Na Revisão de Página,
os "copydesks" dedicam especial atenção a títulos, antetítulos,
entradas, legendas, início e fim dos textos; conferem ainda a observância
das regras gráficas mais revelantes que caracterizam o PÚBLICO.
Todas as páginas, depois de concluídas, devem ser submetidas a um
olhar mais atento dos "copydesks" da Revisão de Página,
exceptuando as que só contêm publicidade.
cor 1. Os textos do PÚBLICO devem
registar o clima, a cor e a acção das situações, mas sem caírem
na emotividade. Depende do talento do jornalista tornar um facto
rotineiro numa narrativa que surpreenda e seduza o leitor. A cor
local é um elemento indispensável numa reportagem. As imagens e
as metáforas, se bem utilizadas, podem dar cor e sonoridade à narrativa.
2. Palavra não acentuada, seja em "o verde é a cor da
esperança" ou "sabe tudo de cor".
Corão Há quem considere esta grafia
desnecessariamente ultracorrigida. Refira-se, no entanto, que há
um autor de um dicionário, professor de Civilização Árabe e Islâmica
na Universidade inglesa de Exeter, que cita a palavra árabe original
sem o artigo ("Quran" e não "al-Quran").
Cf. Alcorão e Dic.
islâmico, Religiões.
cor-de-rosa
correcção A correcção, clareza e concisão
da escrita são essenciais. O estilo do PÚBLICO deve distinguir-se
pela inovação da escrita jornalística. Pode-se e deve-se inovar,
criar novas palavras e novas expressões, em sintonia com a linguagem
comum. Mas a inobservância das regras ortográficas e gramaticais,
por um lado, e a disparidade de convenções e códigos de escrita,
por outro, prejudicam sempre a qualidade de um estilo rigoroso e
plural. E desacreditam um jornal e quem nele escreve. Cf. linguagem,
vobabulário. O bom gosto e um estilo apurado são incompatíveis
com erros gramaticais ou palavras e expressões desadequadas ou de
todo erradas. Em caso de dúvida, consulte-se sempre O Alfabeto do
PÚBLICO, um prontuário ou os bons dicionários. Finda a redacção
de um texto, o seu autor deve lê-lo atentamente: a tarefa final
na elaboração de um texto inclui a sua revisão, tendo como preocupações
a pontuação, a acentuação, as concordâncias e outras eventuais imprecisões
ortográficas cuidado que não pode ser transferido para o
editor nem para o "copydesk".
correspondente Jornalista que cobre,
a título permanente, a informação num dado país, região ou localidade
e envia peças à redacção central. No caso da contribuição de correspondentes,
deve prevalecer a prioridade da assinatura do jornalista mais próximo
do acontecimento.
corta-fogo
cortar 1. Reduzir a dimensão
de um original (texto ou foto). Se o texto estiver estruturado segundo
a "pirâmide invertida", suprimem-se parágrafos a partir
do fim até se obter a dimensão que se pretende (cf. pirâmide
invertida). 2. Se houver que fazer cortes numa carta
ao director, os cortes serão rigorosamente assinalados, com reticências
entre parênteses (cf. cartas).
coser Dif. de cozer. Ex.: Não
é fácil coser uma bainha em tecidos finos. Quanto tempo leva a cozer
um ovo?
costeleta De costela.
cota Vestimenta (ex.: cota de malha,
na Idade Média); algarismo que indica a diferença entre um ponto
e aquele que se toma como referência (ex. A estrada passa à cota
50, ou seja, 50m acima do nível do mar, que é a referência); parte
de um todo, quota (cf. quota).
"court" de ténis.
"cover" Termo inglês para
a informação de primeira página (ou de capa, nas revistas).
cozer Dif. de coser. Ex.: Atrapalho-me
na cozinha porque nem sei quanto tempo leva a cozer um ovo. Detesto
costura, mas tenho imensa roupa para coser.
crânio
crê-crêem e vê-vêem, mas vem-vêm
credibilidade 1. O respeito das
regras da técnica e da deontologia, segundo a criatividade e o estilo
próprio de cada jornalista, confere mais credibilidade ao jornal
e aumenta a sua influência na opinião pública. A credibilidade do
jornal jogar-se-á tanto na qualidade da sua informação como no saber
corrigir as suas próprias falhas pronta e adequadamente (cf.
erros). Reconhecer o direito de resposta e manter uma relação
transparente com os demais órgãos de comunicação social são normas
de um jornal sério e credível. 2. A identificação rigorosa
da fonte favorece a credibilidade da informação. Os jornalistas
do PÚBLICO devem ter uma rede de contactos com credibilidade reconhecida
nas respectivas áreas de trabalho (cf. fontes). 3.
A inobservância das regras ortográficas e gramaticais, por um lado,
e a disparidade de convenções e códigos de escrita, por outro, prejudicam
sempre a qualidade de um estilo rigoroso e plural e desacreditam
um jornal e quem nele escreve (cf. linguagem, vocabulário).
criatividade Três condições fundamentais
para a criatividade jornalística: descobrir o novo e o imprevisto;
frescura e disponibilidade perante a realidade; e capacidade de
sedução do leitor. Criatividade jornalística não se confunde com
ausência de regras a construção das notícias tem de ser tecnicamente
irrepreensível e não é concebível sem um código ético, que
identifica os jornalistas do PÚBLICO, independentemente das opções
privadas. O jornalista deve fazer valer, em cada peça, toda a sua
criatividade e capacidade de prender o leitor pelo ritmo do texto
e o encadeamento da informação com os pormenores ambientais e as
mudanças de registo que quebrem a monotonia. O jornalismo assenta
numa técnica apurada de comunicação que não se confunde com a literatura,
mas que não prescinde do talento e da criatividade de quem o exerce.
O PÚBLICO estimula a afirmação e o desenvolvimento do estilo próprio
de cada um dos seus jornalistas e colaboradores, no quadro dos preceitos
gerais e das preocupações consagrados no seu Livro de Estilo.
crimes 1. Os casos judiciais
ou do foro criminal requerem um tratamento sóbrio e distanciado,
segundo critérios de inequívoco interesse jornalístico (cf. justiça).
2. A identificação (nomes ou fotos) das vítimas de crimes sexuais
ou de delinquentes menores substitui-se, no PÚBLICO, por nomes fictícios
facto devidamente assinalado no texto. A cobertura descuidada
e sensacionalista de um caso judicial de violação pode originar
prejuízos graves à vítima e à sua família (cf. identificação).
críquete Forma aportuguesada de "cricket".
cristão-democrata
cristão-novo
crítica O crítico deve exprimir com
toda a liberdade o seu ponto de vista, devidamente fundamentado,
sobre a(s) obra(s) criticada(s). Mas a notícia é a origem e o objectivo
básico do trabalho quotidiano, por isso, uma crítica ou um comentário
não dispensam igualmente um "lead" informativo e esclarecedor
para o leitor "que não sabe e quer saber" e não devem
prescindir do "background" e dos elementos informativos
básicos, em linguagem jornalística e acessível ao comum dos leitores.
crónica 1. Peça em que o destaque
vai para o ambiente. Pode ser uma opção, quando o jornalista se
aperceba de que é jornalisticamente muito mais interessante, por
exemplo, a crónica sugestiva do ambiente em que decorre uma cerimónia
do que o pretexto oficial do evento. A descrição humanizada de um
facto não deve, porém, perder de vista o essencial nem cair numa
crónica mundana frívola e bisbilhoteira, que é exactamente o contrário
do que o PÚBLICO visa. 2. Texto de carácter mais ou menos
polémico regularmente subscrito por um jornalista prestigiado ou
por uma figura publicamente reconhecida. 3. Mesmo uma crónica humorística
não pode envolver matéria gravosa para o bom nome e a imagem pública
de pessoas ou instituições. Os ajustes de contas ou os ressentimentos
pessoais não são pretextos admissíveis.
crosse
crucificação de "crucificar";
só "crucifixo" tem x.
cruzamento de informações Qualquer informação,
"on" ou "off", deverá ser sempre cruzada, pelo
menos, com duas fontes diferentes e independentes entre si. A pluralidade
das fontes é indispensável para garantir a objectividade, em particular
em casos de natureza militar, política, ideológica ou partidária
e de ordem económico-financeira, que se prestam a frequentes campanhas
de manipulação e desinformação pura. Qualquer informação desfavorável
a uma pessoa ou entidade obriga a que se oiça sempre "o outro
lado" em pé de igualdade (cf. equidade). As pessoas
sob acusação judicial ou acusadas por outrem devem ter a oportunidade
de responder às acusações. As peças terão que ser feitas em função
desse cruzamento de informações e nunca na perspectiva ou no interesse
da fonte da origem.
curiosidade 1. Iniciativa e curiosidade
profissional são características elementares num jornalista, que
tem de estar bem informado para conseguir obter e noticiar em primeira
mão. 2. A curiosidade de uma informação é um dos factores
que lhe conferem relevância, embora talvez como matéria de "faits-divers".
curta-metragem
curto-circuito Pl.: curtos-circuitos.
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