Palavras, expressões e conceitos de A a Z
             
              
            
            
            
            
            "cabaret" / cabaré  
            cabeça-de-casal, mas cabeça de cartaz, cabeça 
              de lista, cabeça de série 
            cabo-verdiano 
            "cabriolet" 
            cacha  Termo do jargão jornalístico que 
              designa o material informativo publicado em primeira mão. Corruptela 
              criada pelo aportuguesamento de "cache" (do fr., "cacher", 
              esconder) que em tipografia designa "a folha intercalar, em 
              branco, que se mete entre as folhas impressas para não repintarem", 
              que terá tido ainda a função de ocultar a notícia já impressa que 
              se pretendia como exclusivo. Os brasileiros chama-lhe "furo"; 
              os anglo-saxónicos "scoop". 
            "cachet" 
            cadente  Diferente de candente. 
              Uma estrela poderá ser "cadente", mas uma questão será 
              "candente". 
            caem  Do verbo cair, como saem, 
              do verbo sair. O som i frequentemente pronunciado é como 
              em "vou a(i) água". 
            caído, saído  Acentuadas, para desfazer 
              o ditongo. 
            caiu, saiu  Formas não acentuadas. 
            caixa  1. Quando um texto ultrapassar 
              os 7000 caracteres, é aconselhável "repartir" o assunto 
              por outro(s) texto(s) mais curto(s), tipo caixa(s). Se um assunto 
              comporta várias mensagens, é preferível tratá-las separadamente, 
              ou recorrendo a subtítulos ou em peças individualizadas. 2. 
              Os títulos das caixas são basicamente sugestivos (sem verbo). 
            caixa alta  1. Da gíria dos tipógrafos, 
              o m.q. maiúsculas. Sobre as regras gerais e as dúvidas ou erros 
              mais recorrentes no emprego da "letra grande", há um capítulo 
               Maiúsculas  
              no final deste livrro. 2. Enquanto os textos do destaque 
              e de abertura de cada secção e as notícias de 2º plano com entrada 
              arrancam com capitular, todos os outros abrem com uma ou duas palavras 
              em caixa alta  as duas primeiras palavras, sempre que sintetizem 
              uma unidade informativa; uma só no caso contrário ou quando a colunagem 
              assim o justificar. 
            caixa-forte 
            calão  A linguagem grosseira ou ordinária 
              só é admissível se for essencial à fidelidade da informação  
              e após consulta ao editor. 
            califa  Cf. Dic. 
              islâmico, Religiões. 
            calúnia  Não basta a identificação da 
              fonte de informação nem o simples registo da resposta da parte acusada 
              para evitar cair na calúnia, na difamação ou na instrumentalização 
              do jornal por alguma campanha. E é preciso também que o assunto 
              e/ou as pessoas envolvidas tenham relevância noticiosa. (Cf. 
              difamação e Fichas 
              da Lei.) 
            calvície 
            camião-cisterna, camiões-cisterna 
            camião-tanque, camiões-tanque 
            camoniano 
            campanhas  1. Sem investigação, 
              o jornal e o jornalista transformam-se em simples caixa de ressonância 
              ou em porta-voz de campanhas de manipulação e desinformação pura. 
              Por isso, há que recorrer sempre aos mecanismos indispensáveis da 
              objectividade: pluralidade das fontes, investigação, ausência de 
              ideias preconcebidas, abertura a situações inesperadas e a perspectivas 
              novas, contraditórias ou não com as convicções de cada jornalista. 
              2. O PÚBLICO não aceita publicidade redigida, excepto a prevista 
              na lei, e ainda outra cujas características ideológicas e propagandísticas 
              sejam incompatíveis com o estatuto editorial do jornal.  
            campeão 
            cana-de-açúcar 
            canções  Títulos: caixa alta só na primeira 
              palavra. 
            candente  Dif. de cadente. Ex.: 
              uma estrela cadente; uma questão candente. 
            canguru  Não acentuada, como peru, 
              zulu; a tónica já recai na última sílaba. 
            Cantão  Guangzhou é a grafia adoptada 
              (cf. chinês). 
            cão-polícia 
            capacetes azuis  Sem aspas. 
            capitão-de-corveta, capitães-de-corveta 
            capitão-de-fragata, capitães-de-fragata  
            capitão-de-mar-e-guerra, capitães-de-mar-e-guerra 
            capitão-mor, capitães-mores 
            capitular  Todos os textos de abertura 
              (da edição ou de secção) arrancam com capitular; os restantes abrem 
              com uma ou duas palavras em caixa alta. Cf. caixa alta e Maiúsculas. 
            carácter  Pl.: caracteres. Verifica-se, 
              no uso corrente, que carácter e caracter designam 
              duas coisas diferentes: o primeiro, referente a índole, tende a 
              aparecer sempre no singular; para o segundo, o da escrita, "singularizou-se" 
              "caracteres" e diz-se, por exemplo, "não escrevo 
              nem mais um caracter". 
            cardeal-patriarca  
            cargos 1. Regra geral, a indicação 
              do cargo é um elemento essencial de identificação, embora nos casos 
              de maior notoriedade pública possam ser referidos como simples "background". 
              Ex.: o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa; António 
              Guterres desmentiu ontem qualquer remodelação ministerial. "O 
              Governo governa e a oposição especula", comentou o primeiro-ministro 
              à saída do Palácio de Belém 2. O cargo precede o nome, excepto 
              se há que indicar mais do que um. Ex.: o presidente da Câmara de 
              Évora, Abílio Fernandes; Joaquim Pina Moura, secretário de Estado 
              adjunto do primeiro-ministro 3. A função escreve-se em caixa 
              baixa, ao passo que o nome do órgão ou instituição em que ela é 
              exercida tem inicial maiúscula. Ex.: o director-geral das Contribuições 
              e Impostos; a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos. 4. 
              Usa-se sempre caixa baixa em "tutela" e em "adjunto". 
              Ex.: o ministro da tutela; o secretário de Estado-adjunto. 5. 
              Não se reduz a siglas senão instituições (cf. Siglas). 
              N.B.  A questão de caixas altas e baixas está mais 
              desenvolvida em Maiúsculas. 
             
            cartas  As Cartas ao Director deverão 
              versar temas de interesse público ou conter opiniões e comentários 
              sobre textos publicados no jornal. Têm de ser escritas em linguagem 
              correcta, de acordo com as normas de urbanidade e de bom senso, 
              não ultrapassando, em princípio, os 1500 caracteres. O PÚBLICO reserva-se 
              o direito de proceder às adaptações necessárias, desde que não seja 
              desvirtuado o sentido dos textos. Nessas circunstâncias, os cortes 
              serão rigorosamente assinalados (com reticências entre parênteses). 
              Os autores são sempre identificados, salvo motivos excepcionais 
              em que a Direcção entenda reservar para si o conhecimento da identidade. 
              Em nenhum caso serão publicadas cartas anónimas. Quanto às Notas 
              da Redacção, convém lembrar que o jornalista não tem de ter sempre 
              a "última palavra" e que o critério da publicação de Notas 
              de Redacção depende do editor responsável ou da Direcção. Cf. 
              notas de redacção. 
            "cartoon"  Termo inglês; mas 
              "cartoonista" já é português. O "cartoon", tal 
              como as fotonotícias, é escolhido pelas suas virtualidades dramáticas 
              e informativas e desde que tenha expressão autónoma. Está excluído, 
              em princípio, qualquer texto ou legenda (cf. notícias).  
            casa-museu, casas-museus  
            casos  1. Em nenhum caso o rigor 
              da informação deverá ser sacrificado a outros critérios, por mais 
              imperativos que eles possam parecer. O direito ao bom nome e o princípio 
              da presunção da inocência são escrupulosamente garantidos. O PÚBLICO 
              só deve trazer para as suas páginas, com nomes e fotografias, os 
              casos que tenham sido investigados concludentemente. E é preciso 
              que o assunto e/ou as pessoas nele envolvidas tenham relevância 
              noticiosa. 2. Nos casos de natureza militar, política, ideológica 
              ou partidária e de ordem económico-financeira, que se prestam a 
              campanhas de manipulação e desinformação, os jornalistas do PÚBLICO 
              recorrerão aos mecanismos de objectividade: pluralidade das fontes, 
              investigação, ausência de ideias preconcebidas, abertura a situações 
              inesperadas e a perspectivas novas, contraditórias ou não com as 
              suas convicções. 3. Os casos históricos de controvérsia recente 
              ou com forte componente político-ideológica requerem prudência quando 
              se tornam objecto de investigação jornalística. 4. Os casos 
              judiciais ou ainda em fase de investigação policial (ou de outro 
              âmbito minimamente controverso) devem ser tratados com a máxima 
              precaução e distanciamento da origem das acusações. Nenhuma notícia, 
              título ou legenda deve confundir a suspeita com a culpa. E, mesmo 
              nos casos de detenção de suspeitos, a sua identidade nunca deve 
              ser revelada ou minimamente insinuada (por exemplo, com a divulgação 
              do apelido ou de outros dados aproximativos) enquanto a investigação 
              do PÚBLICO não tiver recolhido dados concludentes ou enquanto as 
              averiguações da polícia não tiverem conduzido a uma acusação formal 
              e indiscutível. 
            cassetete 
            castanho-claro; castanho-escuro  
             castas de uva  Em caixa alta. 
              Ex.: Touriga. 
            "casus belli" 
            cavalo-de-batalha 
            centenas de milhares  Os milhares vão 
              no plural. Cf. números. 
            Centro de Documentação  A sua eficácia 
              passará sempre pela colaboração de toda a Redacção, canalizando 
              todo o tipo de dados e informações de arquivo e retendo o menos 
              tempo possível o material que poderá ser necessário a outro colega. 
            cessar-fogo, cessar-fogos  
            céu  Como réu; acentuada, para 
              desfazer o ditongo eu. 
            "chador"  Cf. Dic. 
              islâmico, Religiões. 
            chamar  Chamar alguém ou alguma coisa 
               sem preposição. É como fazer uma citação e por isso usa-se 
              aspas. Ex.: É o chamado "regime livre". No ministério 
              ele foi chamado "o reformador". 
            chapéu  Acentuada para desfazer o ditongo 
              eu; mas "coliseu". 
            chinês  1. O PÚBLICO adoptou recentemente 
              o "pinyin", o chinês alfabetizado, criado pelos próprios 
              chineses e que entrou oficialmente em vigor em todos os contactos 
              com o exterior já em 1979 (cf. pinyin). 2. Eis alguns topónimos 
              mais conhecidos na sua versão actual (e antiga): Beijing (era Pequim); 
              Chongqing (era Chungking); Guangzhou (era Cantão); Hong Kong; Lhasa; 
              Shanghai (era Xangai); Sichuan (era Szechuan); Tianjin (era Tientsin); 
              Yanan (era Yenan). E Macau provavelmente virá, mais dia menos 
              dia, a chamar-se Aomen. Seguem-se também os nomes de alguns dirigentes 
              chineses em "pinyin" e na antiga grafia: Deng Xiaoping 
              (era Teng Hsiao-ping); Hua Guofeng (era Hua Kuo-feng); Jiang Qing 
              (era Chiang Ching); Lin Biao (era Lin Piao); Liu Shaoqi (era Liu 
              Shao-chi); Mao Zedong (era Mao Tsetung); Zhou Enlai (era Chou 
              Enlai). 3. Nos nomes chineses, o primeiro elemento que aparece 
              é o apelido de família, seguindo-se-lhe o nome próprio. Por isso, 
              ao escrever um nome chinês, deve fazer-se primeiro a referência 
              ao nome completo, passando depois a ser referido o primeiro, o de 
              família. Jang Zemin, o Presidente chinês, pode na continuação do 
              texto ser tratado como o Presidente Jang, tal como se fala, simplificando 
              o nome, de Mao e de Deng.  
            chiu!  A exigir silêncio. 
            chui  O m.q. xui (calão). 
            circum-  Com hífen antes de vogal, h, 
              m ou n: circum-adjacente, circum-hospitalar, circum-murado, 
              circum-navegação. 
            circuncidar  É o verbo de circuncisão. 
            cirílico  Todos os nomes russos, ucranianos, 
              bielorrussos, búlgaros ou de outros idiomas que usam o alfabeto 
              cirílico (à excepção do sérvio, que possui a "variante latina" 
              croata) e que nos chegam através das agências, recebendo, conforme 
              a fonte seja francófona ou anglófona, diferentes versões, devem 
              ser grafados em português de acordo com as regras que se seguem 
              (atenção especial às variantes da agência Lusa, que ora usa a grafia 
              inglesa, ora a francesa, sem referir a fonte, normalmente francófona, 
              anglófona ou em castelhano): 
            1. Não existe y, apenas i: Ieltsin. 
            2. O zh do inglês passa a j: não é Zhelev 
              (Zhelio), mas Jelev (Jelio). 
            3. O ou francês passa a u, invariavelmente. 
            4. Usa-se gu e não apenas g como em 
              inglês (a não ser que se pronuncie como j): Guennadi; Serguei. 
            5. Há uma série de nomes terminados em in, sem e final: 
              Ieltsin; Kalinin. Exceptuam-se Estaline e Lenine, há muito consagrados 
              nesta versão em português. 
            6. Não se usa acentos, ainda que a leitura possa afastar-se 
              da original (mas há excepções). 
            7. O plural das palavras em cirílico não se faz acrescentando 
              s final. O plural de "apparatchik" é "apparatchiki"; 
              ou então os "apparatchik". 
            8. Existem os sons ch, tch e chtch, 
              mas o último fica como ch  "tovarich" 
              [camarada]  ou como tch  Khrutchov. Equivale 
              a ch o inglês ou castelhano sh; ao passo que tch 
              é que em inglês ou castelhano se escreve apenas ch. 
            N.B.  Estas oito regras não se aplicam 
              às palavras aportuguesadas, mesmo erradamente, e já consagradas 
              pelo uso: São Petersburgo; José Estaline; Lenine; ou, ainda Moscovo. 
            cis-  Sem hífen: cisatlântico. 
            citações  1. Os depoimentos ou 
              declarações devem ser seleccionados pela sua actualidade e interesse 
              e trancritos com exactidão. As transcrições devem ser sempre curtas, 
              resumindo as frases mais importantes, expressivas e espontâneas 
              do entrevistado, em contraponto com uma prosa viva e fluida. Citações 
              em excesso empobrecem um trabalho jornalístico, mas deve haver pelo 
              menos uma citação de 20 em 20 linhas ao longo de um artigo, que 
              ganha em autenticidade e interesse. 2. As declarações textuais 
              não devem ultrapassar os 200 caracteres, quando se tratar de textos 
              "corridos". As citações vêm sempre entre aspas e é preferível 
              empregar uma intercalar  entre travessões, ou entre vírgulas 
              fechando as aspas antes e abrindo-as de novo depois  na referência 
              ao entrevistado, para não fazer a atribuição do discurso directo 
              sempre no fim da citação. Quando há uma citação dentro de outra, 
              usa-se plicas, dentro das aspas. O jogo entre o discurso directo 
              (das citações) e discurso indirecto (do jornalista) terá de respeitar 
              sempre as regras gramaticais (p. ex., os pronomes na 1ª pessoa só 
              podem constar no discurso directo). Cf. aspas, declarações, discurso 
              (in)directo, entrevista, plicas. 3. A reconstituição 
              de declarações a partir de várias citações numa só frase ou ideia 
              (paráfrases) só se aceita nas transcrições de documentos escritos. 
              Quando se enxerte numa citação um termo ou uma ideia indispensável 
              à sua compreensão, deve ficar entre parênteses rectos. 4. 
              Deve-se evitar citações no "lead", salvo se derivam de 
              fontes de autoridade indiscutível  notícia é mais importante 
              do que quem a fornece. 
            clareza  1. Clareza, simplicidade 
              e precisão são características básicas do estilo do PÚBLICO. Por 
              isso até uma crítica ou um comentário mais especializado não devem 
              prescindir dos elementos informativos indispensáveis à sua legibilidade 
              e clareza para o leitor comum. 2. Um "lead" deve 
              ser especialmente claro e preciso (cf. "lead"). 
              3. Clareza, simplicidade e exactidão dependem em boa parte 
              do bom uso do português, sendo essencial evitar vícios e incorrecções 
              de linguagem (cf. linguagem, vocabulário). A terminologia 
              mais especializada deve ser devidamente descodificada, tal como 
              um valor em moeda estrangeira, uma hora num país estrangeiro, uma 
              distância em milhas (cf. conversões). Deve recorrer-se, sempre 
              que possível, à visualização da mensagem informativa: uma foto, 
              um mapa, gráficos, quadros ou mesmo desenhos facilitam a leitura 
              e a compreensão. 
            clero  1. Ao referir títulos e 
              cargos eclesiásticos, que são em geral um elemento importante de 
              identificação, há que ser preciso e rigoroso e evitar as expressões 
              deferentes do tipo "sua eminência" ou "sua santidade" 
              (cf. tratamento). 2. A grafia dos títulos e instituições 
              religiosas obedece à regra geral adoptada na linguagem jornalística. 
              A função eclesiástica vai em caixa baixa , menos "Papa" 
              (padre, cardeal, pastor, rabi, imã, etc.), e o órgão ou instituição 
              eclesial leva maiúscula inicial (Patriarcado, Cúria Romana, Nunciatura, 
              Comunidade Islâmica de Lisboa). Cf. cargos e Maiúsculas. 
              3. Sobre graus hierárquicos e instituições religiosas, cf. 
              Religiões. 
            cliché (sem aspas) 
            co-  Com hífen: co-acusado, co-mediador. 
            coabitação  Houve aglutinação e o h 
              desapareceu. 
            côdea 
            "cogito, ergo sum" 
            colaboração  O jornalismo começa por 
              ser um trabalho de colaboração e de equipa. 
            colaboradores  1. O jornal solicita 
              ou aceita opinião externa de colaboradores regulares e/ou ocasionais, 
              que será paginada em colunas específicas e personalizadas e/ou editada 
              no Espaço Público. Nas colunas personalizadas dos colaboradores 
              permanentes ou em testemunhos pessoais solicitados pelo PÚBLICO, 
              poderá ser utilizada a 1ª pessoa do singular. 2. Os jornalistas, 
              colunistas e colaboradores permanentes do PÚBLICO não poderão manter 
              polémica entre si, salvo nos casos antecipadamente acordados com 
              a Direcção. 3. Os colaboradores redactoriais do PÚBLICO subordinam-se 
              também aos princípios gerais de ética e deontologia enunciados no 
              Livro de Estilo do PÚBLICO. 
            com certeza  Expressão composta por duas 
              palavras. 
            comboio  Não acentuada, como boina; 
              mas estóico (cf. Acentuação). 
             
            comentário  Assinado por um director, 
              editor ou jornalista, é um texto breve de interpretação clara e 
              incisiva dos factos e opinião do autor sobre a matéria em causa. 
              Não é admissível a utilização de uma linguagem panfletária ou insultuosa. 
            competência  1. Parâmetro essencial 
              na avaliação do interesse de uma fonte de informação. 2. 
              As imprecisões numa peça, muitas vezes por mero descuido, podem 
              também pôr em causa a competência do jornalista que a escreveu, 
              sobretudo se se tratar de uma matéria mais complexa. 
            "complot" 
            compor  Sem acento, como os demais compostos 
              de pôr: dispor, repor, apor, etc. 
            computorizado 
            comummente  Dobra o m. 
            comunicação  A adaptação da imprensa 
              à era da informação impõe a pesquisa imaginativa de códigos de comunicação 
              adequados a novos hábitos e tempos de leitura que fazem já parte 
              do quotidiano português. O jornalismo assenta numa técnica apurada 
              de comunicação que não se confunde com a literatura, mas que não 
              prescinde do talento e da criatividade de quem o exerce. 
            comunicar  Informar é comunicar e fazer 
              compreender, isto é, redigir de forma simples, concisa, clara e 
              precisa, quaisquer que sejam a complexidade do assunto ou o género 
              da mensagem jornalística. 
            concelho  Circunscrição administrativa. 
              Dif. de "conselho". Ex.: Nas autárquicas elegem-se as 
              câmaras de 305 concelhos. Dar bons conselhos é muito mais fácil 
              do que segui-los. N.B.  Conselho de Ministros. 
            concertar  Quer dizer "acordar, 
              chegar a acordo". Dif. de "consertar". Ex.: Concertaram 
              uma estratégia para enfrentar a situação. Se a máquina não trabalha, 
              manda-a consertar. 
            concerto  Dif. de "conserto", 
              reparação. Ex.: Maria João Pires tocou no concerto de ontem na Gulbenkian; 
              a máquina avariou-se e não tem conserto. 
            concisão  1. A concisão na escrita, 
              quaisquer que sejam a complexidade do assunto ou o género da mensagem 
              jornalística, é uma regra essencial no PÚBLICO. 2. Tudo o 
              que puder ser escrito em cinco ou seis palavras não deverá sê-lo 
              em dez ou doze. Um dos segredos da redacção jornalística é "escrever 
              rápido"  prosa fluida e de fácil compreensão , 
              não se alongando em períodos intermináveis, com intercalares imensas, 
              nem fazendo parágrafos a perder de vista. A escolha das palavras 
              também conta: a "compra" não tem de ser "aquisição"; 
              "calhambeque" é melhor do que "automóvel velho". 
              3. Igualmente importante é usar de bom senso quanto ao tamanho 
              dos artigos, para que sejam lidos por mais leitores, e até ao fim, 
              para além de que sobrará mais espaço para outra informação.  
            concluir  Tem algumas formas acentuadas 
              nos pretéritos imperfeito e perfeito (cf. Verbos 
              e Acentuação). 
            concordâncias  Sobre questões de concordâncias 
              dos adjectivos, seguem-se apenas uns quantos casos que suscitam 
              mais dúvidas ou originam mais erros. A concordância dos verbos com 
              o sujeito ou o predicativo está desenvolvida em Verbos, no final 
              do Alfabeto. 
            As concordâncias de adjectivos fazem-se no género 
              e no número e é um princípio geral que para dois géneros diferentes 
              se usa o adjectivo no plural e no género masculino, mas também pode 
              concordar apenas com o mais próximo. Por razões de clareza, opta-se 
              às vezes por repetir o adjectivo. Ex.: Comprou uma toalha garrida 
              e guardanapos garridos. 
            Quando o adjectivo precede os substantivos concorda 
              com o mais próximo. Ex.: Leio boas revistas e jornais. Exceptua-se 
              o caso de referir pessoas pelo nome ou designativo de parentesco. 
              Ex.: Encontrou-se com os simpáticos Ana e Nuno; As prestáveis tia 
              e prima vieram cedo para ajudar. 
            Nos adjectivos de cores com claro e escuro ligados 
              por hífen só o segundo elemento faz a concordância. Ex.: Trazia 
              uma mochila castanho-clara; Ficou a olhar as águas azul-escuras. 
              Mas quando o segundo elemento é de comparação fica invariável. Ex.: 
              olhos verde-esmeralda; capas cor-de-rosa. 
            concordar  Geralmente regido pela preposição 
              com: concordar com alguém. Ex.: "Depois de muito discutirem 
              concordaram um com o outro." 
            condicional  Evite-se: contraria a exactidão 
              e a precisão jornalísticas. Cf. Verbos. 
            conduta  Imparcialidade, integridade 
              e independência em relação aos vários poderes e às fontes de informação 
              definem a conduta profissional dos jornalistas do PÚBLICO (cf. 
              imparcialidade, independência). 
            conferência  Os títulos de conferências/seminários, 
              entre aspas, apenas levam maiúscula inicial. Ex.: "O lugar 
              de Portugal na época das Descobertas." Mas, se se tratar de 
              um ciclo, dentro do qual se realizam uma série de conferências/seminários, 
              a sua designação deverá seguir a regra dos títulos de obras, embora 
              sem aspas. Ex.: O Portugal Quinhentista. 
            confiança  1. Os dados de "background" 
              conferem solidez à informação e isso inspira segurança e confiança 
              ao leitor. 2. Nenhuma notícia deve sair a público sem a devida 
              confirmação e absoluta confiança na fonte de origem. 3. Os jornalistas 
              do PÚBLICO devem alimentar uma relação assídua com as suas fontes 
              de informação, na base da responsabilização, confiança e respeito 
              mútuos. 
            confirmação  Na avaliação de uma informação 
              influem três factores: o valor intrínseco da informação, a possibilidade 
              de ela ser comprovada e a idoneidade da fonte. Toda a informação, 
              "on" ou "off", mas em especial se foi fornecida 
              com qualquer embargo, deve ser sempre avaliada, confirmada e, se 
              possível, contraditada antes da publicação. Se subsistirem dúvidas 
              quanto à sua veracidade, é preferível adiar a publicação, sacrificando, 
              inclusive, a actualidade. Deixar uma informação "na corda bamba" 
              é não só deselegante, como contraditório do rigor da informação: 
              "Uma informação segundo a qual Cavaco teria chamado Loureiro 
              a São Bento não foi confirmada pelo PÚBLICO." 
            confissão  A palavra "confissão" 
              só pode ser utilizada se resultar de um depoimento prestado em audiência 
              formal do tribunal pelo réu ou pelo seu defensor; nada do que vem 
              da polícia, da acusação ou recolhido pelo próprio jornalista constitui 
              "confissão". As pessoas na condição de acusados "relatam", 
              "declaram", "contam" ou "explicam". 
              Deve evitar-se expressões como "admitem" ou "reconhecem", 
              assim como "diz-se" ou "sabe-se". 
            conflitos  Disputas territoriais, conflitos 
              étnicos, rivalidades nacionalistas ou simples conflitos bélicos 
              deverão ter tratamento distanciado, mesmo sob o ponto de vista semântico. 
              Cf. distanciamento. 
             conselho  Dif. de "concelho". 
              Ex.: Se queres um bom conselho, não te metas nisso! Os vizelenses 
              há muito que reclamam a criação do concelho de Vizela. N.B. 
               Conselho de Ministros; Conselho Pedagógico.  
            Conselho de Redacção  1. Existe 
              na maior parte dos órgãos de comunicação social, sempre eleito pelos 
              jornalistas. Dá parecer na nomeação da Direccção/director editorial. 
              Cf. Regulamento do Conselho de 
              Redacção. 2. Casos em que, de acordo com o Livro 
              de Estilo, o Conselho de Redacção deve ser ouvido pela Direcção: 
              a) Excepções à norma de exclusividade e disponibilidade total 
              dos jornalistas para o PÚBLICO. b) Excepções à norma de não 
              envolvimento público em tomadas de posição que, de algum modo, comprometam 
              a imagem de independência do PÚBLICO e dos seus jornalistas. c) 
              Situações relativas a presentes, viagens, convites ou benesses de 
              outro género que possam suscitar dúvidas ou ambiguidade. d) 
              A publicação da gravação de uma conversa sem o consentimento do 
              interlocutor. e) Tipos de publicidade que suscitem dúvidas 
              ou possam ser equívocos. 
            consenso  É o consentimento da generalidade, 
              pelo que a expressão "consenso geral" é uma redundância. 
            consertar  Quer dizer "arranjar", 
              "reparar". Dif. de "concertar". Ex.: Se a máquina 
              não trabalha, manda-a consertar. Concertaram uma estratégia para 
              enfrentar a situação. 
            conserto  Reparação. Dif. de concerto, 
              de piano, por exemplo. 
            constituía  É acentuada, ao passo que 
              "constituiu" não é.  
            constrangimento  A recolha de informações, 
              testemunhos ou simples opiniões, incluindo a imagem fotográfica, 
              deve depender sempre da garantia de que não existe qualquer constrangimento 
              ou limitação artificial, de ordem emocional, psicológica ou até 
              física, das pessoas envolvidas. 
            construção de uma notícia  1. 
              Há três níveis essenciais na construção das peças: a apresentação 
              dos factos, que podem ser a divulgação da opinião de terceiros  
              a informação; o relacionamento desses factos entre si  a interpretação; 
              e o juízo de valor sobre esses factos  a opinião. Convém entrar 
              frontalmente com os factos e organizar a narrativa com uma cadência 
              apelativa, a partir da percepção do que é essencial (cf. factos, 
              interpretação, opinião, abordagem). 2. No PÚBLICO, o 
              título e o antetítulo, a entrada, o "lead", os subtítulos 
              e a fotografia constituem momentos privilegiados da construção do 
              texto. Cf. notícias, "lead", pirâmide invertida, entrada, 
              antetítulo, título, subtítulo, fotografia, legenda. O "lead" 
              determina sempre a construção do texto e o título da peça. O encadeamento 
              dos factos tem de respeitar uma sequência lógica, em que os elementos 
              informativos vão decrescendo de importância até ao fim, segundo 
              a técnica da pirâmide invertida. As entradas dos textos, as fotografias 
              e as legendas, desde que estas se encontrem associadas ao bloco 
              do título, devem ser lidas de forma complementar com o título e 
              antetítulo. Esse conjunto terá que conter os elementos informativos 
              essenciais do texto, numa interacção conjugada. 
            cônsul-geral 
            consultoria  Um consultor faz consultoria. 
            contactos  Notícias em primeira mão e 
              informação actualizada reclamam dos jornalistas uma rede de contactos 
              com credibilidade reconhecida nas respectivas áreas de trabalho, 
              boas relações em postos-chave e iniciativa junto de entidades que 
              possam constituir-se como fonte de informação e/ou ponto de partida 
              para uma investigação jornalística. O contacto telefónico não deve 
              substituir a relação personalizada e exclusiva com uma fonte de 
              informação (cf. telefone). À excepção das fontes estritamente 
              pessoais, todos os contactos devem ser disponibilizados junto do 
              editor e respectivo secretariado. 
            conta-gotas 
            conta-quilómetros 
            conter  Composto do verbo "ter", 
              como ele se conjuga, do mesmo modo que deter, entreter, obter, suster. 
              O copo contém água. Os copos contêm água. 
            contra-  Com hífen antes de vogal, h, 
              r ou s: contra-almirante, contra-indicação, contra-harmónico, 
              contra-roda
  
            contraditório  Cf. princípio do contraditório. 
            contra-senso 
            controle  Aportuguesamento espontâneo 
              (e registado) da palavra francesa "contrôle". Cf. neologismos. 
              (Os puristas recomendam o uso de "controlo".) 
            convencer (de, de que) 
            convenções  1. Os números até 
              dez grafam-se por extenso e só a partir de 11 se usarão algarismos, 
              excepto em princípio de período (cf. números). 2. 
              Usa-se ponto num número com mais de quatro dígitos (10.000). 3. 
              O bilião equivale, em português e nas línguas europeias, a um milhão 
              de milhões, mas é mil milhões nos EUA, Brasil e países da América 
              (cf. bilião). 4. Horas: 12h30 é a forma adoptada no 
              PÚBLICO (cf. horas). 5. Datas: 2 de Janeiro de 1990, 
              e não 2.1.90, admitindo-se o uso de 2/1/90, preferencialmente entre 
              parênteses (cf. datas). 6. Os anos escrevem-se integralmente 
               1990 e não 90  e os pares de anos com hífen  
              1989-90, e não 1989/90 (cf. anos). 7. Os séculos escrevem-se 
              em numeração romana: século XX. 8. Os cargos políticos ou 
              administrativos e formas de tratamento são grafados com iniciais 
              minúsculas, com excepção de Presidente da República (cf. cargos; 
              Maiúsculas). 9. As 
              siglas não contêm pontos (cf. siglas). 10. As citações vão 
              entre aspas, tal como palavras estrangeiras e portuguesas de sentido 
              duplo susceptível de se confundir com o sentido literal: guerra 
              de "irmãos", não se tratando de irmãos de sangue (cf. 
              aspas). 11. Os títulos de jornais, revistas, publicações 
              periódicas, livros, filmes, etc., escrevem-se entre aspas, com iniciais 
              em caixa alta nas palavras variáveis (cf. aspas). 12. 
              PÚBLICO: escreve-se todo em caixa alta, sem aspas.13. Os 
              valores percentuais seguem a regra enunciada em 1.: cinco por cento; 
              mas (5%) em enumerações. 14. Os minutos dos golos no futebol 
              são representados por . 15. Quando se quer estabelecer 
              ligação, use-se o hífen e não a barra: PSD-Açores; a estrada que 
              faz a ligação Torres Vedras-Bombarral-Caldas da Rainha; Expo-98. 
            conversões  Toda a terminologia mais 
              especializada deve ser devidamente descodificada. Assim, qualquer 
              valor em moeda estrangeira será convertido para o escudo; milhas 
              e outras distâncias em sistemas diferentes do métrico terão imediata 
              equivalência neste. Às horas de um acontecimento num país estrangeiro 
              acrescenta-se a correspondente hora portuguesa, entre parênteses. 
              Em tudo o que se relacione com números, há que facilitar uma rápida 
              compreensão e, em certos casos, é bom dar um termo de comparação, 
              do tipo "ardem 40 hectares de floresta por minuto  o 
              equivalente a 60 campos de futebol...". Cf. Conversões. 
            convir  Composto do verbo vir, desavir, 
              entrevir, sobrevir 
            convites  Para garantir uma atitude independente 
              e crítica perante todos os poderes e interesses estabelecidos, os 
              jornalistas do PÚBLICO não aceitam presentes, viagens, convites 
              ou quaisquer benesses que possam condicionar a sua independência. 
              As situações que possam suscitar dúvidas ou ambiguidade deverão 
              ser aclaradas previamente com a Direcção, ouvido o Conselho de Redacção. 
            copo-dágua 
            Copydesks + Revisão de Página  1. 
              Harmonizam, corrigem, melhoram ou reescrevem textos segundo os padrões 
              jornalísticos do PÚBLICO. Mas cabe sempre aos redactores fazerem 
              uma última leitura dos seus textos, com especial atenção a pontuação, 
              acentuação, concordâncias e gralhas, cuidado que não deve ficar 
              para o editor nem para os "copydesks", que, aliás, não 
              lêem todos os textos a publicar. 2. Na Revisão de Página, 
              os "copydesks" dedicam especial atenção a títulos, antetítulos, 
              entradas, legendas, início e fim dos textos; conferem ainda a observância 
              das regras gráficas mais revelantes que caracterizam o PÚBLICO. 
              Todas as páginas, depois de concluídas, devem ser submetidas a um 
              olhar mais atento dos "copydesks" da Revisão de Página, 
              exceptuando as que só contêm publicidade.  
            cor  1. Os textos do PÚBLICO devem 
              registar o clima, a cor e a acção das situações, mas sem caírem 
              na emotividade. Depende do talento do jornalista tornar um facto 
              rotineiro numa narrativa que surpreenda e seduza o leitor. A cor 
              local é um elemento indispensável numa reportagem. As imagens e 
              as metáforas, se bem utilizadas, podem dar cor e sonoridade à narrativa. 
              2. Palavra não acentuada, seja em "o verde é a cor da 
              esperança" ou "sabe tudo de cor". 
            Corão  Há quem considere esta grafia 
              desnecessariamente ultracorrigida. Refira-se, no entanto, que há 
              um autor de um dicionário, professor de Civilização Árabe e Islâmica 
              na Universidade inglesa de Exeter, que cita a palavra árabe original 
              sem o artigo ("Quran" e não "al-Quran"). 
              Cf. Alcorão e Dic. 
              islâmico, Religiões. 
            cor-de-rosa 
            correcção  A correcção, clareza e concisão 
              da escrita são essenciais. O estilo do PÚBLICO deve distinguir-se 
              pela inovação da escrita jornalística. Pode-se e deve-se inovar, 
              criar novas palavras e novas expressões, em sintonia com a linguagem 
              comum. Mas a inobservância das regras ortográficas e gramaticais, 
              por um lado, e a disparidade de convenções e códigos de escrita, 
              por outro, prejudicam sempre a qualidade de um estilo rigoroso e 
              plural. E desacreditam um jornal e quem nele escreve. Cf. linguagem, 
              vobabulário. O bom gosto e um estilo apurado são incompatíveis 
              com erros gramaticais ou palavras e expressões desadequadas ou de 
              todo erradas. Em caso de dúvida, consulte-se sempre O Alfabeto do 
              PÚBLICO, um prontuário ou os bons dicionários. Finda a redacção 
              de um texto, o seu autor deve lê-lo atentamente: a tarefa final 
              na elaboração de um texto inclui a sua revisão, tendo como preocupações 
              a pontuação, a acentuação, as concordâncias e outras eventuais imprecisões 
              ortográficas  cuidado que não pode ser transferido para o 
              editor nem para o "copydesk". 
            correspondente  Jornalista que cobre, 
              a título permanente, a informação num dado país, região ou localidade 
              e envia peças à redacção central. No caso da contribuição de correspondentes, 
              deve prevalecer a prioridade da assinatura do jornalista mais próximo 
              do acontecimento. 
            corta-fogo  
            cortar  1. Reduzir a dimensão 
              de um original (texto ou foto). Se o texto estiver estruturado segundo 
              a "pirâmide invertida", suprimem-se parágrafos a partir 
              do fim até se obter a dimensão que se pretende (cf. pirâmide 
              invertida). 2. Se houver que fazer cortes numa carta 
              ao director, os cortes serão rigorosamente assinalados, com reticências 
              entre parênteses (cf. cartas). 
            coser  Dif. de cozer. Ex.: Não 
              é fácil coser uma bainha em tecidos finos. Quanto tempo leva a cozer 
              um ovo? 
            costeleta  De costela. 
            cota  Vestimenta (ex.: cota de malha, 
              na Idade Média); algarismo que indica a diferença entre um ponto 
              e aquele que se toma como referência (ex. A estrada passa à cota 
              50, ou seja, 50m acima do nível do mar, que é a referência); parte 
              de um todo, quota (cf. quota). 
            "court" de ténis. 
            "cover"  Termo inglês para 
              a informação de primeira página (ou de capa, nas revistas). 
            cozer  Dif. de coser. Ex.: Atrapalho-me 
              na cozinha porque nem sei quanto tempo leva a cozer um ovo. Detesto 
              costura, mas tenho imensa roupa para coser. 
            crânio 
            crê-crêem e vê-vêem, mas vem-vêm 
            credibilidade  1. O respeito das 
              regras da técnica e da deontologia, segundo a criatividade e o estilo 
              próprio de cada jornalista, confere mais credibilidade ao jornal 
              e aumenta a sua influência na opinião pública. A credibilidade do 
              jornal jogar-se-á tanto na qualidade da sua informação como no saber 
              corrigir as suas próprias falhas pronta e adequadamente (cf. 
              erros). Reconhecer o direito de resposta e manter uma relação 
              transparente com os demais órgãos de comunicação social são normas 
              de um jornal sério e credível. 2. A identificação rigorosa 
              da fonte favorece a credibilidade da informação. Os jornalistas 
              do PÚBLICO devem ter uma rede de contactos com credibilidade reconhecida 
              nas respectivas áreas de trabalho (cf. fontes). 3. 
              A inobservância das regras ortográficas e gramaticais, por um lado, 
              e a disparidade de convenções e códigos de escrita, por outro, prejudicam 
              sempre a qualidade de um estilo rigoroso e plural e desacreditam 
              um jornal e quem nele escreve (cf. linguagem, vocabulário). 
            criatividade  Três condições fundamentais 
              para a criatividade jornalística: descobrir o novo e o imprevisto; 
              frescura e disponibilidade perante a realidade; e capacidade de 
              sedução do leitor. Criatividade jornalística não se confunde com 
              ausência de regras  a construção das notícias tem de ser tecnicamente 
              irrepreensível  e não é concebível sem um código ético, que 
              identifica os jornalistas do PÚBLICO, independentemente das opções 
              privadas. O jornalista deve fazer valer, em cada peça, toda a sua 
              criatividade e capacidade de prender o leitor pelo ritmo do texto 
              e o encadeamento da informação com os pormenores ambientais e as 
              mudanças de registo que quebrem a monotonia. O jornalismo assenta 
              numa técnica apurada de comunicação que não se confunde com a literatura, 
              mas que não prescinde do talento e da criatividade de quem o exerce. 
              O PÚBLICO estimula a afirmação e o desenvolvimento do estilo próprio 
              de cada um dos seus jornalistas e colaboradores, no quadro dos preceitos 
              gerais e das preocupações consagrados no seu Livro de Estilo. 
            crimes  1. Os casos judiciais 
              ou do foro criminal requerem um tratamento sóbrio e distanciado, 
              segundo critérios de inequívoco interesse jornalístico (cf. justiça). 
              2. A identificação (nomes ou fotos) das vítimas de crimes sexuais 
              ou de delinquentes menores substitui-se, no PÚBLICO, por nomes fictícios 
               facto devidamente assinalado no texto. A cobertura descuidada 
              e sensacionalista de um caso judicial de violação pode originar 
              prejuízos graves à vítima e à sua família (cf. identificação). 
            críquete  Forma aportuguesada de "cricket". 
            cristão-democrata 
            cristão-novo 
            crítica  O crítico deve exprimir com 
              toda a liberdade o seu ponto de vista, devidamente fundamentado, 
              sobre a(s) obra(s) criticada(s). Mas a notícia é a origem e o objectivo 
              básico do trabalho quotidiano, por isso, uma crítica ou um comentário 
              não dispensam igualmente um "lead" informativo e esclarecedor 
              para o leitor "que não sabe e quer saber" e não devem 
              prescindir do "background" e dos elementos informativos 
              básicos, em linguagem jornalística e acessível ao comum dos leitores. 
            crónica  1. Peça em que o destaque 
              vai para o ambiente. Pode ser uma opção, quando o jornalista se 
              aperceba de que é jornalisticamente muito mais interessante, por 
              exemplo, a crónica sugestiva do ambiente em que decorre uma cerimónia 
              do que o pretexto oficial do evento. A descrição humanizada de um 
              facto não deve, porém, perder de vista o essencial nem cair numa 
              crónica mundana frívola e bisbilhoteira, que é exactamente o contrário 
              do que o PÚBLICO visa. 2. Texto de carácter mais ou menos 
              polémico regularmente subscrito por um jornalista prestigiado ou 
              por uma figura publicamente reconhecida. 3. Mesmo uma crónica humorística 
              não pode envolver matéria gravosa para o bom nome e a imagem pública 
              de pessoas ou instituições. Os ajustes de contas ou os ressentimentos 
              pessoais não são pretextos admissíveis. 
            crosse 
            crucificação  de "crucificar"; 
              só "crucifixo" tem x. 
            cruzamento de informações  Qualquer informação, 
              "on" ou "off", deverá ser sempre cruzada, pelo 
              menos, com duas fontes diferentes e independentes entre si. A pluralidade 
              das fontes é indispensável para garantir a objectividade, em particular 
              em casos de natureza militar, política, ideológica ou partidária 
              e de ordem económico-financeira, que se prestam a frequentes campanhas 
              de manipulação e desinformação pura. Qualquer informação desfavorável 
              a uma pessoa ou entidade obriga a que se oiça sempre "o outro 
              lado" em pé de igualdade (cf. equidade). As pessoas 
              sob acusação judicial ou acusadas por outrem devem ter a oportunidade 
              de responder às acusações. As peças terão que ser feitas em função 
              desse cruzamento de informações e nunca na perspectiva ou no interesse 
              da fonte da origem. 
            curiosidade  1. Iniciativa e curiosidade 
              profissional são características elementares num jornalista, que 
              tem de estar bem informado para conseguir obter e noticiar em primeira 
              mão. 2. A curiosidade de uma informação é um dos factores 
              que lhe conferem relevância, embora talvez como matéria de "faits-divers". 
            curta-metragem 
            curto-circuito  Pl.: curtos-circuitos. 
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