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Palavras, expressões e conceitos de A a Z
uísque
Termo português para "whisky". Ambas as formas são admissíveis.
"ulema" Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
última hora Ex.: notícia de última hora.
Resolveu-se à última hora.
última palavra Relativamente às Cartas
ao Director emitindo opiniões sobre textos publicados no jornal,
evite-se a tendência de os jornalistas responderem às intervenções
dos leitores. A diferença de perspectiva ou opinião entre o jornalista
e o leitor é natural e saudável e o jornalista não deve cair na
tentação de ter sempre a última palavra.
últimas Não devem ultrapassar os 500
caracteres, num estilo rápido, quase telegráfico; quando paginadas
a duas colunas, podem incluir fotos, gráficos ou outro material
documental; em princípio, não são assinadas (cf. notícias).
ultra- Com hífen antes de vogal, h,
r ou s: ultra-avarenta, ultra-radical, ultra-sensível;
escreve-se ultracontrariado
um/uma Refere algo indefinido. Assim,
como não especifica, usa-se minúscula, p. ex., em: um ministério,
um governo; mas o Ministério do Ambiente, o Governo de Cavaco Silva.
Excepções: um Estado, uma Constituição, um Presidente (da República).
um dos que O verbo vai no plural. Ex.:
Um dos que estiveram presentes (cf. Concordâncias,
Verbos).
"umma" Cf. Dic.
islâmico, Religiões.
urbanidade Não são admissíveis as obscenidades,
blasfémias, insultos ou qualquer tipo de calão, excepto quando são
essenciais à fidelidade da notícia ou da reportagem e após
consulta ao editor. Não se aceitam faltas de urbanidade nas Cartas
ao Director, motivo que pode determinar a sua não publicação. As
Notas de Redacção também nunca poderão ser redigidas em estilo grosseiro
e insultuoso.
"urbi et orbi" Por toda a
parte (à cidade e ao mundo).
"ustasha" Nome dado pelos
sérvios aos combatentes croatas na guerra da ex-Jugoslávia e que
designava na II Guerra os soldados croatas do exército do Estado
croata fantoche sob égide alemã e governo de Ante Pavelic
V
vaca-fria (voltar ou tornar à)
"vade retro"
vaivém Substantivou-se assim e faz o
plural "vaivéns".
valor Na avaliação de uma informação
influem três factores: o valor intrínseco da informação, a possibilidade
de ser comprovada e a idoneidade da fonte (cf. informação).
Só pode ser considerada fonte a pessoa a quem o PÚBLICO reconhece
competência e seriedade para prestar a informação (cf. fonte).
vátio Forma portuguesa para "watt".
vê / vêem Do verbo "ver";
como crê/crêem, lê/lêem: ele vê/crê/lê. Eles vêem/crêem/ lêem.
vêm Do verbo "vir": ele vem,
eles vêm.
"veni, vidi, vici" (cheguei, vi e
venci)
ventoinha Palavra não acentuada, como
rainha, moinho
(cf. Acentuação).
veracidade Nos casos em que subsistam
dúvidas quanto à veracidade de uma informação, é preferível adiar
a sua publicação, sacrificando, inclusive, a actualidade.
verbos De preferência, sempre no modo
indicativo, na voz activa e nas formas simples e afirmativas. As
formas condicionais, os tempos compostos, as passivas e as conjugações
perifrásticas ou negativas prejudicam e desvalorizam a informação
jornalística. Cf. Verbos.
verde-alface, verde-claro, verde-escuro,
verde-garrafa, verde-mar
verosímil, verosímeis
vez Uma vez, duas vezes
Ex: Tire
a senha e aguarde a sua vez. Mas: O que é que vês daí? do
verbo ver.
viagens Os jornalistas do PÚBLICO não
aceitam presentes, viagens, convites ou benesses de outro género,
que possam condicionar a sua independência Viagens incluídas na
comitiva oficial do Presidente da República ou do primeiro-ministro,
por exemplo, estão naturalmente excluídas desta preocupação.
viajar E viajante, mas viagem.
vicárias Ou palavras substitutas (tal,
coisa, isso, este, aquele, diversas formas do verbo ter)
devem-se evitar, assim como as expressões-muleta (como se sabe,
de registar que, recorde-se, registe-se, saliente-se, em última
análise), sobretudo na abertura de um período. Também não se deve
iniciar um período com uma conjunção adversativa (porém, contudo,
entretanto, não obstante), exceptuando-se o "mas", ou
conclusiva (portanto, pois), nem repetir a mesma palavra a abrir
dois períodos seguidos ou muito próximos no mesmo texto. O uso repetido
do pronome "ele"/"ela", quase sempre dispensável,
é inestético.
vice- Com hífen: vice-primeiro-ministro,
vice-almirante, vice-reitor
vide Como inclusive, sem acento.
videoamador Como radioamador.
vigilante Como vigiar e vigília.
vir Os compostos advir, avir, convir,
desavir, sobrevir conjugam-se como vir.
vira-casaca, vira-casacas
vírgula Atenção, um erro de palmatória
em que se cai às vezes (e todas as vezes são de mais) é colocar
uma vírgula entre o sujeito e o predicado. Cf. pontuação.
vítima Não significa que seja "vítima
mortal". Assim, é errado escrever que "o acidente causou
duas vítimas" querendo dizer que causou duas mortes. Por outro
lado, um acidente pode ser fatal, mas a vítima não.
vivacidade A vivacidade de um texto
jornalístico depende da exploração dos efeitos de descontinuidade,
de suspensão, dos cortes rápidos na narrativa. A introdução de elementos
contraditórios, o pinguepongue das declarações curtas, a descrição
dos ambientes e a evocação do "background" devem processar-se
a uma cadência em que os tempos mortos não existam. Depende do talento
do jornalista saber transformar um facto rotineiro numa narrativa
que surpreenda e seduza o leitor. As frases e expressões reproduzidas
devem ser sempre as mais importantes, expressivas e espontâneas
das personagens, sem esquecer que citações em excesso equivalem
a banalidade e monotonia.
vocabulário Cf. linguagem 1.
O PÚBLICO quer contribuir para a inovação da escrita jornalística:
linguagem fácil, mas moderna, viva e coloquial, em que a inventiva
e a criatividade dos seus redactores assumem papel decisivo. Pode-se
até criar novas palavras e expressões, em sintonia com a linguagem
comum e a constante renovação da língua (como "buzinão"
e "pontemónio", inventadas quando dos protestos dos automobilistas
no "garrafão" da portagem da Ponte 25 de Abril), mas sem
criar tal disparidade de convenções e códigos de escrita que se
perca a eficácia da comunicação (cf. neologismos). A precisão
dos vocábulos deve ser uma preocupação constante na escrita do PÚBLICO
e a escolha das palavras também conta: a "compra" não
tem de ser "aquisição"; "calhambeque" é melhor
do que "automóvel velho". Por outro lado, bom gosto e
um estilo apurado são incompatíveis com erros gramaticais ou palavras
e expressões desadequadas ou de todo erradas (cf. correcção).
2. Recomendações: a) A escolha de termos com uma carga
semântica forte, sobretudo substantivos e verbos, permite reduzir
o recurso aos adjectivos e advérbios. b) A utilização de
neologismos e estrangeirismos deve subordinar-se ao bom gosto e
ao bom senso. c) Convém usar com parcimónia as siglas, abreviaturas
e outros sinais convencionais, para não transformar o texto numa
charada. d) Sempre que surjam novos termos traduzidos (ou
que se queira traduzir) é indispensável confirmar a sua correcção.
e) Os verbos "acentuar", "afirmar", "confessar",
"declarar", "dizer", "esclarecer",
"observar", "precisar", "referir",
"rematar", não são sinónimos e devem ter o uso adequado.
3. São de evitar: a) Termos especializados de qualquer
área do conhecimento, ou gírias de qualquer profissão ou actividade
(como o "futebolês"); mas um termo técnico, se devidamente
explicado, poderá simplificar a comunicação. b) Frases feitas,
lugares-comuns e chavões, estereótipos que artificializam a prosa.
c) Sinónimos rebuscados, que constituem preciosismo. d)
Palavras substitutas (tal, coisa, isso, este, aquele) e expressões-muleta
(como se sabe, de registar que, recorde-se, saliente-se, em última
análise), sobretudo na abertura de um período. e) Também
a iniciar a frase, conjunções adversativas (porém, contudo, entretanto,
não obstante, excepto mas) ou conclusivas (portanto, pois). 4.
Atenção: a) A imparcialidade e o distanciamento começam
por notar-se no vocabulário e na abordagem de assuntos com carga
ideológica. b) Requer cuidado a terminologia com algumas
cargas semânticas. Qualificar acontecimentos, organizações ou pessoas
não pode confundir-se com juízos de valor. c) O PÚBLICO recusa
todos os preconceitos e estereótipos de linguagem que firam a sensibilidade
comum em assuntos que envolvam a idade, a raça, a religião ou o
sexo (cf. discriminação). 5. Casos de justiça: as
pessoas sob acusação criminal não provada são "acusadas"
ou "suspeitas". Termos como "confissão" ou "assassino
confesso" só podem ser utilizados se resultam de depoimento
do réu ou do seu defensor em tribunal. Pessoas sob acusação "relatam",
"declaram", "contam" ou "explicam",
não "admitem" nem "reconhecem". Expressões como
"diz-se" ou "sabe-se" contrariam o rigor indispensável
nestes casos. A expressão "alegado criminoso/burlão" não
se aplica a uma pessoa não condenada, como também não há "alegados
subornos" (cf. justiça). 6. Outros casos e particularidades:
a) As expressões "diz-se que", "consta que",
"parece que" referem-se a boatos e não a factos noticiáveis.
b) O jargão especializado e os preciosismos académicos estão
excluídos, mesmo dos textos de opinião. c) Formulações como
"o Governo está a pensar..." não são admissíveis; "o
gabinete do primeiro-ministro declarou..." não é verdade: só
as pessoas podem fazer declarações. d) Fórmulas do género
"fonte digna de crédito", "fonte segura" "fonte
próxima de" são no mínimo dispensáveis: as fontes, a sê-lo,
devem merecer confiança e estar bem colocadas para falar sobre o
assunto. "Segundo as nossas fontes" é expressão banida,
pois um jornal bem informado não precisa de justificar permanentemente
as suas notícias, assume-as e responsabiliza-se por elas.
volte-face Galicismo aceite, dado que
"volta-face" é feio; pode usar-se também "reviravolta"
(ou "volta de 180 graus", expressão que só peca por comprida).
voo Palavra não acentuada.
"vox populi, vox Dei" (a voz do povo
é a voz de Deus)
vultoso Avultado.
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