ÍNDICE
  Guia de leitura
 
  PARTE I
 
  Ética e deontologia
  Estatuto editorial
  Princípios e normas de
  conduta profissional
  Informar sem manipular,
  difamar ou intoxicar
  Privacidade
  e responsabilidade
  Seriedade e credibilidade
  O jornalista não é
  um mensageiro
 
  Critérios, géneros
  e técnicas
  Os factos e a opinião
  Regras de construção
  O rigor da escrita
  A fotografia
  A publicidade
 
  PARTE II
  Alfabeto do PÚBLICO
  Palavras, expressões e   conceitos
  A B C D E F G H I J K L M N
  O P Q R S T U V W X Y Z
 
  Normas e nomenclaturas
  Acentuação
  Verbos
  Maiúsculas & minúsculas
  Topónimos estrangeiros
  Siglas
  Factores de conversão
  Hierarquias (militares e   policiais)
  Religiões
 
  ANEXOS
  Fichas da lei
  Projecto PÚBLICO
  na Escola
  Regulamento do Conselho de
  Redacção do PÚBLICO
  Estatuto do Provedor
  do Leitor do PÚBLICO
  Código Deontológico
  do Jornalista
 
  


Palavras, expressões e conceitos de A a Z

 

   

pajem

palavra — Direito à palavra: cf. Fichas da Lei.

palavras Cf. linguagem, vocabulário.

pan- — Com hífen antes de vogal ou h: pan-americano, pan-helénico.

pantomima

pãozinho, pãezinhos

"paparazzi", "paparazzo" (sing., italiano)

papéis — Acentuada, como fiéis, hotéis.

para- — Sem hífen: paraestatal, parassimpático, paratuberculose.

pára-brisas — Sing. e plural.

pára-choques — Sing. e plural.

paráfrases — A reconstituição de declarações a partir de várias citações numa só frase ou ideia só se aceita nas transcrições de documentos escritos.

paralisar e paralisia — Não têm z.

pára-quedas — Sing. e plural.

parênteses rectos — Quando se enxerta numa citação um termo ou uma ideia indispensável à sua compreensão, esse termo ou essa ideia deve vir em redondo e entre parênteses rectos.

particípios passados duplos — Em geral, um é regular, formado sobre o verbo em português e o outro, irregular, veio directamente do latim ou é uma forma contraída do primeiro. O mais corrente é a forma regular ser usada com os auxiliares ter e haver e a irregular com ser e estar ou ficar. Mas as excepções são muitas, desde os que são utilizados apenas com estar e ficar até aos meros adjectivos formados de facto de um remoto particípio do verbo. Dada esta complexidade, há uma listagem de particípios duplos e o seu uso mais corrente em Verbos, no final deste livro.

"parti-pris"

"part-time"

patentes Cf. Hierarquias.

paul — Não acentuada, como Raul.

peão / pião — Ex.: o peão deve atravessar na passadeira, peão no xadrez; jogo do pião.

pé-de-meia, pés-de-meia

pedra-de-toque

pele-vermelha, peles-vermelhas

pelo / pêlo — Ex.: pelo facto pedimos desculpa; o pêlo do cão.

peluche

pequeno-almoço, pequenos-almoços

Pequim — Escreva-se Beijing, em vez de Pequim. Cf. chinês e Pinyin.

"per capita" (por cabeça)

percentagem — Em texto corrido, escreve-se sempre por extenso — 20 por cento — e só em gráficos, tabelas, etc., se usa o símbolo %. Admite-se, no entanto, que num texto em que se refiram muitas percentagens se use o símbolo sempre que as mesmas venham indicadas entre parênteses, como acontece por vezes em matérias de Economia.

percursor — Que percorre (de percurso). Dif. de precursor (que vai à frente, que abre caminho) e de percussor (de percussão).

percussão — Instrumentos de percussão (de percutir).

percussor — Sinónimo de percutor.

"perestroika"

perfeito / prefeito — Perfeito é um adjectivo; prefeito é um substantivo que designa o chefe de uma prefeitura no Império Romano; o superior de um convento; o chefe de departamento em França; o empregado colegial que tem a seu cargo vigiar os estudantes; o chefe de uma corporação policial em certos países; no Brasil, o magistrado que superintende nos serviços municipais de cada um dos estados e é nomeado pelos respectivos governadores.

"performance" — Já é aceite como português em certos casos, como ao referir-se a automóveis.

perseverar / preservar — Perseverar tem o sentido de persistir, conservar-se firme num sentimento ou resolução; preservar significa defender, resguardar. Ex.: Perseverou até ao fim nos seus intentos. Preservou sempre a sua vida familiar da curiosidade dos "media".

"persona non grata"

personagem — Pode escrever-se ou dizer-se "o personagem" ou "a personagem".

persuasão — De persuadir.

pertinácia — Ir mais longe na informação implica pertinácia, capacidade de investigação e poder de antecipação, o inverso do jornalismo-sentado, de manga-de-alpaca, para não se ser ultrapassado pelos factos ou... pela concorrência.

peru / Peru — Sem acento, quer o animal, quer o nome do país.

pinguepongue / pingue-pongue

pinguepongue — A chamada "técnica de pinguepongue" consiste em introduzir no texto declarações curtas em cortes rápidos da narrativa, introduzindo elementos contraditórios, criando efeitos de descontinuidade, numa cadência sem tempos mortos (cf. vivacidade). Na entrevista de pergunta-resposta, é uma forma de captar o interesse do leitor, com perguntas breves e rápidas, sem conterem implicitamente a resposta (cf. entrevista).

"pinyin" — O chinês "alfabetizado", feito por chineses, para uso seu e dos estrangeiros e que, desde 1979, com o "New York Times" na dianteira, tem vindo a ser adoptado pelos órgãos de comunicação social em todo o mundo — e agora também pelo PÚBLICO. Os complexos caracteres chineses não obedecem a uma lógica alfabética, como nas línguas ocidentais, mas a uma escrita ideográfica e, em vez de serem representados sons individuais, são escritos de uma só vez o som e o significado em cada caracter. Foram portugueses, jesuítas, os primeiros estrangeiros a tentar, no século XVI, arranjar uma fórmula de transcrição fonética alfabetizada da língua chinesa e, nos últimos 150 anos, sucederam-se as tentativas nesse sentido de ingleses, franceses, alemães e italianos, mas todas eram imperfeitas. O sistema mais usado (em inglês), o chamado Wade-Giles, foi criado em 1860 por Sir Thomas Wade, um diplomata britânico e professor de Chinês na Universidade de Cambridge, e foi aplicado por Herbert A. Giles, outro académico de Cambridge, num dicionário básico de chinês-inglês. É este sistema que ainda hoje se encontra em muitos livros de referência anglo-saxónicos, em mapas e atlas, bem como outra documentação. Mas os comunistas criaram, desde 1958, um chinês "alfabetizado", feito por chineses, para uso seu e dos estrangeiros. Em 1979, esse sistema, o "pinyin", que é também utilizado na informática, entrou formalmente em vigor, e toda a documentação do Estado chinês, quando utiliza a "alfabetização" em nomes próprios, nos contactos com o exterior, passou a ser escrita assim. Em "pinyin", entretanto reconhecido pela organização de normalização da ONU, o nome correcto da capital chinesa, por exemplo, em qualquer língua que use o alfabeto romano, é Beijing (cf. Topónimos). Por outro lado, nos nomes chineses, o primeiro elemento que aparece é o apelido de família, seguindo-se-lhe o nome próprio, que pode ser constituído por um ou dois caracteres, o que não significa que se esteja perante dois nomes próprios. Como os dois caracteres representam apenas um nome, não se pode isolar um deles e tratar assim uma pessoa (excepto quando haja uma intimidade muito grande e, mesmo assim, juntando quase sempre um "Xiao" (pequeno) ou "Lao" (velho) ao nome, consoante a pessoa seja nova ou de idade). É por isso que, no "pinyin", a transcrição se faz dando numa só palavra o nome próprio — Deng Xiaoping e não Deng Xiao Ping (e muito menos Deng Xiao-Ping, pois o hífen é estranho ao chinês). Ao escrever um nome chinês, deve fazer-se primeiro a referência ao nome completo, passando depois a ser referido o primeiro, o de família. Dizer ou escrever "o Presidente Zemin", como muitas vezes se vê, é o equivalente a referir "o Presidente Jorge" referindo o chefe de Estado português (cf. chinês).

pirâmide invertida — Técnica de construção de notícias em que a informação mais importante é dada no início e os elementos informativos vão decrescendo de importância ao longo do texto. Havendo esta hierarquização, a notícia poderá ser cortada a partir do fim, eliminando-se o mais acessório.

Pirenéus

"placard"

plágio — O plágio é terminantemente proibido no PÚBLICO. Todas as informações recolhidas noutros órgãos de comunicação ou fornecidos por agências de notícias — no caso de relevância manifesta — devem ser sempre devidamente atribuídas. Ganha-se em credibilidade e vence-se noutra frente: na imagem de um jornal que dispensa a leitura de qualquer outro (cf. assinaturas).

pleonasmo — "Sair para fora", "bátega de água", "monopólio exclusivo", "breve alocução", "principal protagonista" são pleonasmos — a não usar.

plicas (ou comas simples) — Quando, num excerto transcrito entre aspas — uma citação, por exemplo —, há outra citação ou um título ou expressão que por si figuraria entre aspas, usa-se plicas. Ex.: O agressor alegou: "Perdi a cabeça quando ele me disse: ‘És um ladrão. Vai roubar prà estrada!’" "No meu primeiro concerto em Portugal, interpretei a ‘Patética’, de Beethoven", recordou o pianista.

plural — Na formação do plural, os casos que mais suscitam dúvidas são os das palavras que terminam em -ão e em zinho ou -zito e dos compostos, por isso vêm as regras enunciadas a seguir:

1. As palavras terminadas em -ão, em geral, fazem o plural em -ões. Mas umas quantas seguem a regra geral, com a terminação -ãos: acórdãos, bênçãos, cidadãos, cortesãos, cristãos, desvãos, irmãos, órfãos, órgãos, pagãos, sótãos, artesãos (na aceepção de artífice, mas como elemento arquitectónico pode fazer o plural em ões). Outras mudam o -ão em -ães: alemães, bastiães, cães, capelães, capitães, catalães, charlatães, escrivães, guar-diães, pães, sacristães, tabe-liães. Há também as que podem tomar mais de uma forma: alão — alães, alãos ou alões; alazão — alazães ou alazões; aldeão — aldeães, aldeãos ou aldeões; anão — anãos ou anões; ancião — anciães, anciãos ou anciões; castelão — castelãos ou castelões; corrimão — corrimãos (como "mãos") ou corrimões; deão — deães ou deões; ermitão — ermitães, ermitãos ou ermitões; hortelão — hortelãos ou hortelões;refrão — refrãos ou refrães;rufião, rufiães ou rufiões; sultão —sultães, sultãos ou sultões; truão — truães ou truões; verão — verãos ou verões; vilão — vilãos ou vilões.

2. Nos diminutivos formados com -zinho ou -zito fazem o plural a partir do plural da palavra primitiva, a que cai o s, antes de acrescentar o sufixo também no plural: pãozinho, pãe(s)zinhos, canalzinho, canai(s)zinhos.

3. Quanto aos substantivos compostos, o plural depende da formação da palavra. a) Se são dois substantivos, vão ambos para o plural: couves-flores. Excepto se o segundo especifica o primeiro, como em escolas-modelo (escolas que servem de modelo) ou em mapas-mundo (mapas do mundo). b) No caso de ser substantivo-adjectivo, ambos passam para o plural: amores-perfeitos, cofres-fortes. c) Se é formado por adjectivo-substantivo, também vão os dois para o plural: curtos-circuitos. A menos que o adjectivo seja grão/grã (forma abreviada de grande, que permanece invariável): grão-mestres, grã-cruzes. E há casos que se usam só no singular ou só no plural: meia-idade, belas-artes, boas-festas. d) Quando se trata de um verbo-substantivo/adjectivo, só o segundo elemento vai para o plural: beija-flores, mata-borrões, porta-vozes, guarda-sóis. Nalguns destes compostos, o substantivo é sempre no plural: arranha-céus, pára-quedas, saca-rolhas, tira-linhas, quebra-nozes. e) Se o composto é um substantivo antecedido de palavra invariável, só o primeiro vai para o plural: abaixo-assinados, sempre-noivas, pseudo-sábios. f) Nos casos em que dois substantivos estão ligados por preposição, só o primeiro vai para o plural; aves-do-paraíso, estrelas-do-mar, pães-de-ló, chapéus-de-sol. g) Muitos substantivos compostos são invariáveis, têm a mesma forma no singular e no plural: quebra-costas, sempre-em-pé, sem-vergonha.

pluri- — Sem hífen: pluripartidário, plurissecular.

pôde / pode — Forma do verbo poder (pret. perf. do indic.) que é acentuada para se distinguir de "pode" (pres. do indic.), como falamos/falámos, por exemplo. Ex.: Ele pode chegar ainda hoje. Ontem ela não pôde vir (cf. Verbos).

poder / puder — Poder é o infinitivo; puder é o futuro imperfeito do conjuntivo. Ex.: Não vou poder ver o filme. Se eu puder, passo por tua casa.

polémica — Os jornalistas, colunistas e colaboradores permanentes do PÚBLICO não poderão manter polémica entre si, salvo nos casos antecipadamente acordados com a Direcção.

poli- — Sem hífen: polirrítmico, polissémico.

pólo

pólo aquático — Tradução de "water-polo".

ponta-de-lança

pontiagudo

pontoar — Marcar pontos. Dif. de pontuar, pôr pontuação.

pontos cardeais — Escrevem-se com maiúscula inicial quando usados para designar uma região: o Sul de França; o Nordeste transmontano. Mas ficam com minúscula quando indicam direcção ou localização relativa: a norte do Tejo; viajar para sul. Cf. Maiúsculas.

pontuação — Vírgula: Nunca se separa o sujeito do predicado com uma vírgula (a não ser que se coloque logo a seguir ao sujeito uma frase intercalar entre vírgulas). As expressões do tipo "de tal modo que…" não se cortam com vírgula: Falou de tal modo que pensei que estava zangado; Gritou tão alto que todos se voltaram. Palavras como "ainda", "também", "talvez", "assim" ou advérbios de modo não têm de ser sempre separadas com vírgulas, que, a mais, cortam a fluidez do texto. Ponto: Termina uma frase e não deve ser tomado como vírgula, isto é, ser seguido de uma frase a começar por "que", ou uma frase "pendurada", que retoma o último substantivo do período anterior (com frequência precedido do art. indef.) junta-lhe o "que" e continua a frase anterior — a prosa perde fuidez com tantos arranques. As siglas não levam pontos a separar as iniciais que as formam. As legendas das fotografias não têm ponto final. Nos números o ponto separa os milhares e as casa decimais são sempre separadas com vírgulas (os anglo-saxónicos é que usam o sistema inverso). Dois pontos: Em princípio, a seguir aos dois pontos usa-se caixa baixa, excepto se se iniciar uma citação em discurso directo. Ponto e vírgula: Mais forte que a vírgula e mais fraco que o ponto, pode separar/ligar duas frases que tenham uma interdependência. Numa enumeração, serve para separar os elementos discriminados, quando, por exemplo, um ou mais deles têm explicações (por sua vez, com recurso a vírgulas). Ponto de interrogação: Marca as frases interrogativas, mas não se usa nas interrogativas indirectas: "Quem concorre?" —perguntou quem concorria. É seguido de ponto de exclamação quando a interrogação é com espanto ou indignação. Ponto de exclamação: Desaconselhado em textos jornalísticos, em que se espera distanciamento, salvo em citações directas: "Sinto-me ofendido!", bradou. Em geral, as interrogações é que são exclamativas e por isso é este ponto que se segue ao de interrogação, e não o contrário. Reticências: Indicam uma suspensão, uma hesitação ou uma frase inacabada (o que em inglês é muitas vezes assinalado com travessão, para nós descabido), por isso aplicam-se quase só nas transcrições. Se vão a cortar/terminar uma frase, seguem-se à última palavra, sem espaço, como toda a pontuação; se vêm no início, por uma hesitação, ficam separadas por um espaço. Quando assinalam um corte numa transcrição, devem ir entre parênteses rectos, que marcam uma intervenção alheia ao texto. Travessão: É um sinal de pontuação que não pode confundir-se com o hífen, que serve para ligar palavras ou elementos vocabulares. Emprega-se para intercalar uma frase explicativa, em especial se ela constituir um aparte. Serve também, em vez de simples vírgulas, para realçar mais um complemento da frase. A sua função nos trechos em discurso directo raramente se usa no PÚBLICO. Aspas: Não é indiferente a colocação da pontuação em relação às aspas (cf. aspas).

pop

por — Preposição.

pôr — É acentuado (para distinguir da preposição por), mas nenhum dos compostos é acentuado: antepor, compor, depor, repor, supor, etc.

pôr do Sol / pôr-do-sol — o ocaso do Sol é sem hífens; escrito com hífens designa uma refeição.

por parte de — Normalmente dispensável. Ex.: Não há boa vontade [por parte] das autoridades.

por que 1. Por que usa-se nas frases interrogativas. Mas há quem considere estar-se em presença de um adv. interrogativo, à semelhança de "como" e "onde", escrevendo-se então "porque". Ex.: Por que fazes isto? Porque te vais embora? 2. Quando pode ser substituído por "para", escreve-se "por que". Ex.: Fazemos votos por que assim seja. 3. Quando pode ser substituído por "pelo/pela qual", "pelos/pelas quais" e esteja expressa ou subentendida a razão, também se escreve "por que". Ex.: A razão por que encomendei o bolo foi a tua festa de aniversário. Eis por que nos devemos alegrar. 4. A conj. causal é sempre "porque". Ex.: Cheguei tarde porque perdi o comboio.

porquanto — Conjunção explicativa pouco usada. Dif. de "por quanto". Ex.: Estuguei o passo, porquanto não queria perder o trem. Por quanto te ficou este restauro?

porta-aviões

porta-bagagens

porta-bandeira, porta-bandeiras

porta-moedas

portanto — Como "muleta" é de evitar.

porta-voz — É alguém identificável pelo nome e pela função exercida. Senão, é uma fonte anónima O pl. é porta-vozes.

pós- — Com hífen: pós-colonial, pós-eleitoral.

posicionamento — Neologismo de gosto duvidoso, perfeitamente dispensável; é preferível posição.

postura — Use-se preferencialmente para referir a posição física e não para tomadas de posição ou atitude: uma postura rígida, uma posição rígida (intolerante).

pouca-vergonha

povo — Termo a evitar: é impreciso e tem carga ideológica. Prefira-se população, habitantes, sociedade. Em vez de populares, é também preferível multidão, pessoas, cidadãos, manifestantes, assistência, conforme o caso.

prà — Contracção de para + a . Ex.: É prò menino e prà menina.

pré- — Com hífen: pré-aviso, pré-clássico, pré-história; mas preexistente (prefixo não acentuado).

precisão — É um requisito indispensável para apresentar uma notícia da forma completa, exacta e interessante que caracteriza o estilo informativo do PÚBLICO, quaisquer que sejam a complexidade do assunto ou o género da mensagem jornalística. A precisão deve estar presente logo na escolha do ângulo de abordagem, sem esquecer que nunca se pode dizer tudo e pouco adiantam generalizações vagas (cf. abordagem). Pela mesma razão, um "lead" não deve começar com uma negativa nem de forma dubitativa, interrogativa ou condicional (cf. "lead"). Para além disso, ao facto noticioso em si e às histórias pessoais deve-se sempre que possível associar outros dados: de uma nova estrada, por exemplo, custos, tempo de execução, número de trabalhadores e técnicos envolvidos, distâncias e percursos facilitados. Quando se indicam números, grandes quantias, pode-se com uma simples comparação torná-los mais "concretos".

precursor — Que vai à frente, que abre caminho. Cf. percursor, percussor e percussão.

preferir a

"première"

preparação — Antes de uma entrevista formal o entrevistador deve conhecer de antemão o mais que puder sobre quem vai entrevistar — antecedentes, obra produzida, percurso — e sobre o tema da própria entrevista. Para qualquer reportagem prevista, convém fazer o estudo prévio da situação, conhecer os hábitos, convicções políticas ou religiosas ou os gostos das pessoas que se vai entrevistar. A preparação da reportagem, contribui para a qualidade do texto final.

preposições — "Simples" palavras de ligação, têm por vezes muito peso no sentido da frase, que pode ficar deturpado, quando não passa mesmo a ser o contrário. Por isso, convém ter atenção às regências.

prerrogativa / prorrogativa — Prerrogativa significa privilégio. regalia; prorrogativa é a forma feminina do adj. prorrogativo (=que serve para prorrogar, prolongar um prazo).

prescrever / proscrever — Prescrever tem o sentido de ordenar ou regular de antemão, determinar, fixar, recomendar, indicar; signiƒica ainda ficar sem efeito (um crime prescreve); proscrever significa banir, exilar, expulsar — usa-se o particípio passado: foi proscrito.

presenças — A avaliação da assistência em qualquer evento, e em particular em comícios, manifestações ou situações passíveis de controvérsia, deve ser feita de forma criteriosa e atendendo às versões dos "dois lados" — por exemplo, os organizadores e as autoridades policiais presentes, ou o cálculo do conjunto dos jornalistas em serviço no local.

presentes — Os jornalistas do PÚBLICO não aceitam presentes, viagens, convites ou benesses de outro género que possam condicionar de algum modo a sua independência e sentido crítico.

preservar / perseverar — Preservar significa defender, resguardar; perseverar tem o sentido de persistir, conservar-se firme num sentimento ou resolução. Cf. perseverar.

"press-releases" — Como qualquer informação com características publicitárias ou de relações públicas, devem constituir apenas uma pista para um trabalho jornalístico independente.

prestígio — O prestígio e a imagem profissional, científica, técnica, artística, desportiva, empresarial, comercial ou política são um valor e um direito garantidos no PÚBLICO. Todas as referências desprestigiantes ou desfavoráveis devem ser rigorosamente sustentadas, pois provocam sempre danos e prejuízos irreparáveis às pessoas ou entidades envolvidas (cf. Difamação e Direito à imagem, Fichas da Lei).

pretensão

pretensioso — Da família de pretender e pretensão.

prevenir (de/de que/contra)

previdente / providente — O adjectivo previdente significa que prevê, que é prudente; o adjectivo providente significa que provê, que toma providências, sendo prudente nesse sentido.

primeira mão — Obter e noticiar em primeira mão tudo o que for notícia — cacha — é a primeira obrigação profissional dos jornalistas do PÚBLICO e pressupõe, entre outras características, iniciativa e curiosidade profissional. É indispensável que os jornalistas mantenham uma rede de contactos com credibilidade reconhecida nas respectivas áreas de trabalho (cf. contactos).

primeira pessoa 1. As vedetas do PÚBLICO são as notícias e quem as protagoniza, nunca quem as conta. Por isso, a utilização da primeira pessoa do singular está excluída no relato das situações. 2. Em princípio, só nas colunas personalizadas dos colaboradores permanentes ou acasionais, como em testemunhos pessoais solicitados pelo PÚBLICO, pode ser utilizada a primeira pessoa do singular.

primeira-ministra — Feminino de primeiro-ministro.

primeiro-ministro

primeiro-violino

princípio do contraditório — O princípio do contraditório prevalecerá sempre que houver mais de uma pessoa ou entidade envolvidas — todas as partes devem ser ouvidas e confrontadas, e registada a sua perspectiva. Se houver recusa em prestar declarações ou qualquer outro impedimento, esses factos devem ser incluídos na peça.

princípios — O PÚBLICO e os seus jornalistas subordinam-se aos princípios gerais da ética e da deontologia profissional. Regulam-se pelo seu próprio Estatuto Editorial e orientam-se segundo as regras do bom gosto e do bom senso. O rigor de uma informação completa e fundamentada — sobre factos e não sobre rumores —, a imparcialidade da atitude jornalística, a correcção, clareza e concisão da escrita são, para o PÚBLICO, regras essenciais, que não são incompatíveis com a procura de formas inovadoras de noticiar, interpretar e editar a actualidade. O PÚBLICO tem um estilo próprio que identifica o jornal perante os seus leitores e a opinião pública em geral.

privacidade — O espaço privado dos cidadãos é o único limite editorialmente imposto nas páginas do PÚBLICO. Este princípio determina cuidados especiais na elaboração de notícias. São casos de violação da privacidade: a) a divulgação de factos da vida pessoal e afectiva, hábitos sexuais ou da esfera privada; b) a identificação (nomes ou fotos) de vítimas de crimes sexuais ou de delinquentes menores; c) a exploração sensacionalista de circunstâncias e factos relacionados com dramas de natureza pessoal ou familiar; d) a ilustração fotográfica indevida, com utilização de rostos identificáveis de pessoas estranhas a um assunto; e) a utilização fraudulenta do nome de terceiros para obtenção de informações, ou o recurso à falsa identidade; f) a utilização de meios ilegais para entrar em casas particulares ou em quartos de hotel, buscas não autorizadas de documentação, instalação de câmaras ou uso de binóculos para espiar o interior de domicílios; g) a gravação de conversas sem o consentimento do interlocutor — recurso admissível em casos muito excepcionais e com menção obrigatória do não consentimento do interlocutor (cf. Reserva da vida privada, Fichas da Lei). O direito à privacidade sobreleva o direito e o dever de informar — salvo nos casos socialmente relevantes (trabalho infantil, crianças maltratadas, etc.) ou lesivos do interesse público e, ainda, de figuras públicas com comportamento contrário ao seu discurso público. A razão da morte ou da doença de alguém pode ser notícia, mas o direito à revelação do diagnóstico de saúde não pertence ao médico que o faz, mas exclusivamente ao doente. Só ele — ou, na sua impossibilidade, os seus familiares — pode(m) determinar a sua divulgação.

"private jokes" — As notas de redacção não podem ter um estilo grosseiro e insultuoso, nem conter "private jokes" ou "indirectas". Também dos textos de opinião estão excluídas as "private jokes", a gíria e os preciosismos académicos.

privilégio — E daí "privilegiado".

pró- — Com hífen: pró-britânico, pró-iraniano; mas propedêutico (prefixo não acentuado).

prò — Contracção de para + o. Ex.: É prò menino e prà menina.

processo penal Cf. Fichas da Lei.

profissões 1. Elemento essencial da identificação (cf. identificação, aposto, cargos). Escrevem-se por extenso: o arquitecto Siza Vieira; refere-se o cargo, sem deferências: professor universitário, e não professor doutor; esta informação é dada como elemento da identificação no princípio, depois as pessoas são referidas só pelo nome, excepto quando o título é, por si, identificador da personagem e nos casos do clero e dos militares: professor Neca; padre Alberto. 2. As abreviaturas (arq., dr., prof., eng.) restringem-se ao discurso directo e às transcrições textuais.

promessas — O PÚBLICO não faz promessas, do tipo: "Voltaremos a este assunto noutra ocasião", "o PÚBLICO tenciona aprofundar esta questão brevemente" ou "contamos publicar na próxima semana o relato..." O único contrato do PÚBLICO com os seus leitores é fornecer-lhes informação rigorosa, profunda e independente, seguindo a actualidade tão de perto quanto possível.

pronto-socorro, prontos-socorros

propor — Sem acento, tal como outros compostos de pôr: antepor, repor, apor.

prorrogativa / prerrogativa — Prorrogativa é a forma feminina do adj. prorrogativo (=que serve para prorrogar, prolongar um prazo); prerrogativa significa privilégio, regalia.

proscrever / prescrever — Proscrever significa banir, exilar, expulsar; prescrever tem o sentido de ordenar ou regular de antemão, determinar, fixar, recomendar, indicar; signiƒica ainda ficar sem efeito.

protagonização — A protagonização da notícia é um dos traços distintivos do estilo do PÚBLICO: incluir na informação rostos, atmosferas, climas e sentimentos, para interessar e aproximar o leitor da notícia, apresentando-lhe personagens vivas e com interesse. A protagonização começa pela identificação completa das personagens (cf. identificação) em qualquer história que se conte, dramática ou não: "Na terra, porém — que se orgulha de ter tido, num dos seus antepassados mais recentes, Américo Antunes Martins de seu nome, um alfaiate de Salazar —, a ideia da professora não entusiasmou toda a gente. Dídia Filomena Miranda, de 28 anos, casada com um sargento do Exército e residente em Coimbra..."

proto- — Com hífen antes de vogal, h, r ou s: proto-árico, proto-história, proto-romântico, proto-sulfureto.

provar (que)

provedor do leitor — O provedor do leitor do PÚBLICO é um "varredor de barreiras que se erguem entre os leitores e o jornal". Avalia a pertinência das queixas, sugestões e críticas dos leitores; esclarece-os sobre os métodos e factos envolvendo a edição de notícias; investiga as condições que levaram à publicação de notícias ofensivas dos direitos dos leitores; transmite aos leitores, à Redacção ou à Direcção a sua reflexão sobre eventuais desrespeitos pela deontologia; mantém uma coluna semanal sobre matérias da sua competência. Cf. Estatuto do Provedor.

providente / previdente — O adjectivo providente significa que provê, que toma providências, sendo prudente nesse sentido; o adjectivo previdente significa que prevê, que é prudente.

proximidade — É um dos factores que concorrem para o interesse de uma notícia: da greve dos camionistas franceses o leitor quer saber que consequências tem para Portugal e para os camionistas portugueses que atravessam a França. Uma informação distante deverá, sempre que possível, transformar-se em informação próxima.

pseudo- — Com hífen antes de vogal, h, r ou s: pseudo-arcaísmo, pseudo-herança, pseudo-revelação, pseudo-sábio.

pst! — Interjeição de chamamento.

publicidade 1. A publicidade é uma área autónoma e perfeitamente demarcada nas páginas do PÚBLICO, segundo critérios de prioridade e ocupação de espaço definidos pelas direcções editorial e comercial. O material publicitário vem sempre graficamente assinalado, de forma clara e explícita, que evite confusões ou associações ambíguas à mancha informativa. A demarcação rigorosa dos espaços de publicidade e noticioso exclui todo o tipo de publicidade nas colunas informativas, mas não significa a negação do objectivo principal do jornal: informar (cf. informação útil). 2. O espaço global da publicidade não poderá ser superior ao da mancha informativa. A paginação da publicidade é da exclusiva competência dos responsáveis editoriais do jornal. Deve evitar-se a publicidade a objectos ou acontecimentos nas mesmas áreas do jornal em que esses objectos ou acontecimentos forem tratados pela Redacção. 3. A primeira e última páginas do 1º caderno só poderão incluir manchas publicitárias de canto ou rodapé, salvo circunstâncias ou contratos especiais. As páginas 2 e 3 do 1º caderno (Destaque) só incluirão publicidade em condições excepcionais e segundo critérios definidos oportunamente pela Direcção do jornal. Nas páginas de abertura de secção são apenas aceites manchas publicitárias de rodapé. A capa dos suplementos e da Pública não incluirá publicidade, salvo circunstâncias ou contratos especiais. 4. O PÚBLICO não aceita: a) publicidade redigida, excepto a prevista na lei, e ainda outra cujas características ideológicas e propagandísticas sejam incompatíveis com o estatuto editorial do jornal (apelos à violência; defesa de valores totalitários e antidemocráticos); b) intromissões na vida privada dos cidadãos; c) campanhas contra ou a favor de instituições e pessoas, desde que não sejam justificadas por indiscutíveis razões de natureza ética e cívica; d) referências obscenas; e) anúncios a produtos cuja nocividade esteja comprovada ou seja, pelo menos, fortemente suspeita; etc. Também não se aceitam, sob forma de publicidade, desmentidos a outros órgãos de comunicação social. 5. A Direcção do jornal, ouvido o Conselho de Redacção, decidirá sobre os casos duvidosos ou que possam suscitar interpretações equívocas. A Direcção reserva-se o direito de adiar, por motivos editoriais imprevistos e excepcionais, a inserção de publicidade.

PÚBLICO na EscolaCf. Anexos.

PÚBLICO On-Line — O PÚBLICO foi o primeiro jornal português a disponibilizar integralmente na Internet a sua edição diária — com carácter oficial, a partir de 23 de Setembro de 1995 —, existindo hoje várias publicações nacionais com a sua versão nesta rede. Apesar de não haver ainda meios fiáveis de estimar audiências neste novo suporte, os indicadores apontam que o PÚBLICO On-Line possui aí uma posição de liderança, com mais de 15 mil leitores/visitantes regulares. No início, apenas esteve disponível na Internet a componente diária do jornal; hoje, a edição "on-line" já inclui o suplemento Computadores, a que virão a seguir-se os demais suplementos. No servidor do PÚBLICO On-Line existe também informação diversa, nalguns casos sem correspondência directa com o jornal no seu modelo tradicional. E estão igualmente em desenvolvimento vários novos serviços de informação. O acesso a todos os serviços do PÚBLICO na Internet é, por enquanto, gratuito, não tendo sido ainda iniciada a sua exploração comercial.

Pulitzer — Prémio máximo do jornalismo norte-americano.

   
   
 
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