ÍNDICE
  Guia de leitura
 
  PARTE I
 
  Ética e deontologia
  Estatuto editorial
  Princípios e normas de
  conduta profissional
  Informar sem manipular,
  difamar ou intoxicar
  Privacidade
  e responsabilidade
  Seriedade e credibilidade
  O jornalista não é
  um mensageiro
 
  Critérios, géneros
  e técnicas
  Os factos e a opinião
  Regras de construção
  O rigor da escrita
  A fotografia
  A publicidade
 
  PARTE II
  Alfabeto do PÚBLICO
  Palavras, expressões e   conceitos
  A B C D E F G H I J K L M N
  O P Q R S T U V W X Y Z
 
  Normas e nomenclaturas
  Acentuação
  Verbos
  Maiúsculas & minúsculas
  Topónimos estrangeiros
  Siglas
  Factores de conversão
  Hierarquias (militares e   policiais)
  Religiões
 
  ANEXOS
  Fichas da lei
  Projecto PÚBLICO
  na Escola
  Regulamento do Conselho de
  Redacção do PÚBLICO
  Estatuto do Provedor
  do Leitor do PÚBLICO
  Código Deontológico
  do Jornalista
 
  


Palavras, expressões e conceitos de A a Z

 

   

quadri- — Sem hífen: quadrimestre, quadrirreme, quadrissecular

quadrilião — Preferível a "quatrilião".

quadruplicado — Multiplicado por quatro.

quanta — Teoria dos quanta da Física (formado a partir do pl. de "quantum", forma latina de "quanto"); adj.: quântico.

quartel-general

quasi — Em desuso.

quebra-cabeça, quebra-cabeças

quebra-gelo, quebra-gelos

quebra-nozes — Sing. e plural.

queda-d’água

quem — Pron. relativo que só se emprega referido a pessoa(s) — e não para organismos — e que requer o verbo na 3ª pessoa do singular. Ex.: Foi ele quem trouxe as boas notícias. É o ministro quem deve tomar a decisão (podia usar-se "que") / É o Conselho de Ministros que (e nunca "quem") legisla sobre essas matérias.

quépi — Aportug. de "képi" (fr.).

quer-se / quere-o — A segunda forma manteve o e final (que caiu nas outras formas) antes de juntar o pronome.

quesito

questionado — Ex.: Questionado sobre a sua decisão, nada adiantou.

quezília

quilo — É a forma abreviada da palavra portuguesa quilograma, com k só na abreviatura convencional "kg" (cf. kg).

quilograma — E não "kilograma" (abreviatura: kg).

quilómetro — E não "kilómetro". (abreviatura: km).

quilovátioCf. vátio.

quilovóltio Cf. vóltio.

quinta-coluna

quinta-essência — Pl.: quintas-essências, o m. q. quintessência(s).

quis — Os verbos que não têm z no infinitivo não o têm em nenhuma forma conjugada.

quota — Parte de um todo: sociedade por quotas ou cotas (cf. cota).

quota-parte, quotas-partes; também se aceita cota-parte.

 

R

 raça — 1. A identificação de uma pessoa dispensa em geral a referência à cor da pele. Se for relevante, é preferível usar expressões como "africano", "de raça branca/negra" em vez de "branco, "preto" ou "negro" (cf. discriminação). 2. A identificação das raças de animais vai em caixa baixa; se envolver uma designação em língua estrangeira, usa-se caixa baixa e aspas. Ex.: cão pastor serra da Estrela, cavalo lusitano, cão "collie". Cf. animais.

rádio- — Sem hífen: radioactividade, radiorreceptor.

raide

rainha — Palavra não acentuada, como moinho, ventoinha.

raiz — Palavra não acentuada, mas raízes, como "juiz" e "juízes" (cf. enraizar).

Ramadão Cf. Dic. islâmico, Religiões.

rasar — Nivelar; tocar ao de leve.

Raul — Palavra não acentuada.

razia

re- — Sem hífen: reabertura, reemendar, ressaborear.

reaver — Composto de "haver", só se conjuga nas formas que têm v (cf. Verbos).

rebuliço — Da família de "bulir".

recados — O jornalista deve recusar o papel de mensageiro de notícias não confirmadas, boatos, "encomendas" ou campanhas de intoxicação pública (cf. manipulação).

recém- — Com hífen: recém-nascido.

recorde — Forma aportuguesada de "record"; pl.: recordes.

recusa — Se houver recusa frontal da(s) parte(s) acusada(s) em prestar declarações, ou se esgotarem todas as possibilidades de ouvir a versão contrária, deve constar no texto a explicação, quanto mais específica melhor, de não se seguir o princípio do contraditório (cf. princípio do contraditório).

recusa (de)

recusar-se (a)

rédea — Como arrear (dif. de "arriar") e arreata.

redundâncias — "Subir para cima", "entrar para dentro", "um grande casarão", "um calhambeque velho", "consenso geral", "testemunha presencial", "ambos os dois" e tantas outras formulações em que se duplica o sentido das palavras são contra a concisão e a economia da escrita.

refreado

regência — Muitas palavras em português, verbos, substantivos e adjectivos, são regidos por determinadas preposições, nalguns casos consoante o sentido. Nesta matéria surgem muitas imprecisões e não raro esses aparentes pormenores tornam a prosa "tosca", deselegante, pelo que convém tomar atenção e procurar esclarecer as dúvidas eventuais.

regime / regimen

regionalismos — Só se justifica usá-los em transcrições textuais de declarações.

regras — A abertura do PÚBLICO à criatividade jornalística não se confunde com ausência de regras. A construção das notícias tem de ser tecnicamente irrepreensível e a linguagem simples, precisa e clara.

regurgitar

réis — Plural de real, a moeda antiga; aparece em expressões como: dez réis de gente; dez réis de mel coado.

rejeitar — Tal como "ajeitar".

relevância — A relevância — pessoal, social, política, artística, cultural, económica, científica, técnica, profissional, desportiva, etc. — de um assunto é determinante na valorização de uma notícia. Em casos que envolvam suspeitas ou acusações, a relevância da matéria e/ou das pessoas envolvidas é condição "sine qua non" para serem noticiadas, sob pena de se cair em mera difamação ou se permitir a instrumentalização do jornal.

remissões — Quando a informação sobre uma matéria tratada num texto é completada por informação desenvolvida noutro, deve-se fazer a remissão (entre parênteses a negro), para que o leitor fique mais esclarecido se o desejar.

remói / remoo — duas formas do verbo "remoer" que às vezes suscitam dúvidas.

"rendez-vous" (encontro, entrevista)

"rentrée"

repercussão, repercussões

repor — Sem acento, como todos os compostos de pôr: antepor, repor, contrapor.

reportagem 1. Enquanto na notícia predominam o quem e o quê, a reportagem e o inquérito procuram saber mais sobre o como e o porquê. A reportagem investigativa deve proporcionar ao leitor mais do que as simples aparências, analisando e interpretando personagens e situações, mas sem esquecer que só ao leitor cabe retirar as suas conclusões. É importante a arte da observação, das pessoas e das coisas ou do clima que envolve situações e acontecimentos, e disponibilidade para captar o imprevisto, que pode dar a um facto à primeira vista banal uma dimensão estimulante ou com mais implicações. Uma reportagem pode ter como abertura um apontamento impressivo muito forte, emblemático do sentido do texto, independentemente da sua carga noticiosa imediata. A atenção do leitor depende também da capacidade de o surpreender, com um novo ângulo de abordagem, uma mudança de registo que quebre a monotonia. 2. A reportagem deve incluir todas as versões contraditórias, através de uma multiplicidade de dados, entrevistas e fontes de documentação (cf. repórter). A adaptação de uma história concreta ao contexto geral de uma reportagem é uma técnica especialmente aconselhada: centrar o assunto num caso pessoal concreto, em vez de se perder numa generalização anónima.

reportar-se (a) — Ex.: Reporto-me (refiro-me) ao que já disse. Os acontecimentos são relatados.

repórter Cf. repórter fotográfico. 1. O repórter deve ser cuidadoso na recolha das declarações dos entrevistados e na anotação de outros dados que completam a informação, para os reproduzir com fidelidade e rigor. Antes de partir para uma reportagem, é conveniente obter o máximo conhecimento possível tanto da situação como dos hábitos, convicções, preferências das pessoas que se vai entrevistar.

repórter fotográfico 1. Os repórteres fotográficos subordinam-se aos princípios gerais de ética e deontologia consagrados no jornal. 2. Nas situações mais ritualizadas e previsíveis, os repórteres fotográficos do PÚBLICO devem procurar sempre surpreender um ângulo inesperado ou um pormenor significativo, em vez de se limitarem a reproduzir os sinais exteriores mais padronizados e oficiais, institucionais, o que não significa, porém, o recurso à deformação caricatural das situações ou personagens. Em todas as circunstâncias deve ser ponderada a diferença estética e ética entre uma imagem original e insólita e a facilidade da caricatura. 3. Ao obter uma imagem fotográfica, tal como na recolha de informações, testemunhos ou simples opiniões, deve-se assegurar sempre que não existe qualquer constrangimento ou limitação artificial, de ordem emocional, psicológica ou até física das pessoas envolvidas. 4. Os repórteres fotográficos não devem encenar o comportamento das personagens fotografadas e das situações ou interferir de algum modo no ambiente dos acontecimentos. As situações de pose têm de ser claramente definidas (cf. fotografia). 5. Os enquadramentos originais das fotos deverão ser sempre respeitados, excepto se manifestamente inviável por razões de paginação. Por seu lado, os repórteres fotográficos terão sempre em conta as realidades que condicionam cada edição do PÚBLICO, respeitando a sua arquitectura gráfica e respondendo positivamente aos critérios editoriais do jornal.

"reprise" (repetição, reposição)

reprovar — O professor reprova; o aluno é reprovado. Admite-se, o termo "chumbar", da gíria estudantil.

reputação — A honra, a dignidade e a reputação de pessoas individuais e colectivas devem ser escrupulosamente respeitadas nas páginas do PÚBLICO. Todos os temas que envolvam aspectos desta natureza reclamam previamente uma investigação própria muito cuidada, prudente e imparcial. Está em causa, no mínimo, o direito à imagem de pessoas individuais ou colectivas.

requer-se / requere-o Cf. quer-se / quere-o .

"requiem"

rés-do-chão

reserva da vida privadaCf. privacidade e Reserva da vida privada, Fichas da Lei.

responsabilidade 1. Credibilidade pressupõe responsabilidade e a responsabilidade dos jornalistas do PÚBLICO começa logo pela assinatura dos seus textos, mas implica também dinamismo e iniciativa, para obter e publicar em primeira mão uma informação sólida e credível. 2. Se, por um lado, o sigilo deve ser sempre justificado, de modo a não ser pretexto fácil de desresponsabilização do autor ou da fonte da informação, a protecção das fontes confere maior responsabilidade ao jornalista, quer por aquilo que escreve quer pela credibilidade do jornal.

respostaCf. direito de resposta.

restabelecer

réstia — Seja de sol, seja de cebolas.

resto / restante — Só deve ser utilizado como sinónimo de sobra.

resvés / revés — Resvés significa à justa; revés significa derrota e é uma palavra acentuada no sing., mas não no pl.: reveses.

retaguarda — Não tem nada a ver com linhas rectas.

reter — Ex.: Ele retém na memória tudo o que se passou. Eles retêm o essencial do que é dito.

retractar-se / retratar — Retractar-se (refl.): desdizer-se, dar o dito por não dito; retratar: fazer o retrato.

retro- — Sem hífen: retroactivo, retrospectivo, retroversão.

"retro" — Do francês.

réu — Acentuada, como céu.

reunir-se 1. Não é indiferente usar ou não a forma reflexa: reuniu os papéis num maço; reuniu os responsáveis para discutirem o assunto (juntar algo ou alguém); os ministros reuniram-se ontem à tarde (tiveram uma reunião). 2. Na flexão deste verbo, há algumas formas em que o "u" é acentuado: reúno, reúnes, reúne, reúnem (pres. do ind.), reúna, reúnas, reúna, reúnam (pres. do conj.), reúne (imper.).

Reuters — Com s final, conforme a própria agência fez questão de comunicar.

revés / resvés — Revés significa derrota, sendo uma palavra acentuada no sing., mas não no pl.: reveses; resvés significa à justa.

revezar — Alternar à vez.

"rewriting" — Especificidade dos segundos cadernos (Local-Lisboa e Local-Porto) editados separadamente em Lisboa e no Porto.

ricto — Dif. de rito. Ex.: Um ricto nervoso repuxava-lhe a boca num esgar de riso (contracção do rosto); os ritos do baptismo são todos simbólicos (rituais).

rigor — O rigor de uma informação completa e fundamentada — sobre factos e não sobre rumores —, a imparcialidade da atitude jornalística, a correcção, clareza e concisão da escrita são, para o PÚBLICO, regras essenciais. Em nenhum caso o rigor da informação deverá ser sacrificado a outros critérios, por mais imperativos que possam parecer, o que não significa informação cinzenta, baça, meramente narrativa. Por outro lado, a criatividade e o rigor técnico não são concebíveis sem um código ético que identifica os jornalistas do PÚBLICO, independentemente das suas opções privadas. O rigor é um requisito indispensável tanto na escolha das palavras (sem cargas semânticas inadequadas), como na correcção da escrita, numa linguagem clara; tanto ao elaborar um "lead", como ao procurar os títulos apelativos; na transcrição de declarações e nos casos que envolvem acusações ou suspeitas (cf. equidade); e quando há que proteger uma fonte (cf. sigilo).

rigoroso — Depois de escreverem as suas peças, os jornalistas devem sempre colocar a si próprios esta pergunta clássica: "Fui tão rigoroso quanto me era possível?"

rock

rock’n’roll

roda-viva — Mas roda livre.

romanos Cf. números; século.

rosa-dos-ventos, rosas-dos-ventos

rua — Quando se refere os nomes de ruas, avenidas, praças, travessas, etc. (toponímia), estas palavras fazem parte do nome e escrevem-se com maiúscula inicial: Rua Amílcar Cabral, Praça da República, Avenida dos Combatentes, Travessa do Fala-Só (cf. Maiúsculas).

rumores — O rigor de uma informação completa e fundamentada — sobre factos e não sobre rumores — é uma das regras essenciais no PÚBLICO (cf. boatos).

   
   
 
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