ÍNDICE
  Guia de leitura
 
  PARTE I
 
  Ética e deontologia
  Estatuto editorial
  Princípios e normas de
  conduta profissional
  Informar sem manipular,
  difamar ou intoxicar
  Privacidade
  e responsabilidade
  Seriedade e credibilidade
  O jornalista não é
  um mensageiro
 
  Critérios, géneros
  e técnicas
  Os factos e a opinião
  Regras de construção
  O rigor da escrita
  A fotografia
  A publicidade
 
  PARTE II
  Alfabeto do PÚBLICO
  Palavras, expressões e   conceitos
  A B C D E F G H I J K L M N
  O P Q R S T U V W X Y Z
 
  Normas e nomenclaturas
  Acentuação
  Verbos
  Maiúsculas & minúsculas
  Topónimos estrangeiros
  Siglas
  Factores de conversão
  Hierarquias (militares e   policiais)
  Religiões
 
  ANEXOS
  Fichas da lei
  Projecto PÚBLICO
  na Escola
  Regulamento do Conselho de
  Redacção do PÚBLICO
  Estatuto do Provedor
  do Leitor do PÚBLICO
  Código Deontológico
  do Jornalista
 
  


Palavras, expressões e conceitos de A a Z

 

   

saca-rolhas — Sing. e plural.

saem — Como caem.

sai / saí — O acento desfaz o ditongo como em ai/aí, atrai/atraí. Ele sai de casa todos os dias às 8h. Saí ontem daqui à uma da manhã.

saído — Como atraído.

"saison" (= "season")

saiu — Sem acento, como caiu.

saloiice — Leva dois ii, como feiíssimo.

sanduíche —Aportugues. da palavra inglesa "sandwich"; admitem-se também as palavras sande e sandes.

sarjeta — como "gorjeta".

"savoir-faire"

"savoir-vivre"

secretário-geral

século — Para os séculos, usa-se números romanos e admite-se a abreviatura "séc." em textos com várias referências a datas: no século XX; séc. XVI. Cf. números.

segredo Cf. Segredo de justiça e Segredo profissional, Fichas da Lei.

segundo-secretário

segundo-violino

segurança 1. Condicionalismo ético ao dever de informar. A única limitação ao dever de informar, para além dos casos de ordem privada dos cidadãos, é a segurança e bem-estar de alguém: perigo de vida ou de represálias, casos de sequestro, chantagem ou qualquer prejuízo importante do ponto de vista pessoal, profissional ou qualquer outro considerado relevante. Cabe ao jornalista e à Direcção a avaliação destes casos: embargarem, pura e simplesmente, a informação; ou providenciarem a não identificação/localização das pessoas em causa. 2. A segurança dos jornalistas também não é questão menor e foi mesmo motivo para levar a um "blackout" informativo por parte do jornal "A Bola", que se recusou, a certa altura, a ouvir os futebolistas e dirigentes do FC Porto.

"self-made man"

"self-service"

sem- — Com hífen: sem-cerimónia; sem-número; sem-vergonha.

sem-abrigo — Substantivo, sing. e plural.

sem-vergonha — Substantivo, sing. e plural.

semear — Como "atear".

semi- — Com hífen antes de h, i, r ou s: semi-inconsciente, semi-histórico, semi-renovado, semi-sedentário; mas semifinalista, semiapurado.

seminário

sempre-em-pé — Substantivo, sing. e plural.

senão / se não — Ex.: Apressa-te, senão perdes o comboio. Deve-me dar para chegar antes do jantar; se não, telefono.

sendo que — É provavelmente uma redução da expressão "sendo certo que" com o sentido de uma conj. adversativa; vulgarizou-se para ligar frases, às vezes com repetição do verbo "ser" ou outro, o que é desnecessário e deselegante. 1. O simples "e" pode ser usado. Ex.: "A assembleia geral elegeu a América Latina e Portugal como mercados preferenciais, sendo que futuros negócios (...) serão conduzidos a partir do nosso país." "... mercados preferenciais e futuros negócios (...) serão conduzidos a partir do nosso país." "A Alemanha começara a guerra com os cofres quase vazios (...), sendo que as barras de que dispunha a partir de meados de 1941 eram obviamente de origem suspeita." "... quase vazios (...), e por isso as barras de que dispunha a partir de meados de 1941 eram obviamente de origem suspeita." 2. Há casos em que se pode usar o gerúndio do verbo. Ex.: "A diminuição do número de deputados da Assembleia da República (...) para vigorar necessita agora de consenso legislativo entre os dois maiores partidos, sendo que o PS já disse que se oporia a essa redução imediata." "... maiores partidos, tendo o PS já dito que se oporia a essa redução imediata." "Esta é a quarta mudança de camisola verificada entre autarcas do distrito de Coimbra, sendo que as restantes (em Tábua, Soure e Pampilhosa) resultaram a favor do Partido Socialista." "... distrito de Coimbra, tendo as restantes (em Tábua, Soure e Pampilhosa) resultado a favor do Partido Socialista." 3. Opte-se por frases mais curtas e correctamente pontuadas. Ex.: "Os entrevistados eram convidados a colocar essa disciplina numa escala de 1 a 5, sendo que ‘1’ representava uma disciplina ‘nada científica’ e ‘5’ uma disciplina ‘muito científica’." "... escala de 1 a 5: ‘1’ representava uma disciplina ‘nada científica’ e ‘5’ uma disciplina ‘muito científica’."

sénior - Com acento; pl.: "seniores", sem acento

sensacionalismo 1. O PÚBLICO inscreve-se numa tradição europeia de jornalismo exigente e de qualidade, recusando o sensacionalismo e a exploração mercantil da matéria informativa. Incorrer no sensacionalismo desacredita um jornal e desqualifica quem o pratica. 2. Em todas as circunstâncias deverão ser observados os princípios de rigor e ausência de sensacionalismo, em especial no tratamento de matérias do foro judicial. 3. A exploração sensacionalista de circunstâncias e factos relacionados com dramas de natureza pessoal ou familiar é violação da vida privada. A referência a infortúnios, tragédias, doenças, acidentes, violência, etc. não deve ser despudorada nem alimentar curiosidades mórbidas.

sentido — "No sentido de" pode em geral ser substituído pelo simples "para".

seriedade — Por seriedade, o jornalista deve preocupar-se com a interpretação dos factos, de modo a não cair no logro de se transformar num mensageiro, nem o jornal fazer de caixa de ressonância de campanhas. Para se tomar alguém como fonte, é necessário rconhecer-lhe seriedade, além da competência para dar a informação.

"sharia" (a lei islâmica)

"shopping center" — Inglês americano, muito divulgado. Preferível o termo português "centro comercial". Usa-se quando faz parte do nome próprio, mas na prosa do jornalista é de evitar.

"shura" Cf. Dic. islâmico, Religiões.

"sic" — Expressão latina (entre aspas) que se admite muito excepcionalmente para chamar a atenção do leitor para algo de errado ou estranho no texto original.

sida (a) — Subst. comum feminino, já integrado na língua portuguesa.

sigilo — O sigilo será sempre um último recurso, quando não há outra forma de obter a informação ou a sua confirmação. 1. As fontes e o sigilo profissional, a responsabilização do jornal e do jornalista prendem-se com critérios e técnicas específicas adoptadas no PÚBLICO. Mas são fundamentalmente questões de princípio, ética e deontologia profissional. Em nenhumas circunstâncias o PÚBLICO e os seus jornalistas se desobrigam do respeito pelo sigilo profissional e pela protecção das fontes, quaisquer que sejam as consequências legais daí resultantes (cf. Segredo Profissional, Fichas da Lei, em Anexos). 2. Se está em jogo a segurança e bem-estar de alguém, jornalista e Direcção podem decidir embargar a informação ou a não identificação/localização das pessoas em causa. Cf. segurança. 3. Nos casos excepcionais em que o PÚBLICO aceita atribuir uma informação a fonte não identificada (cf. anonimato), o despiste ou protecção do informador deve ser feito de forma cuidada, mas não enganosa, e implica rigor e seriedade: uma fonte não são "fontes", uma informação prestada pelo dirigente X, pela tendência Y ou pelo MNE não pode ser atribuída indistintamente a "meios clubísticos", "partidários" ou "diplomáticos"; por outro lado, o leitor tem o direito de saber, por exemplo, que a informação X envolve especificamente a corrente (ou os interesses) Y, ou se se trata de um especialista no assunto ou de uma fonte oficial ou oficiosa. 4. O sigilo deve ser sempre justificado, de modo a não ser pretexto fácil de desresponsabilização do autor ou da fonte da informação.

siglas — Convém usar as siglas, abreviaturas ou outros sinais convencionais com parcimónia e bom senso, de modo a que a peça jornalística não pareça uma mensagem cifrada. As siglas — que não se escrevem com pontos — devem ser explicadas na primeira vez que aparecem no texto, excepto as que são indiscutivelmente do conhecimento geral, como ONU ou UE. Não se usa siglas para abreviar cargos; assim, por exemplo, escreve-se "chefe do EMGFA (Estado-Maior General das Forças Armadas)". Cf. Siglas.

"sikhs" — Minoria da Índia que habita sobretudo no Punjab.

simplicidade — Simplicidade, clareza, exactidão e variedade caracterizam o estilo jornalístico de qualidade. Se informar é comunicar e fazer compreender, é indispensável que se redija de forma simples e precisa, quaisquer que sejam a complexidade do assunto ou o género da mensagem jornalística. Eis o que não se deve fazer: "Tal como o azeite que com a água se mistura, também as confirmações de uns não se compadecem com as hesitações de outros. Um risco assumido, mas que merecia ser minimizado, especialmente à vista de um auditório por de mais exigente, imediatista e cuja filosofia de constatação visual supera a concepção escrita, mesmo que esta se cinja aos factos, uma ou outra vez intercalados com comentários opinativos e como tal subjectivos ou de dupla leitura."

síndroma / síndrome (o ou a) — Sempre acentuado.

"sine die" (sem dia, sem data fixa)

"sine qua non" (condição indispensável)

skate

"snack-bar"

"Sniper" — Atirador furtivo. Deve preferir-se a expressão portuguesa. Na sua acepção militar, a expressão inglesa "sniper" designa um atirador de elite, equipado com uma arma de precisão, que age emboscado e em acções individuais, em geral postado a grande distância dos alvos e internado em território controlado pelo inimigo, cujo objectivo é atingir alvos individuais de grande interesse militar. O lema destes atiradores de elite é "Uma bala, uma morte".
A expressão "sniper" pode também ser utilizada na acepção de "franco-atirador". Um atirador furtivo pode ser ou não um franco-atirador, conforme faça parte ou não de uma operação militar coordenada.

sob — Dif. de sobre. Ex.: Falou-se sobre literatura. Sob a capa do sorriso, escondia uma grande amargura.

sob- — Com hífen antes de b, h ou r: sob-roda.

sobre — Períodos iniciados com "sobre" admitem-se, se se quiser chamar a atenção para a ideia contida nessa parte da frase; nunca há, porém, vírgula a separar esse complemento do predicado. Ex.: Sobre aquilo que lhe foi perguntado admitiu responder mais tarde.

sobre- — Com hífen antes de h: sobre-humano; escreve-se sobreavaliado, sobreeminente, sobreestimado (mas também sobrestimado), sobrerrealista, sobressaturação.

sobrevir — Como vir. Ex.: Sobreveio uma tempestade.

sobriedade — Atitude indispensável no tratamento de factos do foro criminal, a par com o distanciamento e segundo critérios de inequívoco interesse jornalístico e recusando o sensacionalismo. A sobriedade exigida nas Notas de Redacção não invalida o estilo incisivo ou acutilante — e muito menos a polémica e o debate de ideias, desejáveis no PÚBLICO.

social-democrata — Este adjectivo tem hífen, excepto no nome do Partido Social Democrata, que assim o registou. O pl. faz-se nos dois termos: sociais-democratas.

sócio-económico — Ou socioeconómico

"soirée"

sondagens — Obrigatoriamente há que referir quem as encomenda, quem as faz e incluir a respectiva ficha técnica.

sota- — Sinónimo de vice. Com hífen: sota-embaixador, sota-patrão.

soto- — Sinónimo de vice. Com hífen: soto-capitão, soto-embaixador.

soube — Mas pôde (pret. perf. do indic. em ambos os casos).

"stand"

"standard" — Prefiram-se as palavras portuguesas "norma" ou "padrão". Em contrapartida, estandardizado é já uma palavra fixada em português.

"statu quo" (o estado em que as coisas estão)

"stress"

"strictu sensu" (em sentido estrito)

"stringer" — Correspondente.

sub- — Com hífen antes de b, h ou r: sub-bosque, sub-hirsuto, sub-resultante; mas subaquático, subsolo.

subestimar

subtítulos — Em princípio, os subtítulos não devem exceder as três palavras e as duas linhas a uma coluna, intervalados entre si por dois mil a três mil caracteres. Devem ser sugestivos, apontando para o essencial do trecho que introduzem, sem matar a novidade. Não devem nunca repetir palavras ou ideias sintetizadas noutros subtítulos, no título e nas legendas da peça. Nas entrevistas, não devem ser inseridos entre uma pergunta e uma resposta.

suficiente

"sui generis"

Suíça / suíço — Palavras acentuadas.

"suite" — De hotel ou musical.

"suna"Cf. Dic. islâmico, Religiões.

sunita Cf. Dic. islâmico, Religiões.

super- — Com hífen antes de h ou r: super-homem, super-requintado; mas superelegante, supermoderna, supersensível.

"superavit" (saldo positivo, excesso)

superentrada — As entradas não deverão exceder os 300 caracteres, salvo em destaques, quando as circunstâncias e o arranjo gráfico da página (conjugação com fotografia, etc.) justificarem uma superentrada.

supor — Não acentuado, tal como os outros compostos de "pôr": repor, compor, etc.

suportar — Em português não significa dar apoio; significa carregar com o peso de, sustentar, sofrer com paciência.

supra- — Com hífen antes de vogal, h, r ou s: supra-axilar, supra-hepático, supra-renal, supra-sumo.

"sura" Cf. Dic. islâmico, Religiões.

surf

surripiar

susceptível

suspeitos — As pessoas sob acusação criminal não provada são sempre tratadas como "acusadas" ou "suspeitas". Nenhuma notícia, título ou legenda deve confundir a suspeita com a culpa. Mesmo após detenção de suspeitos, a sua identidade não deve ser revelada (nem tão-pouco insinuada, por exemplo, com a divulgação do apelido ou de outros dados aproximativos), enquanto a investigação do PÚBLICO não tiver recolhido dados concludentes ou as averiguações da polícia não tiverem conduzido a uma acusação formal e indiscutível.

"suspense"

suster — Como reter: ele sustém, retém; eles sustêm, retêm.

   
   
 
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