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Edward Kennedy Ellington, mais conhecido por Duke, devido ao seu trato atencioso e charmoso, é hoje reconhecido como um dos grandes compositores do século passado. A sua música, para sempre libertada dos limites que um estilo musical possa impor, é uma referência para todos aqueles que apreciam a “criação”, isto é; ele criou um conceito — Duke Ellington Orchestra — que é: um som inimitável, uma nova forma de trabalhar em grupo e um solavanco num género musical. (...)
Sabe-se que: nasceu a 29 de Abril de 1899 em Washington D.C., tendo permanecido nesta cidade até 1923, altura em que se muda definitivamente para Nova Iorque. Aqui, com alguns músicos companheiros de mudança, estabelece a sua actividade musical como líder e pianista em diversas bandas sendo de realçar o grupo Washingtonians com o qual gravou, entre 1926-1927, diversas faixas importantes do repertório da sua orquestra: East St. Louis Toodle-O, Immigration blues, Black and tan fantasy e Creole love call. É neste período que se começam a traçar algumas das características mais distintivas da sonoridade da sua banda: o uso de plunger mute (que consiste na utilização de um desentupidor, sem cabo, como surdina) e do efeito growling (efeito que consiste na articulação de vogais enquanto se emite uma nota) pelo trompetista Bubber Miley. Estas combinações exóticas de sons são elementos importantes do estilo definido como o “jungle style”. Estes efeitos seriam mais tarde adoptados por outros músicos da banda, sendo o growl do trombone de Tricky Sam Nanton um dos traços distintos da orquestra. (...) Entre finais de 1927 e início de 1931 a Duke Ellington Orchestra torna-se na orquestra residente do Cotton Club no Harlem. Durante este período a sua orquestra tinha expandido para uma formação com 12 músicos: 3 — madeiras (clarinetes e saxofones), 3 — trompetes, 3 — trombones e 4 – músicos de secção ritmíca (piano, guitarra ou banjo, contrabaixo e bateria). Entre os elementos que constituiam agora a sua orquestra faziam parte, entre outros, músicos como: Johnny Hodges, Barney Bigard, Arthur Whetsol, Juan Tizol e os já citados Cootie e Nanton. (...)
O ano de 1939 é o do encontro de Billy Strayhorn com Duke Ellington que se tornaria num dos momentos de colaboração mais singulares e profícuos da história do jazz. Take the A train, tema composto em 1941 por Strayhorn, tornouse no tema da banda em 1942. Por esta altura ele é já um compositor, arranjador e “segundo” pianista da orquestra por direito próprio. Esta parceria só seria desfeita pela morte de Billy Strayhorn a 30 de Maio de 1967 (...).
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