II encontro internacional de ilustração
para a infância/edizioni messaggero, Pádua |
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Loujaina Al-Assil, Síria: A criação de Alá |
“Tenho acerca de vós desígnios de prosperidade e não de calamidade, de vos garantir um futuro de esperança.” (Jeremias, 29, 11)
Advento
Advento é tempo novo, presente ainda por desembrulhar. Não por acaso, os cristãos iniciam o seu calendário litúrgico (que é como quem diz, um novo ano) com o primeiro domingo do Advento — que foi, este ano, no domingo passado. Durante as quatro semanas que antecedem o Natal e lhe servem de preparação, o espírito abre-se, progressivamente, à festa do primeiro mistério cristão: Deus nasce e vive no meio da humanidade.
De esperança, de vigilância activa se fala quando se fala do Advento. A um tempo novo, corresponde uma esperança renovada. Experiência profunda do quotidiano, essa vontade de recomeço perante tantas agruras da vida: tensões, sofrimentos, inimizades, anseios não concretizados, doenças, rupturas. E, no meio delas, sempre uma centelha. Tantas vezes chamada esperança. “Inúmeros são aqueles que aspiram hoje a um futuro de paz, a uma humanidade livre das sombras da violência”, escrevia há um ano o irmão Roger, de Taizé, na carta Um futuro de paz.
No interior dessa profunda experiência humana, os cristãos celebram uma dupla expectativa: a memória do nascimento de Jesus, para eles o próprio Deus que acampa no seio da humanidade; e a esperança – o desejo – da última vinda de Cristo no fim dos tempos, como senhor da história. Como escreve o salmista (Salmo 63, 2): “Ó Deus, Tu és o meu Deus! Anseio por ti! A minha alma tem sede de ti; todo o meu ser Te deseja, como terra árida, exausta e sem água.”
História e futuro conjugam-se para trazer ao Advento magia, gestos, símbolos. Velas e luzes, presentes que se trocarão, rostos que se abrem. Ou a coroa do Advento, costume iniciado no Norte da Europa e da América: quatro velas, colocadas numa coroa de ramos verdes, que se podem acender domingo após domingo. Sinais de esperança, justiça, alegria ou paz.
Memória e expectativa, sempre. Tal conjugação torna o Advento o tempo do desejo e da sua pedagogia, como escreve Domenico Pezzini (O Tesouro e o Barro, ed. Paulinas): durante estas quatro semanas, na liturgia (católica, no caso), há um verbo que “resume o grito em que se condensam todas as expectativas: ‘Vem!’ Grito que brota da solidão, da angústia, da fragilidade e do medo de todos aqueles sentimentos que marcam brutal e dolorosamente a nossa incompletude e a relativa necessidade de que alguém venha, precisamente, socorrer-nos.”
Um grito assim é atirado “em todas as direcções, não necessariamente e talvez só raramente em direcção a Deus”. Mas se o que cada um procura é um bem que espera alcançar, é Deus “que, no fundo, invoca[mos]”.
A espera de Deus, o desejo de Deus, portanto. “Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei”, confessa Santo Agostinho (Confissões, Livro X, XXVII, 38). Mesmo se essa beleza, Deus, se manifesta, no final, como uma criança nascida entre pastores, os últimos do povo, os mais desprezados pelo sistema religioso da época em que Jesus nasce. “E eis que estavas dentro de mim e eu fora, e aí te procurava. (…) Chamaste, e clamaste, e rompeste a minha surdez; brilhaste, cintilaste, e afastaste a minha cegueira; exalaste o teu perfume, e eu aspirei e suspiro por ti.”
A FOTO DO DIA
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Todos os dias, neste espaço, é publicada a foto escolhida no âmbito da iniciativa Grande Fotografia de Natal, promovida pelo Millennium BCP. Dia 26, serão publicadas as 3 grandes vencedoras.
O regulamento pode ser consultado aqui ou em www.millenniumbcp.pt.
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Fotografia: Manuel José Fradinho Silva Fernandes
Data: 23 de Novembro de 2005 |
POEMA DE NATAL
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Poema escolhido
por Vasco Graça Moura
e incluído no livro Natal... Natais
– Oito Séculos de Poesia
sobre o Natal, por ele compilado,
a editar pelo PÚBLICO
no próximo dia 14 de Dezembro
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Breve sumário da história
de Deus
Adorai, montanhas,
o Deus das alturas,
também das verduras.
Adorai, desertos
e serras floridas,
o Deus dos secretos,
o Senhor das vidas.
Ribeiras crescidas,
louvai nas alturas
Deus das criaturas.
Louvai, arvoredos
de fruto prezado,
digam os penedos:
Deus seja louvado!
E louve meu gado,
nestas verduras,
o Deus das alturas.
GIL VICENTE
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