“Inovei na forma como faço a gestão do meu orçamento”
Eu respondo à crise com uma única palavra, como a maioria dos portugueses: poupar. Poupo nas idas ao cinema – local aonde não vou há três anos. Poupo nos almoços – passei a levar comida de casa para o escritório e apenas vou almoçar fora com a minha companheira uma vez por mês. Poupo no gasóleo – deslocações só as estritamente necessárias (casa – trabalho – casa) e compras.
Reduzi os consumos do supérfluo (televisão por cabo, telefone e internet). Controlo absoluto no consumo de energias e água. Tabaco, só "de enrolar" que o meu avô fumava e não queria outra coisa! Roupa, só nos saldos! Coisa que nunca fiz na vida. No fundo, é uma questão de hábito.
No emprego, mostrei a minha total disponibilidade para serviços que estão fora das minhas funções com vista a obter mais algum rendimento. Na família, consciencializo de que ainda virão tempos piores. Virá o tempo em que teremos dificuldades em ter alimentos em casa. Não sou pessimista, mas é exactamente assim que prevejo as coisas.
Se as minhas medidas se enquadram na resposta à Vossa pergunta, penso que se pode dizer que é um caso de sucesso, porque é por este controlo apertado que não tenho dívidas, não estou sem casa, sem trabalho e sem credores atrás de mim nem tribunais a penhorarem-me bens.
Se o empreendedorismo seria mais perto da resposta-tipo, então também posso dizer que sou um caso de sucesso: inovei na forma como faço a gestão do meu orçamento. Mudei drasticamente a forma como vivo, adaptei-me aos tempos e não me estou a dar mal.