A Colecção
Mil Folhas continua com mais
30 títulos
Depois da primeira série,
a Colecção Mil Folhas prossegue com mais 30 volumes
da literatura contemporânea. No dia 30 de Dezembro, segunda-feira,
quem comprar o 30º título - "A Metamorfose",
de Franz Kafka - terá grátis o número 31, "Fanny
Owen", de Agustina Bessa-Luís. Os outros livros serão
distribuídos, como habitualmente, às quartas-feiras.
23
de Maio de 2002
Colecção Mil Folhas "O Ano da Morte de Ricardo Reis", de José
Saramago, é o próximo livro a chegar às
bancas Marisa Torres da Silva
É já na próxima quarta-feira
que o segundo volume da colecção Mil Folhas
será vendido em conjunto com o jornal.
Após o enorme sucesso de vendas
atingido com "O Nome da Rosa", de Umberto Eco,
o livro de José Saramago é o segundo de trinta
romances representativos da literatura contemporânea,
que serão vendidos em conjunto com o PÚBLICO,
a 5 euros cada, até Dezembro. A 5 de Junho, será
a vez de "Siddharta", do escritor alemão
Herman Hesse. Para saber mais sobre a colecção
Mil Folhas, veja também o "site" do PÚBLICO
na Internet (www.publico.pt) ou o destacável que
será publicado com a edição de quarta-feira.
"O Ano da Morte de Ricardo Reis", de José
Saramago, publicado em 1984, constrói-se em torno
de um dos heterónimos do poeta Fernando Pessoa. Nas
palavras de Saramago, o livro "foi precisamente escrito
para mostrar a Ricardo Reis o espectáculo do mundo
(de Portugal também) e perguntar-lhe se continuava
a considerar sabedoria a mera contemplação
dele...".
A acção do livro do prémio Nobel da
Literatura projecta o leitor para o Portugal dos anos 30,
profundamente marcado não só pelo regime ditatorial
salazarista, mas também pelo início da Guerra
Civil de Espanha, a parte final do conflito entre a Itália
e a Etiópia e a ocupação da Renânia
pelas tropas de Hitler. Imaginando o regresso de Reis ao
seu país natal, nos finais de 1935, após o
seu exílio no Brasil, Saramago descreve o quotidiano
da personagem central nos nove meses que antecederam a sua
morte. Quando chega a Lisboa, envolve-se com duas mulheres,
Lídia e Marcenda, além de receber diversas
visitas do fantasma do falecido Pessoa.
A intertextualidade é também outra das componentes
do romance, ao reconstruir a identidade imaginária
de Reis e na presença de outros proeminentes nomes
da literatura, desde Camões a Borges.
Para Maria Velho da Costa, escritora e vencedora do Prémio
Camões deste ano, "O Ano da Morte de Ricardo
Reis" é a sua obra preferida de José
Saramago. "Foi até hoje o livro em que consegui
melhor sentir e ver o clima, a cor e a luz azul-acinzentado
da minha infância", afirmou. E é também
o livro do qual Saramago gosta mais como autor. Faça
já a sua reserva num quiosque perto de si.