Margarita e o Mestre
Michail Bulgakov



 

Tiragem de 100 mil exemplares
"Margarita e o Mestre", de Mikhail Bulgakov, amanhã na Colecção Mil Folhas
Terça-feira, 20 de Agosto de 2002, Por ALEXANDRA LUCAS COELHO

Sátira política, fantástica e lírica, "Margarita e o Mestre" esteve proibida na URSS durante quase 30 anos. Uma obra-prima do romance do século XX

Mikhail Bulgakov escreveu "Margarita e o Mestre" em segredo, ao longo de onze anos, entre 1929 e 1940, numa Moscovo em que as suas peças eram insultadas (e depois proibidas) pela crítica oficial mais diligente, e os seus amigos iam desaparecendo, exilados ou executados - aquilo a que se veio a chamar terror estalinista.

 

"Margarita e o Mestre" na terra como no ar,
e a arder

Quarta-feira, 21 de Agosto de 2002, Por ALEXANDRA LUCAS COELHO

O romance-total de Mikhail Bulgakov, escrito em segredo, e interdito durante quase 30 anos, põe um diabo fascinante a virar a Moscovo de Estaline do avesso, reescreve a Paixão de Cristo e faz de Margarita o verdadeiro Fausto, a merecer vida eterna. E depois da vida eterna, desce à rua para verificar como o homem - esse cidadão - continua na véspera dos amanhãs que cantam.

"Margarita e o Mestre" nasceu como um "romance sobre o diabo". Era assim que Bulgakov lhe chamava, quando as personagens que acabaram por dar nome ao livro ainda nem tinham sido concebidas. E foi assim que Bulgakov lhe chamou, numa célebre carta a Estaline, a 28 de Março de 1930, em que descreve a sua situação como escritor continuamente atacado e banido pela crítica oficial: "Não são apenas as minhas obras do passado que estão arruinadas, mas também os trabalhos do presente e do futuro. Pessoalmente, com as minhas próprias mãos, atirei para o fogão o esboço de um romance sobre o diabo (...)".

 

Em Memória de Mikhail Bulgakov
Quarta-feira, 21 de Agosto de 2002, Por ANNA AKHMÁTOVA

 

Perfil
A breve longa vida de Mikhail Bulgakov
Quarta-feira, 21 de Agosto de 2002, Por Alexandra Lucas Coelho

Mikhail Afanasievitch Bulgakov - nascido a 15 de Maio de 1891 em Kiev, hoje capital da Ucrânia - foi o primeiro de sete filhos de um casamento (tudo indica) tranquilo e feliz. O pai era professor de teologia e versado em oito línguas, incluindo grego e latim. As crianças foram habituadas desde cedo a ler, ir ao teatro e à ópera, e encenavam pequenos espectáculos em casa.