|    Este 
                    livro deu um filme 
                     
                    Por L.M.Q. 
                     
                     André Delvaux filmou os 
                    últimos dias de Zenão 
                  "L'Oeuvre au Noir", o filme que o 
                    recém-falecido cineasta belga André Delvaux 
                    (1926-2002) realizou a partir do romance de Marguerite Yourcenar, 
                    estreou-se em 1988, poucos meses após a morte da romancista. 
                    Yourcenar ainda assistiu às últimas rodagens, 
                    mas já não pôde ver o resultado final. 
                    É bem possível que tivesse apreciado esta obra 
                    contida e um tanto sombria, com a sua bela fotografia dominada 
                    por tons escuros.  
                    
                  Um Homem Livre em 
                    Tempos Sombrios  
                     Por Luís Miguel Queiroz 
                   Um extraordinário 
                    fresco das convulsões políticas e religiosas 
                    da Europa quinhentista, do qual se destaca o percurso solitário 
                    de um homem livre: Zenão, médico, filósofo, 
                    alquimista  
                  É possível que em 1968, 
                    quando Marguerite Yourcenar publicou "A Obra ao Negro", 
                    a expressão "escrever bem" já não 
                    fizesse muito sentido. De facto, pode dizer-se que Proust, 
                    Joyce, Kafka ou Faulkner escreviam bem, mas dificilmente se 
                    estará a falar da mesma coisa em todos os casos. Não 
                    obstante, é mesmo essa a expressão que quase 
                    irresistivelmente ocorre a quem leia duas ou três páginas 
                    deste livro, sejam elas quais forem. Mais do que abrir novos 
                    caminhos à linguagem literária, Yourcenar levou 
                    o romance clássico a um extremo de perfeição 
                    dificilmente ultrapassável. 
                      
                    
                  Tiragem de 100 mil exemplares 
                    “A obra ao negro”, 
                    de Marguerite Yourcenar 
                     Por Luís Miguel Queiroz 
                  O percurso de Zenão, no pano de fundo 
                    da Europa da primeira metade do século XVI. Uma obra-prima 
                    em nada inferior a “Memórias de Adriano”, 
                    o romance que celebrizou Yourcenar. 
                  Poucos dias antes de rebentar, em Paris, o 
                    movimento de contestação estudantil de Maio 
                    de 1968, aparecia nas livrarias francesas um livro intitulado 
                    “A Obra ao Negro”. No meio de uma tal agitação, 
                    que tomava as ruas e monopolizava os “media”, 
                    parecia haver bons motivos para duvidar do êxito de 
                    um romance de fundo histórico, cuja acção, 
                    narrada numa escrita exigente e quase anacronicamente “clássica”, 
                    decorria no distante século XVI. 
                    
                    
                   
                     
                   
                    
                    
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