Colecção Mil Folhas
Ficção de primeiro plano dos nossos dias
Marisa Torres da Silva

A Colecção Mil Folhas arranca já na próxima quarta-feira, com "O Nome da Rosa", o best-seller de Umberto Eco. Muitos outros títulos se seguirão, todas as semanas, até Dezembro.

Estará o romance morto? Será que o aumento avassalador da informação se está a sobrepôr irremediavelmente à experiência do indivíduo?
Queremos acreditar que não. Ler um livro é uma maneira de conhecer e de construir o mundo que nos rodeia. Parte essencial da formação do indíviduo, ler um livro é viajar através das páginas, temporal, espacial e culturalmente.
A partir de 22 de Maio, o PÚBLICO vai lançar uma colecção de livros de escritores portugueses e estrangeiros contemporâneos. "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, é o primeiro volume de um conjunto de títulos representativos da literatura actual, que procura privilegiar a diversidade de origens e nacionalidades dos autores que daí fazem parte. O objectivo da colecção consiste em tornar acessível as obras de alguns dos romancistas mais proeminentes do amplo panorama da ficção contemporânea. Destinando-se ao grande público, a colecção Mil Folhas pretende estimular o exercício da leitura, não só dos chamados "clássicos", mas também dos títulos de inequívoca importância da literatura do século XX.
O projecto nasceu de uma iniciativa levada a cabo pelo jornal italiano "La Reppublica", intitulado "Novecento". A colecção foi um enorme sucesso em Itália; ao todo, de Bulgakov a Eco, de Márquez a Woolf, dez milhões de exemplares foram vendidos, superando em larga medida as expectativas previstas, num fenómeno sem precedentes no mercado editorial italiano. Alguns dos volumes esgotaram-se imediatamente no primeiro dia de lançamento.
Partindo do ambicioso e bem sucedido projecto do jornal "La Reppublica", o PÚBLICO põe agora à disposição de todos os leitores um vasto conjunto de títulos, todas as quartas-feiras, até Dezembro. "O Nome da Rosa" é o primeiro volume dos 30 que fazem parte da colecção, seguindo-se "O Ano da Morte de Ricardo Reis", de José Saramago (29 de Maio) e "Siddharta", de Herman Hesse (5 de Junho). Os escritores portugueses também se encontram representados na lista da colecção. Além do prémio Nobel da Literatura, encontram-se ainda nomes como Lídia Jorge ("A Última Dona"), Álvaro Guerra ("Razões do Coração"), Mário de Carvalho ("Era Bom que Trocássemos umas Ideias sobre o Assunto"), Luísa Costa Gomes ("Olhos Verdes") e João de Melo ("Gente Feliz com Lágrimas").
Além das próprias obras, a aparência exterior e o grafismo dos volumes também foram um aspecto importante a considerar, tornando-os mais apelativos, num convite irrecusável à leitura.
Semana a semana, livro a livro, página a página, vale a pena conhecer os livros e os autores desta colecção. Sentimos que a escolha preenche certamente as expectativas da maior parte dos leitores, devido à diversidade abrangente de títulos e escritores aí representadas. Deixemos, então, que a aventura da leitura comece.