O Ano da Morte
de Ricardo Reis
José Saramago



 


 

In PÚBLICO de 27 de Maio de 2002
Entrevista com José Saramago

"Escrevi o romance para resolver o choque
entre uma admiração e uma rejeição sem limites"

Por Adelino Gomes

O livro está editado em 22 países. Em Portugal, vendeu quase 100 mil exemplares. Para muitos leitores, é o melhor romance de José Saramago. O autor acha que com ele tocou "o tecto". E chegou a Pilar, a jornalista espanhola, hoje sua mulher. Com o PÚBLICO, chegaram hoje às bancas mais 90 mil exemplares, no segundo livro da colecção Mil Folhas, vendido juntamente com o jornal a 5 euros.

 

In PÚBLICO de 11 de Novembro de 2000
Entrevista com José Saramago

"Nem preciso de Deus"
Por Alexandra Lucas Coelho

O primeiro romance de Saramago pós-Nobel não chega a ter matéria de incómodo. Talvez no próximo, "A Viagem do Elefante", regresse à insurreição com que fala, por exemplo, de Deus.

 

In PÚBLICO de 14 de Outubro de 1998
Entrevista com José Saramago, horas depois da chegada a Lisboa
"A minha casa é Lanzarote"
Por Alexandra Lucas Coelho

Não pensa voltar a viver em Portugal. Não será mais candidato pelo PCP. Não falará mais sobre a regionalização. Continuará a escrever e a intervir, como até aqui, quando for "necessário". A sua autobiografia até aos 14 anos, "O Livro das Tentações" revelará um outro José Saramago: "O pai espiritual do homem que sou é a criança que fui". O homem que desde que é Nobel ainda não escreveu uma palavra. Nem no diário: "Era impossível".

 

In PÚBLICO de 25 de Outubro de 1997
"O presente é uma linha ténue"
Por Carlos Câmara Leme

"Todos os Nomes", o último livro de José Saramago, é um ensaio sobre a existência, com contornos policiais. Um ensaio pessimista. "Nada no mundo tem sentido", diz a personagem central do romance. A única que tem nome: José.

 

In PÚBLICO de 10 de Maio de 1992
José Saramago critica responsáveis da Cultura

"É a terceira vez que sou censurado por Sousa Lara"
Por Torcato Sepúlveda

Em entrevista ao PÚBLICO, o romancista José Saramago não poupa o Governo português. O responsável é ele e não o regulamento do prémio. "A CE não podia esperar que isto acontecesse". E defende a Frente Nacional para a Defesa da Cultura.

 

In PÚBLICO de 9 de Maio de 1991
Antevisão de "Blimunda"

Por Maria João Avillez

Um dia longínquo de l984, José Saramago recebe em casa uma carta que o deixa perplexo: a editora italiana Suvini Zerboni escreve-lhe para o informar que o compositor Azio Corghi está interessado em fazer uma ópera a partir do "Memorial do Convento". O escritor relê a carta, continua a achá-la "insólita", não responde. E passa o caso à Sociedade Portuguesa de Autores, para que aprofundasse aquela sugestão singular.

 

In PÚBLICO de 2 de Novembro de 1991
O novo romance de José Saramago, "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", é posto à venda no dia 7

"Deus quis este livro"
Por Torcato Sepúlveda

Que o leitor não espere de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" - o mais recente romance de José Saramago, a ser lançado no próximo dia 7 - excesso e imprecação. "O Evangelho" é um livro herético, mas contido, austero, como o tema exige. "É herético apenas porque propõe uma escolha diferente da habitual", diz o escritor. Um homem sereno, que não teme as reacções da Igreja Católica: "A Igreja já se habituou a ser discreta".

 

In PÚBLICO, suplemento COMPUTADORES de 3 de Junho de 1995
Saramago e os computadores
Teresa Firmino

Uma metáfora, a do campo de batalha, serve a José Saramago para expor as diferenças entre o acto da escrita no computador e o na máquina de escrever. "Numa máquina de escrever, temos de elaborar o pensamento antes de passá-lo ao papel: é muito trabalhoso e obriga a que se atire muito papel fora. O ecrã é um papel que está sempre limpo e tem uma vantagem enorme: se há uma ideia, ainda que esteja mal alinhada, escreve-se e depois trabalha-se. Comparo o ecrã do computador a um campo de batalha, de onde os mortos e feridos vão sendo sempre retirados" - que são "as palavras que não interessam, as ideias imprecisas que deixaram de ter sentido".