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O marinheiro de Malta despede-se
de Pandora e deixa a Ilha Escondida
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Os alemães perdem a guerra, fazendo desaparecer os precários equilíbrios entre os residentes da ilha. O Monge foge e o tenente Slütter é fuzilado.
“A Balada do Mar Salgado” chega ao fim
É um Slütter absorto que quase choca com Corto Maltese, num cenário de palmeiras e gaivotas da Ilha Escondida. O marinheiro quer saber em que pensa o oficial alemão. “Estava a pensar no passado e, assim, distraidamente, regressei à minha mocidade!... Mesmo inconscientemente, tentamos sempre reencontrá-la…” A resposta de Corto é breve e incisiva: “Deter-se assim no passado… é como guardar um cemitério.”
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As mulheres de Corto - Fala Mariam
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“— Estás muito bonita! Fazes-me lembrar um tango de Arola que eu ouvia no cabaré Parda Flora, em Buenos Aires.
— Talvez houvesse por lá alguém parecido comigo?
— Não. É precisamente por não te pareceres com ninguém que gostaria de te encontrar sempre… em toda a parte…”
Depois deste breve diálogo, que culmina numa das mais belas declarações de amor da história da banda desenhada, faz-se silêncio sobre um grande plano do rosto de Corto Maltese, seguido da imagem de Pandora Groovesnore, filha de um grande armador. A resposta de Pandora surge a seguir, rápida, curta, incisiva:
“— Não iria consigo, Corto Maltese!”
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Miguel Sousa Tavares - Herói cínico e vagabundo
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Gosto muito de banda desenhada e, em particular, do desenho de Hugo Pratt. O retrato psicológico de Corto Maltese corresponde a uma espécie de herói cínico e vagabundo — do tipo do poeta francês Rimbaud, que, aliás, é citado com frequência. É o único herói mítico do século XX, com uma característica que, para mim, constitui uma coisa sublime — a preguiça.
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Terceiro volume de "A Balada do Mar Salgado"
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É o tubarão Mao que assina o destino de todos os protagonistas da aventura. Corto Maltese e Rasputine partem da Ilha Escondida, onde outros encontram a última morada
São momentos dramáticos, mas também mágicos, os que Pandora e Tarao vivem a bordo de uma frágil embarcação que os levará até à Ilha Bura-Nea e à liberdade. De dia, o jovem maori da Nova Zelândia orienta-se pelo sol, mas à noite a situação muda de figura e então resta-lhe a ajuda de Mao, o tubarão ancestral e amigo de todos os maoris, a quem faz companhia há séculos em todas as grandes travessias do imenso oceano Pacífico.
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