Segundo volume "na Sibéria"

Uma fúria destruidora varre os extensos territórios asiáticos. Só o herói sobrevive a Semenoff, Chang e Von Ungern-Sternberg, os “anjos da morte” que se atravessam no seu caminho.

A brutalidade com que Rasputine elimina um soldado ao serviço do general Chang é apenas um dos actos de violência que marcam a aventura siberiana de Corto Maltese. Com o sentido de humor que se lhe reconhecia, Hugo Pratt dirá que fez regressar o desertor russo à banda desenhada por ele “ser necessário a Corto”, que “nunca esmagaria a cabeça do chinês contra o comboio como o fez Rasputine”. Mas ao contrário dos restantes perseguidores do tesouro dos czares, o companheiro do marinheiro de Malta é um marginal com sentido da utilidade económica e social do dinheiro: “Eu, tudo o que roubo, gasto-o logo. Faço girar o dinheiro... E há um sem-número de pessoas que vivem graças ao que gasto depois de um roubo...”

 

Corto Maltese despede-se de Xangai-Li entre arrozais e borboletas

O herói afasta todos os que cobiçam o ouro dos czares da Rússia, mas chega de mãos vazias aos confi ns da Ásia, onde são enterrados todos os efémeros sonhos de glória

No final da saga siberiana, Corto Maltese encontra-se com Xangai-Li, em cenário rural e primaveril, povoado por belas borboletas. São três pranchas, alguns diálogos e uma única carícia nos cabelos da pequena revolucionária chinesa, que concluem o segundo volume de “Corto Maltese na Sibéria”, álbum que amanhã (15 de Novembro) será distribuído com o PÚBLICO. ...

 

As mulheres de Corto - Xangai-Li

Eliminada a duquesa Seminova e o comandante Semenoff em fuga, Xangai-Li troca a sua pele de leopardo na alcova do ex-oficial cossaco pela farda de activista das Lanternas Vermelhas e militante revolucionária. O comentário de Corto Maltese é sibilino: “A pele de leopardo ficava-te melhor... minha pequena Xangai-Li.” Mas a resposta da sua interlocutora está à altura: “Já não tenho a pele de leopardo, mas ainda tenho as suas unhas.” Quatro profundos arranhões na face do marinheiro ilustram dolorosamente a afirmação. ...

 

Nathalie Ballan
Irritante e pouco sentido de humor

A primeira vez que vi uma banda desenhada de Corto Maltese tinha 10 anos e foi na revista “Pif-Gadget”. Eu adorava esta publicação que se editava em França, mas os meus pais detestavamna porque era feita por uma empresa ligada ao Partido Comunista Francês. O problema é que eu e as minhas amigas não percebíamos nada das histórias e, por isso, passávamos à frente para ler outras coisas mais interessantes, como o Rahan. Ainda por cima, era a preto e branco e uma semana depois já não me lembrava nada do que tinha acontecido antes…

 

Segundo volume "na Sibéria"
O primeiro volume na proxima segunda, 15 de Novembro.

A princesa Marina Seminova morre nos braços de Corto Maltese, que não perdoa a Rasputine tê-la atingido mortalmente. O comboio do ouro russo parece estar ao seu alcance, mas depois os acontecimentos precipitam-se e o herói acaba por travar um combate decisivo com o sanguinário Semenoff. ...