Segundo volume de "Sob o Signo do Capricórnio"

Corto Maltese continua a percorrer os caminhos da aventura. Antes de perder a memória, Rasputine volta a estar no seu caminho, e cruza-se com mulheres belas e inteligentes...

Uma gaivota distrai por instantes Corto e assinala a sua posição a um atirador emboscado. O herói escapa por um triz à morte, para se encontrar a delirar nos braços de Soledad Lokäart, amnésico e com uma violenta dor de cabeça. Um herói sem memória não é uma situação inédita. No caso do personagem criado por Hugo Pratt, o que o distingue é o facto de ele acabar por fazer exactamente o que faria se não tivesse perdido o sentido da sua identidade pessoal. Mas o que acontece a seguir é algo que os leitores só terão oportunidade de saber depois de lerem "Por Culpa de uma Gaivota", uma das bandas desenhadas que fazem parte do segundo volume de Sob o Signo do Capricórnio, à venda dia 18 de Outubro com o PÚBLICO....

 

"Corto Maltese perde a memória por culpa de uma gaivota"

As vidas das mulheres que se cruzam com o herói são tudo menos banais. É na Amazónia, nas Antilhas ou em Belize que os seus destinos se decidem...

"As mulheres seriam maravilhosas se pudéssemos cair nos seus braços sem cair nas suas mãos." A frase é proferida por Corto Maltese no final de "Uma Águia na Selva", banda desenhada inaugural do segundo volume de Sob o Signo do Capricórnio, que será distribuído amanhã com o PÚBLICO. Hugo Pratt, o autor da série, é intencionalmente vago sobre esse ponto nas entrevistas com o seu biógrafo Dominique Petitfaux ("De l'Autre Cotê de Corto", Éditions Casterman, 1990): "Encontrei essa frase em algum lado ou é mesmo minha? Já não sei." ...

 

As mulheres de Corto - Boca Dourada

"É bom que saibas que a parte índia do meu sangue me deu a conhecer muita coisa deste universo", escreve Boca Dourada numa carta a Corto contendo "algumas regras de conduta de sobrevivência" que provavelmente ele nunca levou a sério. A mesma atitude transparece no diálogo de despedida entre ambos em "Uma Águia na Selva". Corto decide partir, porque não é daqueles "que ganham raízes", ao que ela replica: "Tinhas aqui tudo o que procuras. Mas és cego como uma toupeira." O marinheiro não muda de opinião, mas também não esconde a sua enorme admiração por aquela personagem única, que é simultaenamente a homenagem de Hugo Pratt a uma categoria de mulheres fascinantes que conheceu durante os anos em que viveu no Brasil. ...

 

José Tolentino Mendonça - Homem livre num mundo fascinante

O que as histórias de Corto Maltese nos revelam é um mundo ainda fascinante e que conserva os seus segredos. Quando ele parte para o que é desconhecido e interior, é um mundo de fábulas que se abre, e que nada tem a ver com o mundo domesticado da actualidade. ...

 

O segundo volume “Sob o Signo do Capricórnio”
O segundo volume na proxima segunda, 18 de Outubro.

Corto Maltese continua a circular pelas paragens sul-americanas, cada vez mais longe dos ecos da guerra que arrasa o Velho Continente. Antes disso, porém, vamos encontrá-lo em casa de Boca Dourada, na praia de Itapuã, perto de S. Salvador da Baía. O herói não hesita em dar uma ajuda ao esforço de guerra aliado, eliminando um vaso de guerra alemão que atacava as embarcações britânicas no Atlântico Sul (“Uma Águia na Selva”). A seguir, o marinheiro empreende uma caça ao tesouro, a pouca distância da ilha de S. Kitts, a noroeste de Guadalupe, na qual reencontra o seu velho amigo Rasputine (“... E Voltaremos a Falar dos Cavaleiros da Fortuna”). ...