Quarta-feira,
05 de Janeiro |
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A Túlipa Negra
Sobre a inveja e a ambição
Terá vivido no século XIII, gostava de vaguear pela floresta e prezava a liberdade. Foi imortalizado como “príncipe dos ladrões”.
Uma flor gera cobiça e vingança. Tal como o poder. Mas o mal não sai vitorioso neste romance de Alexandre Dumas. Por Francisca Gorjão Henriques
É o próprio Alexandre Dumas quem alerta nas primeiras linhas: o contexto político de “A Túlipa Negra” é “indispensável à clareza da [sua] história”. O romance começa, por isso, com duas mortes reais, que só indirectamente estão ligadas ao centro da narrativa: a de Cornélio de Witt, deputado, e seu irmão, João de Witt, grande pensionista da Holanda.
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Um símbolo contra a tirania e a injustiça
“A Túlipa Negra”, de Alexandre Dumas, fala do duelo entre o bem e o mal. E de um amor que nasce numa prisão
Quanto vale uma túlipa negra? Cem mil florins, na Holanda do século XVII. Vale também inveja, difamação, traição. Ou amor, entrega, obsessão. Em “A Túlipa Negra”, de Alexandre Dumas, a procura da flor, “brilhante como azeviche”, é uma luta entre o bem e o mal. A túlipa negra torna-se num símbolo contra a tirania e a injustiça.
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"A Tulipa Negra"
Corre o ano de 1672. Cornélio Van Baerle recebe uma carta de Haia do seu padrinho Cornélio de Witt pedindo-lhe que destrua alguns documentos comprometedores. De Witt, republicano,é opositor de Guilherme de Orange e, ao sair da prisão, é morto pelos partidários da monarquia.
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Livros que nos transportam para o plano da aventura da fantasia, da descoberta e da ficção, apelando à imaginação de cada leitor para criar as imagens, as personagens e os cenários.
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PERFIL
Quem é Alexandre Dumas?
Alexandre Dumas nasceu
em Villes-Cotterêts, França,
em 1802. O pai era general
no exército de Napoleão e
depois da sua morte, em 1806,
a família viveu na pobreza.
Dumas foi caixeiro de notário
e, em 1823, foi para Paris
arranjar trabalho. Trabalhou
com o duque D’Orléans, mais
tarde rei Luís Filipe, e também
no teatro e como editor de
revistas “obscuras”. Um filho
ilegítimo, chamado Alexandre
Dumas filho, nasceu em 1824.
Alexandre Dumas pai é um dos
escritores mais importantes do
século XIX, conhecido por romances
históricos como “Os
Três Mosqueteiros” e “O Conde
de Monte Cristo”, escritos
em dois anos (1844-45), obras
fundadoras da cultura popular.
Com Balzac e Eugène Sue, foi
um dos primeiros a usar o “folhetim”,
o romance em série.
Era um leitor ávido, sobretudo
de teatro. Foram os romances
históricos que lhe deram
dinheiro, que desperdiçou
depressa. Escreveu cerca de
250 livros, com 73 assistentes,
em particular Auguste Maquet,
a quem Dumas dava muita independência
para trabalhar.
Participou na Revolução de
1830 e tornou-se capitão da
Guarda Nacional, contraiu
cólera em 1832 e viajou para
Itália. Em 1850 surgiu “La
Tulipe Noire”. Fundou o jornal
“Le Mousquetaire”, após dois
anos no exílio. Em 1858, viajou
pela Rússia e em 1860 para
Itália, onde apoiou Garibaldi e
a sua luta pela independência.
Chamavam-lhe “rei de Paris”,
ganhava enormes fortunas,
mas gastava-as com amigos,
arte e amantes. Teve dúzias
de filhos ilegítimos e apenas
reconheceu três. Morreu de
enfarte em 1870. As últimas palavras
foram: “Nunca saberei
como tudo vai terminar.” |
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