A tiragem inicial de três mil exemplares esgotou já na editora, mas o livro pode ser a partir de hoje encontrado à venda nas livrarias e na Feira do Livro de Lisboa. "Bento XVI em Portugal – Discursos e Homilias" foi ontem publicado, uma semana depois de o Papa ter deixado Portugal.
O livro, editado pela Paulinas, disponibiliza os discursos do Papa durante a sua visita ao país, incluindo as mensagens sobre pedofilia (ainda a bordo do avião) e a necessidade de um maior compromisso dos cristãos na política e na economia. Também os apelos ao diálogo entre artistas e Igreja na busca da beleza e o elogio à República, que criou um “espaço novo de liberdade para a Igreja”, fazem parte das principais ideias deixadas por Bento XVI em Portugal.
No título, não se diz tudo o que pode ler-se no volume – mais curto, nas suas 118 páginas, que os livros que reúnem os discursos das duas primeiras viagens de João Paulo II a Portugal, em 1982 e 1991 (a terceira, em 2000, limitou-se a um dia e meio em Fátima e audiências protocolares em Lisboa). Com efeito, as saudações feitas a Bento XVI estão também incluídas no livro.
É o caso da intervenção do cineasta Manoel de Oliveira que, dois dias antes de ir para Cannes apresentar o seu novo filme, motivou o gesto espontâneo do Papa se levantar da cadeira para o ir cumprimentar. A religião e a arte estão, “ainda que de modo distinto”, disse o realizador, “intimamente voltadas para o homem e o universo, para a condição humana e a natureza divina”.
A declaração que, a nível internacional, marcou a viagem, foi a que o Papa fez ainda a bordo do avião: “Os sofrimentos da Igreja vêm justamente do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja. (...) hoje vemo-lo de um modo realmente terrificante: que a maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja.”