Por terra, pelo mar ou pelo ar. De 11 a 14 de Maio, ande por onde andar, o Papa Bento XVI não dará um só passo em que não tenha milhares de olhos a vigiá-lo. Milhares de armas, de todas as forças de segurança do país e até das Forças Armadas, estarão a prontas a proteger aquele que é considerado um dos maiores símbolos mundiais da paz.
E até no subsolo já estão em acção dezenas de homens prontos a impedir atentados terroristas. Esta é a visita papal a Portugal mais vigiada de sempre e aquela que, por causa de atritos sociais e religiosos recentes, mais meios envolve.
Quando Bento XVI aterrar na Portela, pelas 11h do dia 11, terá uma primeira demonstração do aparato do sistema de segurança que o aguarda uma vez que todo o efectivo policial do aeroporto (cerca de 400 polícias da PSP), assim como escoltas pessoais da GNR e equipas da Polícia Judiciária e Serviços de Informação e Segurança, estrão presentes no local. A este efectivo há ainda que juntar os guardas pessoais do Vaticano que, desde o primeiro dia em que a viagem foi anunciada têm reunido com as diversas entidades policiais portuguesas.
O número total do efectivo policial envolvido é uma incógnita. A PSP não revela quantas pessoas vai ter destacadas na operação, o mesmo acontecendo, por exemplo, com a PJ ou a Polícia Marítima. A GNR, por sua vez, conta enviar 800 homens para Fátima, quando o Papa ali se deslocar no dia 13. A julgar pelos meios operacionais envolvidos pela PSP (a força policial mais representada), admite-se que o total de pessoas arregimentadas possa rondar as 8.000. “teremos operacionais em número suficiente”, limitou-se ontem a dizer o director nacional adjunto da PSP, superintendente chefe Guedes da Silva.
Distribuição de panfletos
Hoje, em conferência de imprensa, a PSP informou que os cuidados com a visita do Papa vão ao ponto de todo o mobiliário urbano (caixotes do lixo, ecopontos, etc) das ruas de Lisboa e Porto por onde irá passar o cortejo irá ser removido. O mobiliário urbano, devido ás suas características, é susceptível de poder ocultar engenhos explosivos. Nas ruas por onde passar o Papa não serão permitidos carros estacionados, estando prestes a iniciar-se a distribuição de panfletos anunciando à população que serão autuados todos os veículos que não forem retirados no prazo previsto.
Quando Bento XVI estiver a celebrar missa no Terreiro do Paço estará ainda vigiado por nove câmeras de filmar. Nas suas costas, no Tejo, a Polícia Marítima estará encarregue de não deixar aproximar da zona qualquer embarcação e no ar, para além dos aviões da Força Aérea, só um helicópetro (com equipas dos três canais nacionais de televisão) estará autorizado a voar.
As estimativas policiais apontam para que durante os dias da visita saiam às ruas de Lisboa entre 200 a 300 mil pessoas, enquanto que no Porto serão entre 150 a 200 mil. Os cerca de 46,1 quilómetros que Bento XVI fará de carro pelas ruas de Lisboa e Porto serão feitos em viaturas blindadas (o papamóvel e um veículo do Exército, na chegada à Serra do Pilar).