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Irlanda do Norte: Cronologia

1916

Sublevação da Páscoa: Ponto de viragem no nacionalismo irlandês. Cerca de 1000 membros dos Voluntários Irlandeses e do Exército de Cidadãos Irlandeses apoderam-se, em Abril, de edifícios-chave em Dublin.

1920

O Reino Unido cria, em Dezembro, o Decreto do Governo da Irlanda e introduz a "lei caseira", que divide a região em dois estados separados, com poderes autónomos limitados, criando as bases do conflito actual.

    1921

    Tratado Anglo-Irlandês e divisão da Irlanda: Britânicos e irlandeses declaram tréguas e a Irlanda é dividida em dois estados, a actual República da Irlanda, com 26 condados e maioria católica, e a Irlanda do Norte, com seis condados e maioria protestante.

    1922

    Guerra civil

    1937

    A Irlanda adopta uma nova Constituição e muda o nome para Eire.

    1949

    A Irlanda renuncia ao domínio britânico e declara-se um Estado independente. A Irlanda do Norte permanece sob o domínio britânico.

    1968

    Movimento pelos Direitos Civis: A minoria católica da Irlanda do Norte inicia uma campanha pela igualdade de direitos em relação aos protestantes. Seguem-se distúrbios.

    1972

    "Bloody Sunday": Milhares de pessoas marcham nas ruas de Londonderry, a segunda maior cidade do Ulster, a 30 de Janeiro. O Exército britânico mata 14 manifestantes católicos e, passados dois meses, introduz a lei directa.

    1974

    Em Janeiro, é criada a assembleia da Irlanda do Norte, mas a instituição colapsa passados quatro meses, depois de uma greve de trabalhadores protestantes contra a divisão de poderes. A lei directa é reposta.

    1984

    O IRA coloca uma bomba na conferência do Partido Conservador britânico, matando cinco pessoas. A primeira-ministra Margaret Thatcher sai ilesa do atentado.

    1985

    Um acordo anglo-irlandês atribui ao Governo de Dublin poder consultivo na administração da Irlanda do Norte.

    1987

    A 8 de Novembro, o IRA coloca uma bomba no centro da cidade de Enniskillen, matando dez pessoas e ferindo outras 63.

    1991

    Ataque do IRA ao número 10 de Downing Street (residência oficial do primeiro-ministro britânico). Não houve feridos.

    1993

    Em Abril, Gerry Adams e John Hume fazem um comunicado que traça a nova estratégia nacionalista: todos os irlandeses têm direito à auto-determinação. Em Dezembro, o Governo britânico oferece aos republicanos do Sinn Féin (braço político do IRA) assento durante as conversações de paz, com a condição de que o IRA se comprometa a acabar com a violência. Declaração de Downing Street: A 15 de Dezembro, uma declaração conjunta do primeiro-ministro britânico, John Major e do seu homólogo irlandês, Albert Reynolds, compromete-se a deixar que a população da Irlanda do Norte decida o seu futuro, desde que o IRA assegure a manutenção do cessar-fogo completo.

    1994

    A 31 de Agosto, o IRA anuncia o cessar-fogo. Passado pouco tempo, os grupos paramilitares unionistas seguem o exemplo.

    1996

    Em Fevereiro, o IRA rompe o cessar-fogo, fazendo explodir uma bomba em Docklands, Londres, matando duas pessoas e ferindo mais de 100. Conversações multipartidárias acerca do futuro da Irlanda do Norte começam em Junho, em Belfast, mas o Sinn Féin é excluído.

    1997

    O IRA anuncia, em Julho, novo cessar-fogo, dois meses depois do Partido Trabalhista de Tony Blair ter vencido o Partido Conservador de John Major. Seis semanas depois, o Sinn Féin junta-se, pela primeira vez, às conversações de paz.

    1998

    A 10 de Abril, é assinado o acordo de "Sexta-feira Santa", entre os Governos britânico e irlandês e oito partidos políticos da Irlanda do Norte. A 22 de Maio, os eleitores da Irlanda do Norte aprovam, num referendo, o acordo de paz. A 25 de Junho, realizam-se eleições para a nova assembleia da Irlanda do Norte: os resultados finais atribuem 80 lugares parlamentares aos apoiantes do acordo de "Sexta-feira Santa" e 28 aos oponentes. A 12 de Julho, três crianças católicas são queimadas vivas na sua casa, durante um ataque bombista, em Ballymoney, County Antrim. A 15 de Agosto, explode uma bomba num carro em Omagh (Irlanda do Norte), matando 29 pessoas, naquele que foi o pior ataque isolado em mais de 30 anos de violência. Passados três dias, o Real IRA reivindica o atentado e declara, um dia depois, novo cessar-fogo. A 14 de Setembro, o Parlamento da Irlanda do Norte inicia a sua actividade.

    1999

    A 28 de Junho, as autoridades da Irlanda do Norte proibem uma marcha protestante de entrar no enclave católico de Drumcree. A 2 de Julho, os Governos britânico e irlandês anunciam um plano para formar uma coligação governamental na Irlanda do Norte e iniciar o desarmamento dos grupos paramilitares. A 6 de Setembro, o mediador norte-americano para o conflito na Irlanda do Norte, George Mitchell, inicia a revisão do processo de paz. O IRA anuncia, a 17 de Novembro, que está preparado para discutir o desarmamento, a partir do momento em que seja criado um governo com divisão de poderes na Irlanda do Norte. A 27 de Novembro, os unionistas pró-britânicos apoiam a formação da coligação entre protestantes e católicos. Passados quatro dias, a Irlanda do Norte tem o seu próprio Governo, acabando com 27 anos de governação directa de Londres. A 2 de Dezembro, o Reino Unido transfere parte dos poderes para uma coligação governamental entre protestantes e católicos. Londres mantém controlo sobre a Defesa, a Política Externa, a polícia e as prisões. O novo Executivo, chefiado por David Trimble, líder do Partido Unionista do Ulster (UUP), é composto por cinco representantes protestantes - três do UUP e dois do Partido Democrático do Ulster (DUP) - e cinco católicos - três do Partido Social-Democrata e Trabalhista (SDLP) e dois do Sinn Féin.

    2000

    A 6 de Fevereiro, explode uma bomba num hotel em County Fermanagh, na Irlanda do Norte. O Continuity IRA reivindica o ataque. Passados dois dias, o Governo britânico prepara os alicerces para restaurar a lei directa sobre a Irlanda do Norte. A 11 de Fevereiro, o ministro britânico para a Irlanda do Norte, Peter Mandelson, suspende o Executivo da província. A 16 de Fevereiro, o Sinn Féin e o Partido Unionista encontram-se, separadamente, com Tony Blair e Bertie Ahern, mas não se registam avanços no processo de paz.