“A Linha de Sombra”, de Joseph Conrad
A “linha de sombra” é tortuosa. Estica-se na busca de uma resistência e os avanços acontecem sempre sob sentimentos paradoxais. Há momentos de desalento, decepção, angústia. Há momentos de coragem, de ânimo, de feliz insensatez. “Quer dizer, momentos em que o jovem tende ainda, por força da sua natureza, a praticar actos irreflectidos, como casar de um instante para outro ou abandonar descuidadamente um lugar que ocupava sem ter motivo algum para o fazer.”
 
 

Uma gota de água no mar
Fechemos o "portãozinho da infância" e entremos no "jardim encantado". Esse lugar de onde emergem a luz e a sombra, sob os mantos do deslumbramento e da angústia. Essa "linha" ténue que surge na viragem da juventude veemente e espontânea para a maturidade, mais resistente e magnetizante. Há alguém que nos convida a sentir um dos momentos que preenchem esse lugar. Alguém que diz: "Quando meditamos na significação do nosso próprio passado temos a impressão de que ele enche o mundo inteiro em profundidade e em grandeza". Entremos, pois.

Este Livro Deu Um Filme
O romance "A Linha de Sombra" foi transposto para o grande ecrã em 1976, pelo realizador polaco Andrzej Wajda. No mesmo ano, ganhou o prémio especial do júri no Festival de Cinema da Polónia. No seu site oficial (www.wajda.pl), o realizador explica a dificuldade que teve em adaptar o livro ao cinema. "Quando penso em adaptação, lembro-me do que Hamlet disse à mãe: 'Tenho de ser cruel, para poder ser gentil'. Não fui cruel o suficiente para 'A Linha de Sombra'. Fui à procura do espírito e da natureza efémera das palavras. Por isso, criei um filme desarticulado, ilusório e não-comunicativo."

 


Berdichev onde nasceu
o Joseph Conrad


Joseph Conrad em 1863


Desenho de Joseph Conrad


Carta de Joseph Conrad