Siddhartha
Hermann Hesse



 

Badanas

Este “poema indiano” (a definição é do próprio Hesse) é a história de uma procura. O elemento mais importante não é o ponto de chegada, mas o percurso realizado para o alcançar. Siddharta, filho de um sacerdote brâmane, é um rapaz insatisfeito com os mestres religiosos a quem a sua educação é confiada. Abandona a casa paterna e lança-se ao caminho em busca do sentido da vida. Através de várias passagens e experiências, numa Índia deliberadamente despida de conotações exóticas e pitorescas, realiza uma viagem em busca do “todo” que simultaneamente compreende e supera a individualidade. No decorrer da sua peregrinação, Siddharta encontra várias personagens e saboreia múltiplos aspectos da vida (do ascetismo à paixão, do jogo ao comércio), até ao momento em que consegue chegar à reveladora iluminação final. O romance, rico em metáforas e imagens, é fundamentalmente a história de um crescimento interior e de uma união com o absoluto, que só é possível percorrendo uma via árdua, repleta de provações e obstáculos.
“Siddharta” é a obra mais conhecida de Hesse, na qual é possível encontrar problemas e dúvidas existenciais não só do próprio autor como também do homem moderno. O romance continua a fascinar o público jovem, que nele encontra temas próximos dos seus interesses, como a procura de um equilíbrio e a recusa de uma sociedade cada vez mais ameaçada pela tecnologia e pelo consumismo.