Badanas
Este “poema indiano”
(a definição é do próprio Hesse)
é a história de uma procura. O elemento mais
importante não é o ponto de chegada, mas o percurso
realizado para o alcançar. Siddharta, filho de um sacerdote
brâmane, é um rapaz insatisfeito com os mestres
religiosos a quem a sua educação é confiada.
Abandona a casa paterna e lança-se ao caminho em busca
do sentido da vida. Através de várias passagens
e experiências, numa Índia deliberadamente despida
de conotações exóticas e pitorescas,
realiza uma viagem em busca do “todo” que simultaneamente
compreende e supera a individualidade. No decorrer da sua
peregrinação, Siddharta encontra várias
personagens e saboreia múltiplos aspectos da vida (do
ascetismo à paixão, do jogo ao comércio),
até ao momento em que consegue chegar à reveladora
iluminação final. O romance, rico em metáforas
e imagens, é fundamentalmente a história de
um crescimento interior e de uma união com o absoluto,
que só é possível percorrendo uma via
árdua, repleta de provações e obstáculos.
“Siddharta” é a obra mais conhecida de
Hesse, na qual é possível encontrar problemas
e dúvidas existenciais não só do próprio
autor como também do homem moderno. O romance continua
a fascinar o público jovem, que nele encontra temas
próximos dos seus interesses, como a procura de um
equilíbrio e a recusa de uma sociedade cada vez mais
ameaçada pela tecnologia e pelo consumismo.
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