Se Copenhaga fosse Woodstock Al Gore seria os “The Who”, ironizava hoje o diário britânico "Times" na sua edição online. No dia em que no centro de congressos de Copenhaga, onde decorre a cimeira, as temperaturas subiram dentro – pela ira dos países africanos contra o rumo das negociações – e fora – pela ira dos jornalistas que esperaram horas ao frio para entrar no edifício, o ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês não teve dúvidas em considerar que foi a chegada de Gore à capital dinamarquesa que fez com que ali se sentisse um verdadeiro efeito de aquecimento global.
“Podemos sentir o aquecimento global aqui”, disse o ministro Jonas Gahr Stoer, ironizando, pelo calor provocado pela multidão que se juntou na conferência a que Al Gore assistiu hoje, na chegada a Copenhaga e onde investigadores dinamarqueses e noruegueses apresentaram resultados novos sobre a subida do nível dos oceanos, que, segundo novos modelos ali apresentados pela primeira vez, serão maiores do que aquelas avançadas até hoje.
Na bagagem Gore também trazia dados novos. Segundo resultados assinados por Wieslaw Maslowski, investigador US Naval Postgraduate School, da California, os verões futuros colocam em risco a plataforma polar ártica, colocando em risco a Gronelândia, com efeitos na subida do nível do mar E isso será visível não daqui a décadas, mas daqui a cinco a sete anos, disse o Nobel da Paz e vencedor do Óscar com o documentário “Uma verdade inconveniente”.
"São números recentes”, disse Gore na apresentação. “Estas são as alterações que, com 75 por cento de hipóteses, podem ocorrer. A plataforma polar ártica pode ficar sem gelo em cinco a sete anos”.
Para Per Stig Moeller, ministro dinamarquês dos Negócios Estrangeiros, só há uma mensagem a reter: “O tempo de uma acção colectiva é agora”.
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