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Kit solar em vez de 20 quilómetros a pé em busca de água

Lurdes Ferreira, 14 de Dezembro de 2009

Sun Aid evitará as longas deslocações para encontrar recursos básicos
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Jornalistas acompanham o discurso do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esta manhã na conferência de Copenhaga. Os líderes mundiais tentam romper o impasse, a escassas horas do encerramento do encontro. Foto: Ints Kalnins/Reuters

Vários países já disseram o que estão dispostos a fazer para combater as alterações climáticas
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Chamam-se Sun Aid e Kakuma, são dois projectos inovadores de responsabilidade social nascidos em Portugal, nos últimos meses, e apoiados pelas fundações Calouste Gulbenkian e EDP.

Diferentes, têm um mesmo objectivo, que é lutar contra a pobreza e os efeitos da mudança climática, e a mesma energia solar como solução.

Nas próximas semanas, inicia-se o teste às suas ideias de desenvolvimento sustentável. Se funcionarem, mudarão a vida das mulheres e crianças que andam diariamente 40 quilómetros para ir buscar lenha ou 20 para chegar à água e que se sujeitam a violações e raptos pelo caminho.

De momento, em ambos os lados é tempo de formação da rede de parceiros, desde os fabricantes de equipamentos às organizações não governamentais (ONG) no terreno e aos chefes das comunidades locais.

Com o apoio da Fundação Gulben-kian, e mais recentemente da Fundação dos Emirados Árabes Unidos, o Sun Aid pretende instalar um kit solar por família que cozinhe a lenha - o que acontece a dois mil milhões de seres humanos. Cada kit, no valor de 500 dólares, é composto por um forno solar, um pasteurizador/dessalinizador solar para água e um painel fotovoltaico.

Os responsáveis do Sun Aid defendem que vai ser - e terá de ser para sobreviver - gerador de negócio para as comunidades abrangidas, dando condições para quebrar o seu ciclo de pobreza, e para as empresas que se associem ao projecto com produtos adequados a este mercado. Por isso, o kit será vendido em vez de doado, com base num modelo que poderá variar consoante as regiões: compra através de microcrédito, aluguer ou permuta por bens e serviços locais.

O Sun Aid viveu até agora da colaboração pro bono de várias instituições e personalidades como o Barefoot College, de ajuda humanitária com sede na Índia, a brasileira IDEAAS, vocacionada para o apoio ao desenvolvimento, o instituto francês Insead, o Serviço Jesuíta aos Refugiados e a consultora internacional de inovação Strategos, entre outros. Mas, em fase de passagem para o terreno, o Sun Aid está a "profissionalizar-se". O ex-presidente da Brandia, João Perre Viana, que tem sido um dos voluntários, acaba de aceitar o cargo de presidente executivo.

O primeiro passo visível do Sun Aid, para cuja visão tem contribuído o conselho consultivo formado pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio, a presidente do grupo SAG, Esmeralda Dourado, o advogado Pedro Rebelo de Sousa, e um conjunto de personalidades e ONG nacionais e internacionais, começa esta semana com o "plano dos 100 dias" destinado à identificação, selecção e preparação do arranque dos três projectos-piloto com 150 a 250 famílias pobres rurais e urbanas no Brasil, Angola e Índia.

Fase-piloto em Kakuma

A Fundação EDP, que conquistou a parceria do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, liderado por António Guterres, e a atenção da fundação do ex-presidente Clinton, quer levar a energia solar aos refugiados. Em Fevereiro, começa a instalar os sistemas solares fotovoltaicos para iluminar o campo de Kakuma, no Quénia, onde vivem mais de 50 mil pessoas.

O projecto Kakuma, que o ex-primeiro-ministro socialista já considerou "inovador em termos de abastecimento de energia e sustentabilidade ambiental", pretende fornecer energia solar fotovoltaica e eólica à população do campo, dentro de um ano, com prioridade para as escolas e hospitais. Quando estiver concluído, em Outubro de 2010, em Kakuma estarão a funcionar painéis fotovoltaicos, aerogeradores, lâmpadas eficientes, bombas e purificadores de água e geradores diesel mais eficientes. Está ainda prevista a reflorestação de 10 hectares e a plantação de produtos hortícolas e frutícolas.

O orçamento é de 1,3 milhões de euros, sendo fomentada a aquisição de bens e serviços locais "sempre que possível". O objectivo da EDP é que o projecto seja replicado nos 152 campos de refugiados geridos pela ONU, com 42 milhões de pessoas em 116 países.




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