A polícia dinamarquesa libertou já quase todas as 968 pessoas detidas ontem em diferentes operações policiais em Copenhaga, onde milhares marcharam pelo clima. Hoje, 48 ministros vão começar a negociar.
Estas detenções “preventivas” – depois dos incidentes violentos com um pequeno grupo de manifestantes – foram concretizadas para “garantir que a grande manifestação, legalmente anunciada, não fosse perturbada por aqueles que queriam causar problemas”, explicou Henrik Jakobsen, porta-voz da polícia. A manifestação quis pedir aos negociadores políticos que aceitem um acordo ambicioso para combater as alterações climáticas.
As últimas pessoas detidas foram libertadas cerca das 02h30.
De momento apenas 13 indivíduos continuam em detenção no centro especial de Retortvej em Valby, criado pela polícia por ocasião da conferência climática das Nações Unidas (de 7 a 18 de Dezembro).
Três deles, dois dinamarqueses e um francês, deverão apresentar-se hoje em tribunal por violências contra os polícias que estavam no exercício das suas funções.
Durante o dia de manifestações pacíficas, um grupo arremessou garrafas, partiu janelas e incendiou quatro automóveis. Um polícia ficou ferido por uma pedrada e um sueco ficou ferido.
"Ninguém precisa de utilizar este tipo de violência para ser ouvido", disse Connie Hedegaard, ministra do Ambiente dinamarquesa que preside à conferência climática. A ministra condenou os incidentes depois de ter saudado a marcha principal numa vigília na rua em frente ao edifício Bella Center, onde decorrem as negociações.
Um grupo de activistas acusou ontem a polícia de abusos, depois de ter detido 400 pessoas e as ter obrigado a ficar sentadas na rua durante horas, em temperaturas extremamente baixas, com as mãos presas atrás das costas.
Delegados falam de alguns progressosDentro das paredes do Bella Center, os delegados falam de progressos em algumas frentes. Mas as decisões mais difíceis sobre a redução de emissões ou sobre o financiamento aos pobres deverão ser deixadas para os dias finais da conferência.
"Fizemos progressos consideráveis durante a primeira semana" da conferência, disse Hedegaard, salientando textos sobre formas de transferir tecnologias limpas (como a eólica e a solar) para os países mais pobres e sobre a promoção do uso das florestas como sumidouros de carbono.
Mas os delegados afirmam existir profundas divergências quanto ao financiamento e partilha do fardo de redução de emissões.
A ministra indicou que hoje vai organizar as negociações com 48 ministros do Ambiente. "Temos uma tarefa muito exigente nos próximos dias", acrescentou.
Yvo de Boer, secretário climático da ONU, espera mais acção da parte de todos. "A China está a pedir para os Estados Unidos fazerem mais. Os Estados Unidos estão a pedir à China para fazer mais. Espero que nos próximos dias todos exijam a todos mais acção".
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