Os Estados-membros da União Europeia deverão anunciar hoje a sua intenção de ajudar os países mais pobres e que mais sofrem as consequências das alterações climáticas. A ajuda irá traduzir-se na atribuição de cerca de dois mil milhões de euros ao longo de três anos, o que dá um total de seis mil milhões de euros no total, declarou o primeiro-ministro britânico Gordon Brown.
“Penso que hoje iremos anunciar uma ajuda superior a dois mil milhões” [de euros por ano], indicou Brown, citado pela AFP, no último dia de uma cimeira de dirigentes europeus consagrada ao tema, em Bruxelas.
O acordo entre os Estados-membros só foi alcançado esta madrugada, depois de muitas horas de debate e negociações. A presidência sueca da UE trabalhou em conjunto com as diversas delegações nacionais numa tentativa de desbloquear um acordo que se comprometesse com o chamado "fast-start money", que irá servir para travar a subida do nível das águas, a deflorestação, a desertificação e outros problemas associados ao aquecimento global.
Essa ajuda, que constitui um dos principias motores das negociações internacionais em curso em Copenhaga, deverá permitir aos países em desenvolvimento porem em marcha economias menos poluentes e conseguirem minimizar os efeitos do aquecimento global que já se fazem sentir.
As ajudas distribuir-se-ão pelos anos de 2010, 2011 e 2012.
No seio da UE, as maiores doações vieram do Reino Unido (884 milhões de euros) e da Suécia (765 milhões de euros). A França deverá contribuir com 420 milhões.
O cheque europeu deverá entrar numa espécie de “pote mundial” no qual as nações mais ricas deverão depositar dinheiro para entregar às nações mais pobres e que mais sofrem com o aquecimento global.
O total desse pote deverá ascender a 10 mil milhões de dólares por ano durante três anos. A contribuição europeia corresponderá a cerca de 30 por cento desse total.
Resta saber quais serão as propostas apresentadas pelos Estados Unidos, Japão e Austrália. Os dirigentes europeus indicaram hoje estar confiantes que a meta de dez mil milhões por ano será atingida.
A partir de 2013 espera-se que as ajudas continuem, através de parcerias publico-privadas. Gordon Brown sublinhou que um acordo em Copenhaga, na próxima semana, deverá igualmente apresentar um acordo “de médio e longo prazo” para o financiamento aos países mais pobres passada a barreira de 2012.
“O acordo mundial em Copenhaga deverá ser ambicioso, completo e juridicamente vinculativo num prazo de seis meses”, sublinhou ainda o chefe do governo britânico, repetindo a posição oficial da UE.
Notícia actualizada às 11h00
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