A Agência de Protecção Ambiental norte-americana (EPA) declarou hoje que os gases com efeito de estufa constituem uma ameaça para a saúde pública – uma iniciativa que lhe permite impor metas para a redução das emissões poluentes sem precisar da aprovação do Congresso.
A decisão era esperada desde Abril, altura em que a agência colocou em consulta pública os resultados de estudos que concluíam que o dióxido de carbono e cinco outros gases com efeito de estufa representavam um risco para a saúde. A consulta terminou em Junho, mas só agora a EPA anunciou a decisão – num timing claramente estudado para injectar optimismo na conferência de Copenhaga.
O Presidente norte-americano vai estar na cimeira na próxima semana e temia-se que chegasse de mãos vazias, face à incapacidade do Congresso em aprovar metas definitivas para redução das emissões poluentes.
“Esta administração não vai continuar a ignorar a ciência ou a lei por mais tempo” disse a directora Lisa Jackson, sublinhando que a EPA está agora “autorizada a fazer esforços razoáveis para reduzir as emissões poluentes” – tal como consta de uma decisão tomada pelo Supremo em 2007.
Para Joe Mendelson, perito em alterações climáticas da National Wildlife Federation, “a iniciativa da EPA reforça a mão de Obama na cimeira de Copenhaga”, onde irá propor uma redução de 17 por cento das emissões poluentes até 2020, por comparação com os níveis de 2005.
Mas os lobbies industriais alegam que a redução das emissões pode prejudicar a economia americana, pondo em causa a recuperação do emprego. Este é um argumento que continua a fazer caminho no Senado que, ao contrário da Câmara dos Representantes, ainda não aprovou uma proposta para a imposição de metas ambientais.
Fontes da Administração garantem que Obama vai continuar a pressionar o Congresso para que aprove nova legislação, até porque isso seria sinal de que políticos e empresários teriam conseguido chegar a um consenso e que o aquecimento global não é apenas uma luta da Administração.
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