• 23 de Abr de 2024
  • 10º - 13º Lisboa
Público Online Público Online copenhaga homepage

Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

Estudo revela que níveis de dióxido de carbono são os mais altos nos últimos 2,1 milhões de anos

Lusa, 19 de Junho de 2009

A investigação adianta novos dados sobre o papel dos níveis de CO2 nos ciclos de arrefecimento e aquecimento da Terra
Envie a um amigo Imprimir Diminuir tamanho do texto Aumentar tamanho do texto
Bookmark and Share
Jornalistas acompanham o discurso do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esta manhã na conferência de Copenhaga. Os líderes mundiais tentam romper o impasse, a escassas horas do encerramento do encontro. Foto: Ints Kalnins/Reuters

Vários países já disseram o que estão dispostos a fazer para combater as alterações climáticas
Publicidade textual

 

Os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera são os mais elevados dos últimos 2,1 milhões de anos, segundo um estudo hoje divulgado pela revista "Science".

A investigação, realizada por cientistas do Observatório Terrestre Lamont-Doherty, da Universidade de Columbia (Nova Iorque), adianta novos dados sobre o papel dos níveis de CO2 nos ciclos de arrefecimento e aquecimento da Terra.

Os cientistas rejeitam a teoria de que uma queda do CO2 tenha sido responsável por glaciações mais longas e intensas há cerca de 850 mil anos, mas confirmam a suspeita de que a sua subida coincida com intervalos mais quentes durante o período estudado.

Os autores mostram que os níveis mais altos de CO2 nos últimos 2,1 milhões de anos foram em média de apenas 280 partes por milhão e são agora de 385 partes por milhão, ou seja 38 por cento acima. A descoberta implica que os investigadores terão de recuar mais no tempo para encontrar analogias com as alterações climáticas actuais.

No estudo, a geoquímica Bärbel Hönisch e colegas reconstruíram os níveis de CO2 através da análise de conchas de plâncton unicelular enterrado no oceano Atlântico ao largo das costas africanas. Ao datarem as conchas e medirem nelas a percentagem de isótopos de boro, conseguiram estimar quanto CO2 estaria na atmosfera quando o plâncton estava vivo.

Este método permitiu-lhes recuar mais do que os registos preservados em núcleos de gelo polar, que datam apenas de há 800 mil anos.

O planeta passou por glaciações cíclicas durante milhões de anos, mas há cerca de 850 mil anos os ciclos glaciares tornaram-se mais longos e intensos, o que foi atribuído por alguns cientistas a uma queda de níveis de CO2.

No entanto, o estudo constatou que o CO2 se manteve estável durante essa transição, não tendo por isso sido a causa da alteração.

"Investigações anteriores indicaram que o CO2 não mudou muito nos últimos 20 milhões de anos, mas a resolução não era suficientemente elevada para ser definitiva", escreve a principal autora do estudo. "Este estudo diz-nos que o CO2 não foi a principal causa, embora os nossos dados continuem a sugerir uma ligação íntima entre os gases com efeito de estufa e o clima global"

Julga-se que o calendário das glaciações seja predominantemente controlado pela órbita e a inclinação da Terra, que determina quanta luz solar incide em cada hemisfério, mas essa não será essa a única explicação.

A ideia de determinar os níveis antigos de dióxido de carbono através do boro, um elemento libertado pelas erupções vulcânicas, foi lançada pela primeira vez por um dos autores deste estudo, Gary Hemming, investigador do Instituto Lamont-Doherty e do Queens College (Londres).




Limite de 1200 caracteres

Anónimo

Botão enviar comentário
Os comentários deste site são publicados sem edição prévia, pelo que pedimos que respeite os nossos Critérios de Publicação. O seu IP não será divulgado, mas ficará registado na nossa base de dados. Quaisquer comentários inadequados deverão ser reportados utilizando o botão “Denunciar este comentário” próximo da cada um. Por favor, não submeta o seu comentário mais de uma vez.

 

MAIS NOTÍCIAS