poema anterior Poema Anterior    Poema Seguinte poema seguinte

esquina-de-cima.gif (265 bytes)
logo-poema-texto-vertical.gif (1150 bytes) BOCA TEMPORÃ

BOCA TEMPORÃ

A boca temporã, nessa risada
matinal, descuidosa, a linda boca
fresca de céu, perdidamente louca
pelo desejo apenas esmagada...

Nela respira ingénua madrugada,
a carne azul dos campos mal dormidos,
rios, aguadas, vila despertada
pelos ventos do alto, comovidos...

Nessa boca que aos poucos madurando
se oferece na árvore travessa,
vejo dormir as frutas assustadas,

as frutas sumarentas despontando.
Agasalhar no colo essa cabeça,
depois sair sonhando nas estradas.

in "Antologia Poética de Alphonsus Guimarães Filho"
Ed. do Autor
2ª ed., Brasília, 1963
188 páginas.

esquina-de-baixo.gif (264 bytes)

poema anterior Poema Anterior    Poema Seguinte poema seguinte