poema anterior Poema Anterior    Poema Seguinte poema seguinte

esquina-de-cima.gif (265 bytes)
logo-poema-texto-vertical.gif (1150 bytes) CÍRCULO DE GIZ

CÍRCULO DE GIZ

Por algumas mulheres transitei.
Mas em nenhuma, juro, me detive.
Filha de Catanduva, de Ninive,
atendesse por Ângela ou Maria,
Como não as amava, consolei
em versiprosa que nada dizia.

Mas a você que, eu afinal, amei,
me reflori e me tornei converso,
a você que eu amei e multiamei,
sonhei dar muito mais que amor em verso.

Duas vezes apenas me flori
Na estação do amor. Círculo de giz
maravilhado, então, eu aprendi
que o verso é inútil quando se é feliz
e o poema só deflagra seus sinais
quando um dos dois murmura "Não dá mais".

Adaga ardente que me crava o dia,
penetra o sono, fere o coração,
compreende agora, meu amor, porque
Tremia tanto que, por minha mão,
florisse em verso triste a dor tardia
eterna e inútil dessa confissão.

HOMERO HOMEM
in "O Livro de Záira Kemper e poesia Reunida"
Livraria José Olympio Ed., 1972
201 páginas

esquina-de-baixo.gif (264 bytes)

poema anterior Poema Anterior    Poema Seguinte poema seguinte