Direitos Humanos
Segunda-feira, 14 de Janeiro
de 2002
Em Abril do ano 2001, a comissão dos
Direitos do Homem das Nações Unidas elaborou
um relatório onde dava conta situação
dramática dos Direitos Humanos na Colômbia. Eis
uma pequena síntese dos pontos expostos nesse documento:
Governo e forças colombianas
Relatório apoia iniciativa de paz promovida pelo
Presidente Pastrama e nota progressos obtidos nas negociações
com as FARC
e com o ELN.
Enaltece os esforços por fazer do processo de paz uma
política de Estado. Enaltece ainda a decisão
das partes de envolver mais directamente a comunidade internacional
nas negociações e Encoraja a continuação
dos esforços de associar activamente a sociedade civil
no processo de paz.
Demonstra preocupação com ausência
de cessar-fogo permanente e pelas violações
graves e persistentes do direito internacional humanitário,
em particular pela parte dos paramilitares e dos guerrilheiros,
emperrando o processo de paz. A todas as partes é feito
um apelo para que respeitem o direito internacional humanitário
e, em particular, protejam a população civil.
Convida as partes a assumirem prioritariamente
um compromisso de respeito dos direitos do homem e da aplicação
do direito internacional humanitário, considerado essencial
para que se alcance um acordo que ofereça uma paz duradoura.
Este compromisso deverá contemplar mecanismos independentes
de verificação do cumprimento das normas humanitárias
e determinar o modo com as vítimas de violações
dos direitos humanos podem ser reconhecidas. Notou que o Governo
colombiano se mostrou disponível para estudar e negociar
esta proposta.
A comissão deplorou a persistência
das violações maciças e sistemáticas
dos direitos humanos, em particular por parte dos grupos paramilitares
e dos guerrilheiros.
Destaca e condena todos os ataques de que são alvos
o pessoal e serviços médicos que trabalham na
região.
Comissão lamenta a persistente impunidade de que gozam
os criminosos na Colômbia, em particular quando estão
em causa violações dos direitos humanos.
Condena ainda as presumíveis ligações
entre o Exército e os grupos paramilitares, considerado
um obstáculo fundamental ao respeito dos direitos humanos
neste país.
Louva algumas iniciativas do actual Governo em matéria
de promoção do respeito dos direitos humanos
e insta-o a aplicar essas iniciativas, de modo a permitir
ultrapassar o actual problema de impunidade.
Salienta que Governo se declarou disposto a ratificar estatuto
do TPI.
Nota que as Forças Armadas fizeram um esforço
no sentido de um maior respeito dos direitos humanos, embora
assinale que continua a haver informações que
dão conta de violações graves dos direitos
do homem por parte do Exército e das forças
de segurança.
Guerrilheiros
Condena firmemente todos os actos de terrorismo e todas as
violações dos direitos humanos por parte dos
grupos de guerrilheiros. Destaca particularmente os assassínios
e os ataques a civis. É condenada a prática
sistemática de sequestros, particularmente odiosa quando
visam crianças.
O recrutamento de crianças por parte dos guerrilheiros
também preocupa a comissão, assim com o uso
a minas antipessoais e outros explosivos não convencionais
pelos grupos de guerrilheiros.
Condena a destruição das linhas eléctricas
reivindicadas pelo ELN.
O assassínio de civis, mesmo na zona desmilitarizada,
criada para servir de terreno neutro às negociações
de paz.
Pede aos guerrilheiros que se empenham de forma séria
e concreta nas negociações com o Governo colombiano.
Insta igualmente os guerrilheiros a chegar a um acordo global
sobre o respeito dos direitos do homem e do direito humanitário,
abrindo deste modo a via a um cessar-fogo completo, primeiro
passo para um acordo de paz.
Paramilitares
Comissão mostra-se muito preocupada com as violações
graves dos direitos do homem, nomeadamente assassínios
e massacres cometidos pelos paramilitares.
Reitera preocupação com as informações
que relatam ligações estreitas entre as forças
governamentais e os paramilitares, caucionando actos criminosos
como o assassínio de civis.
Governo colombiano instado a reprimir e a adoptar medidas
mais eficazes contra as redes económicas que sustentam
os paramilitares.
Governo exortado a reforçar medidas políticas,
administrativas e judiciais visando os órgãos
oficiais, membros das Forças Armadas e indivíduos
suspeitos de apoiar os grupos paramilitares.
Comissão aplaude plano do Governo do início
do ano 2001 sobre combate aos grupos paramilitares. Mas avisa
que são necessárias medidas concretas.
Deplora o aumento espectacular das agressões contra
os defensores dos direitos humanos, sindicalistas, pessoal
da ordem judicial, jornalistas, universitários, estudantes,
professores e outros grupos que exercem o direito à
liberdade de expressão, pondo em perigo as vias de
participação democrática.
Condena prática de ameaças, agressões
e assassínios de candidatos políticos por parte
de guerrilheiros e paramilitares e insta todas as partes ao
respeito das pessoas que estão somente a exercer os
seus direitos políticos.
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