ELN
Segunda-feira, 14 de
Janeiro de 2002
O Exército de Libertação
Nacional (ELN), o segundo maior grupo rebelde da Colômbia
(a seguir às FARC), foi fundado em 1965 por Fabio Vasquez
Castano, inspirado pela experiência bem sucedida da
revolução cubana.
Numa sociedade como a colombiana onde as desigualdades sociais
se fazem sentir de forma gritante, este movimento atraiu desde
o seu início vários padres católicos,
inspirados pela Teologia da Libertação. Em 1966,
a morte em combate de um destes religiosos, o padre guerrilheiro
Camilo Torres, adquire um elevado valor simbólico.
Uma parte significativa dos rendimentos do ELN advêm
do "imposto de guerra", a que sujeita as companhias
petrolíferas, e dos sequestros a troco de resgate,
"descobertos" no início dos anos 70.
O ELN é responsável pela maioria dos sequestros
na Colômbia . Só no ano passado, contabilizaram-se
mais de 800 raptos da responsabilidade deste grupo.
Contrariamente às FARC, o ELN não se dedica
ao negócio da droga, ao qual o líder histórico
Manuel Perez, um padre espanhol que chefiou o movimento durante
cerca duas décadas (até 1998) sempre se opôs.
Não detendo uma máquina militar que se compare
à das FARC e não tendo hipótese no confronto
directo com as forças do Governo, o ELN dedica-se principalmente
à sabotagem de infra-estruturas, nomeadamente da indústria
petrolífera e da rede eléctrica.
O ELN teve o seu apogeu durante a segunda metade da década
de 90, altura em que contou com cerca de cinco mil guerrilheiros.
Hoje, tem nas suas fileiras perto de 3500 homens, que dividem
o seu trabalho entre a actividade militar e acções
de carácter social.
O Exército de Libertação Nacional, hoje
liderado por Nicolas Rodriguez Bautista (Gabino), tem sido
afectado pela acção dos paramilitares de extrema-direita
que surgiram nos anos 80, a soldo de grandes proprietários
e narcotraficantes (e frequentemente com a conivência
do Governo).
Negligenciado nos últimos três anos pelo poder
de Bogotá, que apostou nas FARC como principal interlocutor,
o Presidente Pastrana tenta agora negociar a paz com o ELN.
As negociações estão marcadas para o
final de Janeiro e deverão realizar-se em Cuba.


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