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EVASÃO FISCAL
Baixo risco, penas leves
FÓRUM

Problemas
· A evasão fiscal em Portugal bate de longe a europeia. Só paga quem não pode fugir -- trabalhadores e consumidores -- ou tem consciência moral para saber que, se não pagar, isso sobrecarrega quem paga.

·Silva Lopes, ex-presidente da Comissão para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal cujo relatório serviu de base às recentes alterações fiscais, sustenta que, em Portugal, o risco de ser apanhado é baixo e, a sê-lo, a pena é leve.


Propostas
·A comunicação social poderia contribuir para uma mudança de cultura do cidadão, mas o Governo também não devia esperar. Primeiro, transferindo com mais frequência o ónus da prova para os contribuintes - "o excesso de garantias a favor de potenciais delinquentes é bom para eles". Depois, facilitando o acesso da administração fiscal às informações bancárias, que "está longe de ser suficiente".

·Alterar a legislação e as práticas legislativas na tributação das sociedades, que fomentam o seu uso para evadir-se, e controlar as saídas de capitais para "paraísos fiscais", cuja existência está apenas na mão dos oito países mais industrializados.

·Criação de um dia do pagante

· Fomentar a cultura social dos contribuintes, única forma de obrigar o cidadão a exigir melhor gestão dos dinheiros públicos.



Evasão fiscal é um roubo aos contribuintes
Sábado, 15 de Setembro de 2001

Pela sua própria natureza, a evasão fiscal não se pode medir. É, todavia, praticamente certo que Portugal é um dos países da União Europeia em que ela é mais elevada. Além disso, apesar de a proporção das receitas fiscais em relação ao PIB ter aumentado satisfatoriamente até ao ano passado, há razões para crer que, em certas categorias de rendimentos, a fuga aos impostos tem vindo a subir.


Palavra de cidadão
Sábado, 15 de Setembro de 2001

Como é que se pode sentir um português "pagante", tal como eu e tantos, num país onde a evasão fiscal é prática corrente e a expressão "o Estado é ladrão" passou a escudo moral para quem, largando o seu Porsche na cara dos funcionários das finanças (também pagantes) e à vista desarmada, deixa uma ninharia de impostos tipo "toma lá"?

 

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