"Austin
Powers: Espião Irresistível" de Jay Roach
Vasco T. Menezes
O espião mais libidinoso de todos
regressa em mais uma deliciosa paródia aos filmes de
espionagem
Depois de ter sido congelado criogenicamente
na década de 60 e regressado ao activo 30 anos mais tarde,
para combater e (derrotar) pela enésima vez o arqui-inimigo
Dr. Evil, Austin Powers (Mike Myers) pode finalmente descansar.
Ou talvez não: em plena lua-de-mel, descobre que a mulher
(e companheira de aventuras), Vanessa (Elizabeth Hurley), é na
verdade uma “robômulher” programada para o destruir.
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Operação
pilhagem,
parte II
Vasco T. Menezes
Guarda-roupa espampanante, dentes podres e muitos pêlos
no peito: Austin Powers, o espião mais “cool” dos anos
60, está de regresso. Naturalmente, diga-se, pois o estrondoso
sucesso comercial de “Austin Powers, o Agente Misterioso” tornara
quase inevitável uma sequela. Por isso, o realizador,
Jay Roach, e a estrela, Mike Myers, voltaram a reunir-se para
um segundo filme. E o raciocínio parece ter sido o de
não mexer muito numa fórmula vencedora.
Ou seja, “Austin Powers: O Espião Irresistível” (99)
parece apostar numa espécie de lógica do oposto:
se antes havia um foguetão que ia à Lua e explodia,
agora é um “laser” que vem da lua para baixo; se Austin
e o arqui-inimigo Dr. Evil (ambos interpretados por Myers) vinham
do passado para o futuro, agora partem do presente para o passado;
se Vanessa era o protótipo da inglesa empertigada, Felicity é a
americana estouvada, quase a alma gémea de Austin, ou
a sua versão feminina; e se este tinha na vitalidade sexual
a imagem de marca, perde agora a libido e tem de a encontrar
outra vez.
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