"Austin
Powers: Espião Irresistível" de Jay Roach
Vasco T. Menezes
O espião mais libidinoso de todos
regressa em mais uma deliciosa paródia aos filmes de
espionagem
Depois de ter sido congelado criogenicamente
na década de 60 e regressado ao activo 30 anos mais tarde,
para combater e (derrotar) pela enésima vez o arqui-inimigo
Dr. Evil, Austin Powers (Mike Myers) pode finalmente descansar.
Ou talvez não: em plena lua-de-mel, descobre que a mulher
(e companheira de aventuras), Vanessa (Elizabeth Hurley), é na
verdade uma “robômulher” programada para o destruir.
A ameaça mecânica é prontamente
destruída, mas os problemas estão longe de terminar. É que
Dr. Evil (mais uma vez, Myers) está de volta, com um novo
plano para se ver livre de Austin: viaja no tempo até 1969,
para se apoderar do bem mais valioso do superagente secreto,
o “Mojo”, a chave de todo o sucesso do “swinger” da libido (pelo
menos até agora) insaciável.
Para recuperar a sua “pujança”, Austin
visita também o passado. Aí vai encontrar um novo “love
interest”, a espia americana Felicity Shagwell (Heather Graham),
parceira ideal para, como sempre, frustrar os planos do megalomaníaco
Dr. Evil, que, do seu covil no interior de um vulcão oco,
sonha uma vez mais com o domínio do planeta...
O maior, mais “cool” e libidinoso agente secreto
(que é também um grafo “playboy”) está de
regresso à série Y. Depois de Austin Powers: Agente
Misterioso” (1997), a colecção de DVD do PÚBLICO
apresenta agora a continuação das aventuras do
excitável espião dos dentes podres e pêlos
no peito, “Austin Powers: O Espião Irresistível” (1999).
E se o primeiro filme fora um sucesso inesperado,
o segundo — que reúne os dois principais responsáveis
pelo êxito anterior, a estrela e co-argumentista, Mike
Myers, e o realizador, Jay Roach – foi ainda mais arrasador,
batendo todos os recordes de estreia de uma sequela (as receitas
finais chegariam mesmo a ultrapassar os 200 milhões de
dólares) e cometendo a proeza de destronar finalmente
o “acontecimento” cinematográfico do Verão de há quatro
anos, “Star Wars: A Ameaça Fantasma”.
O que não deixa de ser curioso, pois
a saga intergaláctica de George Lucas é apenas
uma das muitas “vítimas” da estratégia voraz de
saque cinéfilo levada a cabo por este divertido “pastiche” dos
filmes de espiões, entre “nonsense” puro e o “kitsch” berrante
e colorido. E se tudo se assemelha a um gigantesco “sketch” televisivo é porque
no centro está mais um festival do canadiano Mike Myers,
cujo génio cómico se revelou primeiro na TV, em
Saturday Night Live, viveiro para alguns dos maiores comediantes
norte-americanos dos últimos 25 anos.
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