Terra Sonâmbula Muidinga, o miúdo, e Tuahir,
o velho, seguem estrada fora, em busca “de um outro
continente dentro de África”. Como todos os personagens
de “Terra Sonâmbula” (1992), andam à
deriva num Moçambique esventrado pela guerra civil,
banhado em sangue e lágrimas.
Nesta história de uma terra adormecida ao som dos morteiros,
o escritor moçambicano Mia Couto (Beira, 1955) continua
a fazer do conto (antes deste livro, publicou dois livros
de contos, “Vozes Anoitecidas”, 1986, e “Cada
Homem É Uma Raça”, 1990) o estilo e marca
pessoal de escrita. Daí que se tenha dito que “Terra
Sonâmbula” — que foi considerado um dos
12 melhores romances africanos do século XX —
é um “grande livro de contos”.
(TEXTO)
"O Moçambique
de Hoje Não Se Vê" “Eleito um dos doze melhores livros
africanos do século XX, dez anos depois "Terra
Sonâmbula" (1992) é hoje publicado na Colecção
Mil Folhas. Ao longo desta entrevista - em tom de balanço
- Mia Couto explica que escreveu "Terra Sonâmbula"
como um "processo de catarse, de afastamento dos fantasmas",
de errância, pensando que a guerra "seria para
sempre". E explica também como se pode "criar
um universo em que os meninos possam encantar os mais velhos".
Estórias de encantar, os sonhos e as memórias
de um país a (re)nascer.(TEXTO)
“Estas histórias
desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa acontecida
de verdade, mas que me foi contada como se tivesse ocorrido
na outra margem do mundo.”