""O
Homem Que Via Passar Os Comboios", de Georges Simenon
"O Homem Que Via Passar Os
Comboios",
de Georges Simenon, Amanhã nas Bancas
M.T.S.
Tiragem de 100
mil exemplares
Georges Simenon é o autor que se segue
na Colecção Mil Folhas, que vai no seu oitavo
título. Chega agora a vez do romance policial "O
Homem que Via Passar os Comboios", com a maior tiragem
desde "O Nome da Rosa", de Umberto Eco
"O Homem que via Passar os Comboios",
publicado no ano de 1938, é uma obra que se insere
no género da literatura policial, ou não fosse
Georges Simenon o criador do celebérrimo comissário
parisiense Jules Maigret. Kees Popinga é o protagonista
deste divertido e admirável romance, que permite ao
leitor realizar um trajecto pelos recantos mais sombrios da
psicologia humana.
Empregado de Julius de Coster, o proprietário
de uma empresa de abastecimento de navios, Kees Popinga leva
uma vida respeitável e tranquila, sem grandes sobressaltos
nem preocupações. Até que o seu patrão,
confrontado com a inevitabilidade da falência financeira,
decide fugir, simulando um suicídio. O sucedido opera
uma profunda transformação em Popinga, que assume
uma ruptura repentina com a sua rotina diária, profissão,
mulher e dois filhos.
Após abandonar a família e Groninga,
viaja até Paris, onde passa a viver numa marginalidade
que desde sempre tinha ambicionado. Popinga é agora
um lúcido assassino, que mata as suas vítimas
com um inesperado sangue-frio, ao mesmo tempo que desafia
as autoridades policiais ou escreve para os jornais de Paris
a rectificar e comentar as notícias que são
publicadas a seu respeito.
Aliando o "suspense" próprio
dos policiais e uma caracterização minuciosa
das personagens que aí intervêm, "O Homem
que Via Passar os Comboios" analisa e reflecte sobre
os fantasmas que povoam o inconsciente humano, mergulhando
nas profundezas da sua alma. O comportamento de Popinga contraria,
em si mesmo, qualquer princípio de causa-efeito que
seria de esperar, mantendo, porém, uma postura irónica
e distanciada perante os acontecimentos. Além de levantar
questões acerca da vida como jogo e encenação,
o livro espelha também o estilo literário de
Simenon, realista, simultaneamente vivo e misterioso, instintivo
e concreto.
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