A China rejeitou hoje veementemente, e com palavras duras, as acusações que lhe foram feitas pelo ministro britânico do Ambiente, Ed Miliband, o qual atribuiu ao regime de Pequim directas responsabilidades e a intenção de fazer falhar as negociações da mega cimeira do clima de Copenhaga, realizada sob a égide das Nações Unidas. No contra-ataque, o Governo chinês, fala em tentativas de dividir para reinar.
Sem mencionar expressamente o nome de Miliband, a porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Jiang Yu, deixou bem patente a ira de Pequim: “As declarações feitas por alguns políticos britânicos não passam de uma trama política. O objectivo é diminuir as responsabilidades que devem ser assumidas em relação aos países em desenvolvimento e provocar a discórdia entre estas nações. Esta táctica não levará a nada”, avaliou num comunicado divulgado pela agência noticiosas chinesa Xinhua.
Miliband apontara à China a responsabilidade pelo colapso das negociações de Copenhaga – que ficou muito aquém do que era tido em expectativa, fechando, já na madrugada de sábado, sem que os 192 países ali representados firmassem um compromisso claro, e menos ainda vinculativo, sobre as mudanças climáticas.
Antes, a pouco mais abriram mão do que a “a levar em conta” um acordo onde é reconhecida a necessidade de limitar as subidas de temperatura: nada de vinculativo, e nenhuma promessa vinculativa no que toca a diminuir significativamente as emissões de gases de efeito de estufa. Sem palavras meias, Miliband acusou expressamente a China de ter “vetado” a proposta que visava o corte das emissões em 50 por cento até 20250.
“Não podemos voltar a permitir que negociações sobre questões de substância real sejam sequestradas”, afirmou então o ministro britânico.
Na resposta, a China instou hoje Miliband e os demais responsáveis por aquele artigo a “corrigirem os seus erros, a cumprirem as suas obrigações com os países em desenvolvimento de forma honesta e a absterem-se de actividades que põem em risco a cooperação internacional no combate às mudanças climáticas”.
Na véspera, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Yang Jiechi, dera já uma achega, elogiando o que foi obtido em Copenhaga e avaliando-o “não como um destino mas um novo arranque”.
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