O Brasil é o país que mais fez para travar as alterações climáticas, liderando um grupo de 57 países listados no Índice de Desempenho Climático 2010, elaborado pela organização GermanWatch. Portugal subiu três lugares e surge na 12ª posição.
Mas a lista que compara o esforço climático dos 57 países – responsáveis por 90 por cento das emissões globais de dióxido de carbono – não atribuiu os três primeiros lugares. O Brasil, em quarto lugar, é seguido da Suécia e do Reino Unido.
“Na prática, nenhum dos países analisados está a contribuir o suficiente para evitar as alterações climáticas e manter o aumento da temperatura global nos 2ºC”, justifica o relatório.
Apesar disso, há uns que se esforçam menos que outros. Este é o caso da Arábia Saudita, em último, e do Canadá, em penúltimo.
Uma das novidades em relação a anos anteriores é a subida das economias emergentes nesta escala de esforço climático. “A juntar-se aos países europeus, o Brasil, a Índia e o México conseguiram colocar-se em posições cimeiras”, comenta a organização.
No ano passado, o Brasil fez grandes progressos ao conseguir reduzir em 50 por cento a desflorestação, responsável por 80 por cento das emissões do país. “Contudo, não é claro que isto resulte da diminuição na procura de óleo de palma e soja, tendo em conta a actual crise económica”.
Mas a GermanWatch insiste em dizer que nenhum país está no bom caminho, especialmente devido à “falta de vontade política”.
A Arábia Saudita, China e Austrália estão particularmente mal relativamente às emissões. Não muito melhores estão os Estados Unidos, Canadá e Rússia. A organização lembra que ainda está por saber se as novas políticas climáticas do Presidente Barack Obama serão traduzidas num papel de liderança nas negociações climáticas internacionais.
Este índice considera promissor o esforço de países como a República Checa, Alemanha e Bélgica, uma vez que estão a aumentar a fatia das energias renováveis.
O 12º lugar para Portugal reflecte “o nível de emissões ‘per capita’ relativamente baixas e (o facto de) ter um conjunto de medidas consignadas - mesmo que algumas ainda não implementadas - para reduzir as emissões”, diz a Quercus em comunicado. A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, justificou a posição com o “esforço significativo” que tem vindo a ser feito desde 2005 na redução de emissões de dióxido de carbono. “Ficamos satisfeitos quando ONG, que são organismos isentos, fazem avaliações e dão ao nosso país uma melhoria de desempenho e uma subida de três posições em relação ao ano anterior”, acrescentou.
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