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Reportagem: A Copenhaga activista começa a acordar

Sofia Cerqueira, em Copenhaga, 12 de Dezembro de 2009

Só ontem foram detidos 60 activistas
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Jornalistas acompanham o discurso do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esta manhã na conferência de Copenhaga. Os líderes mundiais tentam romper o impasse, a escassas horas do encerramento do encontro. Foto: Ints Kalnins/Reuters

Vários países já disseram o que estão dispostos a fazer para combater as alterações climáticas
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A cimeira leva já cinco dias, mas é a partir de hoje que os milhares de activistas em Copenhaga se farão ouvir. A manifestação quer-se sem incidentes, mas entre as cerca de 50 mil pessoas esperadas, sabe-se que os confrontos deverão ocorrer. Já ontem, foram detidos cerca de 60 activistas que participavam num pequeno protesto de centenas de pessoas - prelúdio de uma semana de manifestações.

A cidade vestiu-se de verde. Rua sim, rua sim, outdoors publicitários exibem mensagens ecológicas. Bancas e cartazes mais ou menos profissionais reclamam a sua causa e milhares de pessoas exploram o imenso calendário alternativo, para lá das inacessíveis negociações oficiais.

Para os delegados da ONU, a manhã começa quase sempre com longas filas, mas a poucos minutos dali, no ClimaForum, o dia inicia-se com meditação. O maior evento paralelo à cimeira oficial reclama o título de "conferência climática das pessoas" e é ponto de encontro de activistas, ONG ou meros curiosos. A porta está aberta a quem quiser entrar num dos 30 eventos diários, entre palestras, workshops, concertos e filmes.

Desde ontem que o centro desportivo começou a ser pequeno para acolher tanta gente. As mochilas de campismo amontoam-se, enquanto os recém-chegados descansam, voluntários de todas as idades dão indicações; tribos e etnias fazem-se notar com trajes ou música tradicional - aqui ao menos dão-lhes o espaço que reclamam como primeiras vítimas do aquecimento global.

Nas traseiras do ClimaForum, monta-se o quartel-general activista. Nas paredes, há calendários com eventos para todos os gostos, mapas com a estratégia e os pontos de encontro para protestos como o de hoje. Voluntários distribuem conselhos sobre o que vestir, o que dizer ou que direitos reclamar em caso de detenção.

As palavras de ordem no ClimaForum variam, mas vão todas no mesmo sentido. Menos capitalismo, mais "justiça climática", a nova bandeira dos países em desenvolvimento mais afectados pelo aquecimento global. Nem a cidade verde patrocinada por marcas famosas e montada a dois quarteirões dali escapa às críticas. A iniciativa Hopenhagen é, para os ecologistas, o símbolo da chamada "cosmética ecológica" - muito marketing e pouca acção. Há uma espécie de "energia verde" que percorre a cidade, perturbada apenas pelo som constante das sirenes e dos helicópteros que sobrevoam os céus de Copenhaga. Na FolketHus, refúgio comunitário, os activistas desdramatizam. Estão preparados para tudo mas acreditam que a manifestação de hoje será pacífica, por se tratar de um protesto geral, onde se esperam famílias e crianças. "Enviamos os activistas mais radicais para o bairro de Osterbro, para chatear os ricos", diz uma jovem, enquanto monta a tenda que há-de servir refeições gratuitas a quem aparecer.




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