O nascimento de um Império
Ser ou não ser um Império é o dilema dos Estados Unidos quando o século XIX se fecha e o XX se abre. Gore Vidal leva-nos pelos meandros do poder norte-americano no momento em que é dada a resposta à questão. Ou de como um romance pode ser mais didáctico do que um livro de História.
 
 

O grande provocador
Eugene Luther Vidal é um patrício, filho de uma grande família tradicional dos Estados Unidos. Nasceu em 1925 na academia militar de West Point, onde o pai era instrutor, e passou a infância na capital federal, Washington, entre os notáveis da época, na casa do avô, Thomas P. Gore, senador democrata do Oklahoma. O avô influenciou-o de tal maneira que, adolescente, resolveu que “Gore” seria daí em diante o seu nome próprio. Foi já com ele que assinou o seu primeiro romance, “Williwaw”, aos 19 anos, ainda prestava serviço no Exército.

 

Phillips Exeter Academy
onde Gore Vidal estudou
 
Como nasceu, afinal, aquele que é para muitos o Império Romano dos nossos tempos?
Gore Vidal já o disse, sempre que lho perguntaram, que o seu primeiro romance político, “Washington D.C.”, nasceu, em 1967, “por acidente” — ou seja, sem nenhum propósito particular. Sem ele mesmo se aperceber disso, começaria assim aquilo a que a “New York Times Review of Books” baptizou, já lá vão bastantes anos, como as “Crónicas Americanas”, dizendo de caminho que ele é o mestre absoluto do género.
 
Cadet Hospital
onde nasceu Gore Vidal