Piotr Ilich Tchaikovsky

“O Quebra Nozes” estreou-se em 1892, no Teatro Mariinsky, ainda hoje sede do Ballet de Kirov. O bailado é baseado num conto de Hoffman, “O Quebra-Nozes de Nuremberg”, que levou o célebre coreógrafo Marius Petipa a pedir a Tchaikovsky para compor a música para o espectáculo. A história gira à volta de uma menina, Clara, e de um boneco, o Quebra-Nozes, que recebeu como presente de Natal. Em sonhos, Clara vê aparecer o malévolo Rei dos Ratos que tenta raptá-la. É então que o Quebra-Nozes ganha vida e luta contra os ratos, derrotando-os. Clara apaixona-se pelo destemido Quebra-Nozes transformado em príncipe, que a leva a viajar pelo encantado Reino dos Doces. A composição para este bailado foi o primeiro grande êxito de Tchaikovsky, que apesar de incompreendido e controverso, viu o seu génio ser reconhecido sobretudo pelos trabalhos em teatro e dança. Esta semana, a Colecção Royal Philharmonic do PÚBLICO dedica-lhe dois volumes, o primeiro editado hoje. Além de “O Quebra-Nozes”, revisitase aqui “O Lago dos Cisnes”, um bailado sobre a história do príncipe Siegfried que, ao observar um lago cheio de cisnes, descobre que ao cair da noite estes pássaros se transformam em lindas princesas. Não resistindo aos encantos de Odete, a rainha dos cisnes, o príncipe apaixona-se e faz tudo o que está ao seu alcance para libertar as jovens do terrível feitiço que as aprisiona. Tchaikovsky seguiu o modelo de músicos que se dedicavam ao teatro, como é o caso de Meyerbeer, Weber ou Schumann. O húngaro Liszt é, no entanto, aquele que tem um papel mais determinante na escrita do compositor russo.

 

PRÓXIMO COMPOSITOR

Richard Wagner

Wilhelm Richard Wagner (1813-1883) é uma das figuras mais célebres da história da música e também uma das mais polémicas. Tanto do ponto de vista pessoal, como do ponto de vista musical ou político, suscitou mais discussões, estudos e interpretações do seu pensamento do que qualquer outro compositor. Depois da sua morte, os seus escritos voltaram a dar lugar a posições diametralmente opostas. O que causou esta situação foi o seu ideal que tentava unir um pensamento tipicamente libertário e anarquista a um elitismo tipicamente burguês, para não dizer – já que não era – aristocrático. Nascido em Leipzig, na Alemanha, escreveu uma tragédia shakespeariana aos 14 anos e começou a estudar música, influenciado por Beethoven e Weber, para que a sua obra pudesse ser cantada. Aos 20 anos, tornou-se maestro do coro de Wurzuburgo e nunca mais parou. Quando chegou à idade de se dar a conhecer como compositor, o romantismo já estava no seu apogeu. Entre as suas obras mais famosas contamse “O Navio Fantasma” (1843), “Tanhäuser” (1861), “Tristão e Isolda” (1865) e “O Anel de Libelungo”(1876). Dedicou-se também às meditações filosóficas e estéticas, publicando as obras teóricas “A Obra de Arte do Futuro” (1849) e “Ópera e Drama” (1851).