Cadinho de encontros culturais e raciais, a grande cidade sul-americana de Buenos Aires é o ponto de confluência de vários destinos — o dos “gangsters” norte-americanos Butch Cassidy, Sundance Kid e Etta Place, mas também o da “Warsavia”, rede clandestina de prostituição de jovens oriundas da Europa Central. E de Louise Brookszowyc, que abandonara Itália no final de “Fábula de Veneza” para se radicar na Argentina.
Tudo isso está em “Tango” (distribuído hoje com o PÚBLICO), cuja acção decorre no ano de 1923. A história “transpira” literatura — pensa-se de imediato em Jorge Luís Borges, mas de facto são os escritores Leopoldo Lugones e Roberto Alt que tutelam o enredo. E, sobretudo, há nesta banda desenhada a presença incontornável da música, sublinha Hugo Pratt: “O título é uma homenagem ao tango. A minha juventude foi marcada por dois tipos de música, primeiro o jazz e depois o tango. E foi em Buenos Aires, em 1955, que encontrei Dizzy Gillespie, que ficou meu amigo.”
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