"Deixe-se encantar com 41 histórias de Hans Christian Andersen"
Por SARA GOMES
Terça-feira, 14 de Dezembro de 2004

Um patinho feio discriminado pela mãe, um soldado de chumbo apaixonado por uma bailarina de cartão. São estas algumas das personagens do mundo encantado do “pai” dos contos modernos

É um símbolo da Dinamarca e reconhecido como “o pai dos contos de fadas modernos”. Hans Christian Andersen (1805- 1875) inspirou-se na tradição oral e na sabedoria popular para criar alguns dos contos mais lidos de sempre em todo o mundo. É o caso de “O Patinho Feio”, “A Polegadazinha”, “João Pateta”, “O Firme Soldado de Chumbo” ou “A Sereiazinha”. Andersen dizia: “A diferença do nosso mundo e do conto está no facto de o conto ser maior, mais vivo e mais livre.” Este Natal, a Colecção Geração PÚBLICO traz-lhe, por isso, uma edição especial: “Contos de H.C. Andersen”. O livro reúne 41 histórias imaginadas pelo dinamarquês e marca o início de uma parceria com a Embaixada Real da Dinamarca – em 2005 comemora-se o bicentenário do nascimento do escritor e estão previstas inúmeras iniciativas (publicação de livros, ilustração de contos, exposições).

Exímio na arte de narrar, Andersen trouxe para os seus contos uma variada galeria de personagens, que têm povoado o imaginário de gerações. Quem não conhece a triste história de um patinho que, por ter nascido tão feio, foi discriminado por todos quantos o conheciam, inclusive a própria mãe? E quem não se lembra do trapalhão João Pateta, que com a sua lábia e habilidade consegue seduzir a filha de um “fino rei”? A obra literária de Andersen está traduzida em mais de 150 línguas e é das mais divulgadas no mundo.

Entre os temas mais abordados, salienta-se a pobreza, os vícios humanos, a religiosidade e o amor, como as aventuras do pequeno soldado de chumbo que se enamora por uma bailarina de cartão. Depois de cair “de cabeça” de um terceiro andar, ir parar a uma sarjeta e ser engolido por um peixe, o firme soldado consegue regressar para perto da sua amada. Mas, crueldade do destino, acaba por ser deitado com a sua bailarina para dentro de um fogão: “O soldado ficou iluminado e sentiu um grande calor. Era terrível, mas se era realmente do fogo ou do amor, não sabia (...) quando a criada tirou as cinzas no dia seguinte, encontrou-o na forma de um coraçãozinho.”

Andersen, que nasceu no seio de uma família humilde, baseou-se em muitas das suas experiências pessoais para escrever. Se até então os contos de fadas eram didácticos, com Andersen tornaramse ambíguos e as crianças e os excluídos afirmaram-se como porta-vozes de questões morais. Influenciou gerações de escritores: de Dickens a Oscar Wilde, C.S. Lewis, Isak Dinesen, P.O. Enquist, Cees Noteboom, entre muitos outros.

À semelhança de anos anteriores, ao comprar o livro de Natal da Colecção Geração Público “Contos de H. C. Andersen” está a contribuir com 10 cêntimos para a Novo Futuro, Associação de Lares Familiares para Crianças e Jovens. A instituição acompanha jovens em risco e ajuda-os a integrar-se na sociedade através de cursos e actividades de tempos livres.

 



Livros que nos transportam para o plano da aventura da fantasia, da descoberta e da ficção, apelando à imaginação de cada leitor para criar as imagens, as personagens e os cenários.